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CIÊNCIA. Equipamentos multiusuários qualificam pesquisas na UFSM. Saiba como o processo funciona

Microscópio Confocal, utilizado para estudos em biologia celular, é um dos equipamentos multiusuários disponíveis na Universidade

Por BRUNO STEIANS (texto e foto), da Coordenadoria de Comunicação Social da UFSM

Para que pesquisas em uma universidade tornem-se referência nacional ou internacional, é necessária a aquisição de aparelhos modernos e potentes, que sejam capazes de acompanhar esse processo. A UFSM desde 2001 vem participando de editais promovidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para adquirir equipamentos multiuso que facilitam e inovam no fomento do conhecimento em suas diversas áreas.

Marcio Antonio Mazutti, coordenador de Projetos Institucionais e também o responsável pelo sistema multiusuário na UFSM, explica a importância desses equipamentos. “O crescimento de uma universidade passa, obrigatoriamente, pela pesquisa. Um estudo bem qualificado reflete a qualidade da instituição”, pontua. Algo que difere esses aparelhos dos demais presentes na UFSM é que eles podem ser acessados por qualquer pessoa. Alguns exigem experiência para o uso, mas um treinamento – que pode durar um curto ou grande período de tempo – é disponibilizado gratuitamente.

Para ter acesso aos equipamentos, é necessário que o interessado, aluno ou não da UFSM, acesse a página www.ufsm.br/multiusuario. Através do site, o usuário verifica informações importantes, como quem é o coordenador responsável pelo equipamento de cada centro e onde se pode encontrá-lo, custos envolvidos, consumíveis, taxa de manutenção e afins. A efetuação do agendamento é fundamental para que os pesquisadores não encontrem problemas no momento de utilizar os aparelhos. A reserva de alguns desses equipamentos, que ainda não dispõem de agendamento on-line, pode ser feita somente de forma presencial. Caso o pesquisador decida fazer uso dos aparelhos, deve se responsabilizar também pelos consumíveis (materiais necessários). Marcio Antonio explica que a universidade não pode custear todas as pesquisas e, por isso, os fundos precisam ser levantados por quem as está realizando, algo bastante comum em grupos de pesquisa.

Exemplos de aparelhos multiusuários – De acordo com a pós-doutoranda em Ciências Biológicas Letícia Arantes, o microscópio confocal para estudos em biologia celular possibilita a captação de fluorescência em 3D nos animais ou células estudados. Os pesquisadores usam tecidos ou animais marcados com fluorescentes para o procedimento ser realizado. A partir dos resultados que o microscópio apresenta, pode-se dar tratamento a um determinado animal com a aplicação de uma proteína relacionada à defesa de alguma doença, por exemplo.

Com isso, é possível mexer de forma precisa nos genes dos animais ou das células envolvidas. “Através do aparelho, é possível visualizar o efeito de substâncias que estão sendo testadas em componentes celulares específicos e os processos celulares e moleculares envolvidos no objeto de estudo”, explica Letícia. O microscópio pode ser encontrado no prédio 19, no campus de Camobi. O coordenador responsável é o professor do Departamento de Química Félix Soares, que deve ser contatado para o agendamento.

Outro aparelho que se destaca entre os equipamentos multiusuários é o difratômetro de raios X para monocristal. “Conseguimos enxergar de forma tridimensional e com as distâncias bem definidas entre os átomos os componentes pequenos com os quais trabalhamos. É o que acontece, por exemplo, com os nanotubos. Podemos medi-los, saber sobre suas propriedades e onde ligações são mais fracas ou mais fortes. Todas as informações dependem desse equipamento”, pontua o professor Ernesto Lang, também do Departamento de Química.

Ele atenta para o fato de que a universidade possui dois aparelhos que apresentam três comprimentos de onda. Desse modo, há uma abrangência na metodologia aplicada, o que tornou o laboratório de difração de raios x da UFSM o melhor da América Latina nesse tipo de análise, que envolve estruturas moleculares de monocristais.

Em geral, os pesquisadores têm uma linha de pesquisa definida que direciona seus trabalhos a partir dos resultados oferecidos pelo difratômetro. Por exemplo, alguns grupos de pesquisa trabalham com moléculas que são anticancerígenas. É feita, então, a medida delas e a análise. A partir desse procedimento, os estudantes desenvolvem diferentes linhas de estudo. Às vezes, uma molécula tem uma boa propriedade contra o câncer, mas como não é solúvel não causa efeito algum se aplicada em uma pessoa. “Com o equipamento, pode-se ocorrer a verificação e a tentativa de modificá-la com a aplicação de um reagente”, conta o professor Lang.

Processo de aquisição – Márcio Antônio explica que esses aparelhos podem ser adquiridos em editais promovidos pela Finep. Inclusive, foi o que aconteceu com aqueles que a UFSM possui. Uma das exigências da Finep tem diz respeito à localização desses aparatos. É necessário que eles sejam colocados em uma rede multiusuário, para que o acesso seja universal. Na UFSM, como os grupos de pesquisa foram se estruturando separadamente com o passar dos anos, cada centro pode ter um (ou mais) deles. Mas isso não impede que alunos de outros centros ou não estudantes da instituição possam usá-los.

A crise econômica que perpassa o Brasil é a maior barreira para a aquisição de novos equipamentos. “Com a crise, os editais se tornam menos frequentes. Passamos por problemas sérios porque o Brasil nunca pensou em qualificar a indústria nacional a partir da inovação. Mesmo que você tenha ideia e grupos qualificados você não tem onde concorrer”, avalia o coordenador. Até o momento, não são todos os centros que possuem equipamentos multiusuários na UFSM. No entanto, é desejo da coordenação e dos acadêmicos que isso se concretize um dia. É o que diz a estudante do 5º semestre de Jornalismo Gabrielle Coradini. “Ter um aparelho multiusuário no centro de Comunicação seria bastante útil, pois qualificaria nossos trabalhos e projetos acadêmicos. É importante também para a própria comunidade que trabalha com questões voltadas a isso, pois, às vezes, não há estrutura adequada para implementar nossos projetos e desenvolvê-los”, considera.

Mais informações na página da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa ou pelo telefone (55) 3220-8213.

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