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São Paulo (não) pode parar! – por Carlos Costabeber

Conheci São Paulo lá em 1965, quando acompanhei o meu pai numa viagem de estudos do Curso de Economia da UFSM.

Mais tarde, lá morei por dois anos (1971/72), quando estudei na Fundação Getúlio Vargas !

E a partir dos anos 80, por estar envolvido na direção da Associação Brasileira dos Distribuidores Ford, têm sido constantes as minhas viagens a São Paulo.

Escrevo isso, pois passei a semana na capital paulista para uma série de eventos e negócios, mas, especialmente, para participar como convidado do Salão do Automóvel.

Em função da necessidade de muitos deslocamentos, “quase enloqueci” naquele trânsito, sempre congestionado.

Mesmo à distância, não vejo nenhuma possibilidade de melhoria, pois entram 500 carros novos por dia na cidade; são 240.000 emplacamentos novos por ano. Um número mais do que surpreendente !

Com isso, o número de veículos cresce 4 vezes mais do que a população.

Tudo isso se deve a um erro estratégico, muito comum na Administração Pública desse País ao longo dos tempos: FALTA DE PLANEJAMENTO.

Vamos iniciar pelo METRÔ !

São Paulo só começou a construir seu Metrô no inicio da década de 70 (lembro bem do trabalho das “bate-estacas” trabalhando 24 horas por dia na Av. Tiradentes, quando lá morava). Enquanto isso, para ficar num exemplo bem próximo, a cidade de Buenos Aires começou a construção do seu metrô quando a população era de apenas 300.000 habitantes.

Além disso, enquanto que nas horas de pico os trens de Londres circulam a cada 15 segundos, em São Paulo é de 15 minutos. Não sei se foi subdimensionado, mas está deixando de transportar um número muito maior de passageiros – sobrecarregando sobremaneira os ônibus e o trânsito urbano. Sem falar na malha oferecida pelo metrô, que cresce de forma aritmética, enquanto que a cidade cresce geometricamente.

Não há, pois, como conciliar os investimentos exigidos pela expansão urbana daquela metrópole.

O falecido Prefeito Celso Pitta “inventou” o “Programa Fura Fila”, que consiste em um corredor elevado, exclusivo para ônibus expressos. Mas como pude observar “in loco”, a solução, além de caríssima para os cofres públicos, em nada contribui para amenizar o trânsito de SP.

A ideia funciona bem nas grandes cidades do mundo, mas como foi mal planejada em SP, é quase um custo-morto para a cidade.

Outra decisão complicada é o RODIZIO DE PLACAS! A cada dia útil da semana, os veículos de dois finais de placa estão proibidos de circular (inclusive as placas de outras cidades do Brasil).

Uma grande obra que está dando certo é o ANEL VIÁRIO, que está contornando a cidade. Com isso, já se sente uma grande melhoria na então intransitável Av. dos Bandeirantes, que agora proíbe o trânsito de caminhões pesados.

Por fim, deixo a dica para quem vai viajar para São Paulo: procure chegar nos aeroportos, em horários de trânsito menos caótico. E procurar se hospedar perto do aeroporto (Congonhas).

E Santa Maria? Iremos aproveitar a experiência vivenciada pelos paulistanos? Mantendo as naturais proporções, estamos indo no mesmo caminho da cidade de São Paulo.

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