DO FEICEBUQUI. Em defesa do Bar do Pompeo, Atílio, frequentador histórico, e seu emocionado depoimento
Por ATÍLIO ALENCAR (com imagens extraídas, pelo editor, do Google)
“Minha opinião é suspeita quando se trata de casos de amor com bares. Qualquer bodega com uma plaquinha rangendo ao vento numa rua de subúrbio me fascina. Logo me pego a fantasiar sobre as conversas no recinto, o humor do bodegueiro, as conspirações inocentes que nascem e evaporam em torno de uma garrafa de cerveja. Se der pra entrar, eu entro e peço uma.
Gosto tanto da atmosfera de bar que já vivi minha temporada do outro lado do balcão.
Mas divago.
O caso aqui é outro.
Quero falar de um quiosque no único e magro parque arborizado do centro de Santa Maria.
Vocês conhecem o Bar do Pompeo?
Se não conhecem, compreendo. Mas lamento. O Pompeo não é o tipo de estabelecimento que bomba nas redes sociais. Nem esperem por algum ambiente rusticamente planejado com cardápio gourmet (ou vice-versa) e metido a besta. Aliás, não esperem por nada. Primeiro tem que chegar lá e ver se está aberto. Pode ser que não esteja; daí volta mais tarde ou outro dia. Se estiver, entra e pede uma cerveja (de litro, que é mais em conta). Depois pode escolher uma mesa na rua, perto da quadra de areia onde a gurizada joga bola. Não demora o Pompeo traz a cerveja, que ele anotou no caderninho dele lá no balcão pra ser paga na hora do cliente ir embora. Mas não vá se acostumando mal: se quiser continuar bebendo, tem que buscar as próximas. O Pompeo é tranquilo e confia na boa índole da clientela, mas não é otário de ficar indo pra lá a pra cá levando cerveja. Quem tem sede acha a cacimba.
Não fosse o Bar do Pompeo, instalado no Parque Itaimbé há mais de 30 anos, aquela região da cidade talvez nem pudesse mais ser frequentada à noite. É o trânsito dos fregueses, dentre os quais muitos vizinhos do bar que se misturam com quem vem de outras regiões da cidade para confraternizar ali, que garante a sociabilidade de uma zona abandonada há muito pelo poder público.
É o quiosque que ilumina – literalmente – a noite do Itaimbé. O resto é sombra de ruínas alheias, que já não podem acolher ninguém. Vide o fantasmagórico prédio do Bombril, um mausoléu que assombra o parque desde que foi abandonado pela nulidade do ex-prefeito Schirmer.
Agora tem um papo rolando de que esse mesmo governo, cuja gestão não teve sensibilidade para lidar com a maior tragédia da história da cidade nem com suas sequelas, abriu um processo de despejo do Pompeo. O bar, pelo jeito, representa um problema para a normalidade das coisas no parque. Talvez porque seja uma célula viva onde o normal é a terra arrasada pelos incompetentes.
Sei que há coisas mais urgentes a se reivindicar do que a permanência de um bar. Mas quando um bar de perfil popular mobiliza em torno de si uma pequena comunidade, com toda a vizinhança se declarando solidária e até puxando uma campanha de apoio, talvez a gente possa ver aí algo mais do que uma simples questão comercial. Não deixa de ser um fenômeno democrático que as pessoas decidam o que querem encontrar num espaço público.
Quem quiser apoiar, pode manifestar o desejo pela permanência do Bar do Pompeo através do abaixo-assinado virtual: http://migre.me/wHpAJ
Ou fazer ainda melhor: aparecer lá no Pompeo pra tomar uma e rabiscar a versão física da petição.”
PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI (se você for usuário da rede social).
Eu gostaria de saber o(s) motivo(s) oficiais para que o bar tenha sido “convidado” para se mudar, antes de comparar com os motivos que a coluna expôs para o bar ficar.
Sintetizou muito bem o Atílio. Fora Temer. Fica Pompeu…
Com a devida vênia, existem diversos motivos corretos, racionais e cabíveis para manter o bar aberto. Hay gobierno acá? Soy contra.
Fala, fala, mas não diz o motivo do despejo. Há motivos e há motivos. Se há um motivo correto, racional e cabível, não há o que chorar.
Aliás, editor, o nome da empresa é Facebook. Tira as fontes do Facebook e nem o nome do portal escreve corretamente.