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Somos o melhor e o pior de Santa Maria – por Luciano Ribas

Sabem aquela história que diz só poder falar mal da família quem faz parte dela? Pois bem, se essa lógica é válida, vou me permitir aplicá-la à cidade onde nasci e na qual morei quase toda a minha vida. Se desagradar a alguém, paciência. Não terá sido a primeira vez.

Somos uma terra de pessoas mal educadas. Mesmo com o risco da generalização, que atinge quem não o é (e há quem não o seja), afirmo que o santa-mariense médio é uma pessoa com pouca civilidade, que não se importa em desrespeitar o outro se isso lhe render algum tipo de vantagem e que não possui quase nenhum espírito de coletividade. Essa dura realidade transcende as classes sociais, as regiões de moradia ou as atividades profissionais, sendo uma “marca” com a qual teremos que lidar.

Das coisas mais simples às mais complexas, há exemplos múltiplos. O poder público não coloca lixeiras (ou o faz de maneira inadequada)? Largue-se o lixo no chão. Ninguém para na faixa de segurança? Bela desculpa para também não parar. Não há vaga no estacionamento do supermercado? É só usar a vaga do idoso. Estava livre o assento preferencial do ônibus? Não precisa ceder o lugar quando uma gestante entrar nele, já que a viagem é curta. É proibido estacionar porque irá atrapalhar o fluxo de veículos? Azar, “vou ali bem rapidinho”.

Alguém dirá que isso não é exclusividade nossa, que é “típico dos brasileiros”, que é fruto da nossa “colonização”. Verdade ou não, quem andou por esse mundo (e o resto do RS e do Brasil também fazem parte dele) sabe que há bons e maus exemplos em todas regiões e estados. Além disso, os erros dos outros não podem servir de justificativa eterna para que não haja, mesmo que individualmente, uma mudança de atitude. Por outro lado, o poder público deveria cumprir um papel nessa árdua mudança, não se omitindo ou até mesmo piorando situações conforme ocorreu nos últimos 8 anos (algo que temo que possa se perpetuar, visto que a nova administração nasceu impregnada por membros da antiga), onde até as pracinhas de brinquedos foram varridas do mapa.

Se ofendo a alguém, peço desculpas. Sei que muitas pessoas, entre as quais me incluo, colocam aquele resto de papel no bolso para descartar quando acharem o lugar apropriado, jamais param numa vaga reservada para idosos, pessoas com deficiência ou gestantes e procuram parar nas faixas de travessia (e não estacionar em cima delas, como o “gabinete móvel” de uma parlamentar fez na Rua Tamanday, há alguns dias), entre outros atos básicos de civilidade.

Somos minoria, me parece, mas ser minoria não significa estar errado, quando se trata de respeitar a dignidade humana e os direitos dos outros. É por isso que este humanista cético não pretende desistir de fazer a sua parte e, mesmo que limitado ao seu pequeno universo, mudar alguma coisa.

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