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De esquinas e acasos – por Orlando Fonseca

Dia desses, em minhas costumeiras caminhadas pela Presidente Vargas, encontro um amigo que não via há mais de ano. Descíamos ambos, depois de atravessarmos a movimentada Professor Braga, na hora do final de expediente, ao fim da tarde. Após os cumprimentos, perguntei-lhe sobre o que tinha feito da vida, já retomando a nossa marcha. Era uma pergunta protocolar, mas costumo fazê-la a quem não vejo há muito tempo, o que significa que, ainda que num passo acelerado que empreendíamos, tinha a intenção de obter dele detalhes. Afinal, fomos parceiros de atividade pública na Prefeitura, fui paciente de sua clínica de fisioterapia, para tentar amenizar uma tendinite que teimava em ser recorrente, pelo meu intenso uso do teclado do computador. Acompanhei a sua atividade como diretor de futebol de um clube da cidade. Enfim, mais do que eu, ele devia ter muita história. Mas a todas as perguntas sobre política e esporte, ele respondeu estar afastado. Além de sua atividade profissional, apenas trocamos ideias, naquele curto espaço de tempo, sobre a conjuntura nacional. Pois já chegávamos na rua Floriano Peixoto, por onde ele deveria seguir. Paramos, o sinal fechado pra mim, que prosseguiria pela avenida. Nos despedimos, ele dobrou a esquina e eu não o vi mais. E não o verei mais a não ser em minha memória. Uma semana depois, soube pelo rádio, que o meu amigo, Carlos Rempel, havia falecido.

Fiquei assim impressionado ao ouvir aquela informação, tão inesperada quanto o nosso encontro. Nos últimos anos, tínhamos tomado caminhos diversos em nossas atividades e compromissos em Santa Maria. E, mesmo em uma cidade do porte da nossa, há muitas ruas e muitas esquinas, muitas agendas e muitas encruzilhadas que facilitam os desencontros. Por acaso nos encontramos para um breve bate-papo de uma longa quadra, ao final de um típico dia de outono. Alheios ao movimento dos que voltavam apressados para casa, ou dos que chegavam no Pronto-socorro do outro da avenida, dos que entravam e saíam de lojas e farmácias no comércio diversificado daquele ponto comercial da cidade, falávamos sobre como nos situamos neste lugar do planeta. Depois de alguns minutos, ele dobrou a esquina e se foi, é o que fico sabendo por acaso, ao sintonizar uma rádio quando retorno para casa ao meio-dia.

Lembrei de uma canção dos anos 60 do século passado, em que um compositor americano – pouco conhecido por aqui – cantava: “I just looked around and he’s gone” (Eu apenas olhei ao redor e ele se foi). Dion, o cantor, celebrava na letra da música as figuras de Abraham Lincoln, Martin Luther King e John Kennedy, mortos pela luta em defesa dos direitos civis dos afro-americanos. E ainda emenda: “it seems the good they die young” (parece que os bons morrem jovens). É o que me ocorre pensar do meu amigo em sua trajetória pela Presidente Vargas da vida, alguém que se dedicou a fazer o bem, que, embora já naquele momento padecia de uma moléstia grave, não se queixou de nada nem falou de si mesmo. E assim dobrou a esquina e se foi. Sigo a minha caminhada, o sinal abriu e não há outra coisa a fazer senão seguir em frente.

Link para a música no YOUTUBE.

 

DE FATOS E DIVERSÕES

– Qual o significado de uma tornozeleira eletrônica para quem tem calcanhar-de-aquiles?

– Na era das redes sociais, a mentira continua a ter pernas curtas, mas corre solta e à vontade.

– Ao mesmo tempo que, aqui e alhures,  não se apura a verdade, mas se pune o que o poder considera mentira. Em São Paulo, Alckmin exige do Twitter que investigue – para condenar – os que o chamaram de “ladrão da merenda”; nos EUA, Trump considera “prioridade” a prisão de Assange do site Wikileaks, pelo vazamento das operações nada honrosas de seu exército e dos seus agentes da Inteligência.

– Já houve um tempo em que se dizia ser o aeroporto a saída para o Brasil e os brasileiros – que tinham dinheiro, claro. Atualmente, creio que se deveria providenciar uma placa para se afixar em todas as entradas do país: Desculpe os transtornos, estamos em reformas. Mas avisamos: vai piorar.

– O tal do jogo da Baleia Azul teria sido criado na Rússia, com 50 tarefas sinistras (e algumas inofensivas só pra disfarçar) e que tem despertado interesse de jovens descerebrados mundo afora. Sei não, heim, – abstraindo o aspecto trágico dos suicídios de adolescentes – tenho pra mim que, nos EUA, uma versão eleitoral tinha como tarefa votar no Donald Trump. Só isso explicaria a tragédia de essa figura ter recebido tantos votos de jovens por lá.

FEIRA DO LIVRO

Neste final de semana começa a Feira do Livro de Santa Maria. No dia 4 de maio (quinta-feira da semana que vem) estarei lançando um livreto para comemorar meus 40 anos de crônica. Reserve a data.

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