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UFSM. Dois anos depois, ‘Comissão da Verdade’ enfrenta obstáculos. Mesmo assim, tenta avançar

Beto Fidler, coordenador geral: expectativa é que trabalho da Comissão da Verdade permaneça mesmo com a troca de reitor

Por BRUNA HOMRICH (texto) e FRITZ R. NUNES (foto), da Assessoria de Imprensa da Sedufsm

Faltando pouco tempo para completar dois anos de funcionamento, a Comissão da Verdade da UFSM, instituída em 15 de junho de 2015 pela Portaria nº 75.620, faz uma avaliação positiva do trabalho desempenhado até então. Em entrevista à Assessoria de Imprensa da Sedufsm, o atual coordenador-geral, Beto Fidler, representante da Assufsm, explica que os depoimentos conseguidos já dão conta de traçar um panorama acerca da realidade vivenciada pela instituição no período ditatorial militar.

Comentários ouvidos já há muitos anos pelos corredores da universidade, por exemplo, confirmam-se: havia pessoas infiltradas pelos militares tanto nas salas de aula quanto dentre os docentes e servidores técnico-administrativos em educação. “Tem gente que entrou aqui dentro sem concurso público só para ‘arapongar’. Havia Diretórios Acadêmicos que se posicionavam abertamente a favor dos militares”, diz Fidler.

Outra constatação que já se pode ter nesses quase dois anos de trabalho da Comissão é de que, em Santa Maria, não há registros de violência física sofrida pelos militantes. “A repressão aqui não teve aquele grau que vimos em outras partes do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde havia o Centro de Inteligência da Marinha e o próprio DOPS [Departamento de Ordem Política e Social], e eram registrados tortura física, sequestros, sumiço de corpos”, explica.

A prática frequente por aqui era a de tortura psicológica, com longos e repetitivos interrogatórios que tentavam com que o depoente caísse na contradição. Junto à violência psicológica, o cerceamento de direitos era também comum e um exemplo citado por Fidler é o de Paulo Lauda, o mais jovem prefeito de Santa Maria [35 anos], que teve seu mandato cassado e também foi proibido de ser professor universitário. Na última semana, inclusive, a Comissão ouviu o depoimento de Lys Lauda, filha de Paulo, que ficou preso por cerca de dez meses no 29º BIB [Batalhão de Infantaria Blindado].

Outros depoimentos coletados foram, por exemplo, do professor estadual Dartagnam Agostini, do professor aposentado da UFSM, Dartanham Baldez Figueiredo, e do professor Eduardo Rolim, excluído do quadro da UFSM pelos militares.

Em ano de processo eleitoral para a reitoria, Fidler lembra que a Comissão é institucional, e, mesmo assim, guarda a expectativa de que não seja ser desmontada com uma possível troca de gestão…”

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