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O Estado do “não” – por Maiquel Rosauro

Santa Maria vive esta semana o início das operações dos aplicativos de corrida de passageiros individual. Trata-se de serviços que realizam a mesma função dos táxis, mas com a promessa de oferecer uma tarifa mais baixa e proporcionar maior comodidade aos usuários.

Há alguns dias entrevistei o CEO de uma destas empresas, Jailson Ferreira, da Yet Go. Ele é gaúcho, mas precisou sair do Estado para abrir a startup, em Belém do Pará. Eu questionei o porquê de começar o negócio fora dos pampas e ele foi direto:

“O Rio Grande do Sul é o Estado do “não”. Não pode isso, não pode aquilo… Por isso, começamos fora”, afirmou.

Um exemplo emblemático é o caso de Luciano Hang, presidente da rede de lojas de departamento Havan, conhecida por ter uma Estátua da Liberdade gigantesca em frente às unidades. No total, a Havan tem 95 lojas em 14 estados, mas não no Rio Grande do Sul.

Hang já tentou abrir filiais abaixo do Rio Uruguai, mas em várias entrevistas argumentou que a burocracia do setor público gaúcho impediu a inciativa. Até o ex-prefeito Cezar Schirmer tentou trazer uma das lojas para a cidade há dois anos…

Outro exemplo é o empresário Valdemar Roveda, dono do Jornal A Cidade, da Imobiliária Roveda e do Motel Bangalô. Por anos ele tentou investir em um novo empreendimento em Santa Maria e em outras cidades gaúchas. Com o tempo, desistiu, e, em janeiro deste ano, inaugurou em Florianópolis o Zaia Motel Premium.

O Rio Grande do Sul é um dos estados menos interessantes para se empreender devido a burocracia. Uma licença ambiental, que em Santa Catarina ou no Paraná leva-se um mês para se conseguir, no Rio Grande Sul demora mais de um ano. Uma prova é o fato de Santa Maria quase ter perdido a KMW para o Paraná. A multinacional chegou a rever seus investimentos no Estado em 2013.

Outro absurdo é a cobrança do Imposto de Fronteira no Rio Grande do Sul, que deixa as mercadorias mais caras aqui e leva consumidores às compras em Santa Catarina…

Vou terminar por aqui, quanto mais eu penso na economia gaúcha mais me indigno. Este é mesmo o Estado do “não”.

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