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ALAGAMENTOS. Desabafo de santa-marienses. Eles reivindicam que “realmente seja feita alguma coisa!”

Plenário da Câmara ficou lotado para a audiência pública sobre alagamentos, convocada por comissão especial (foto Gabrielle Righi/AICV)

Por MAIQUEL ROSAURO (com fotos de Reprodução e Divulgação), da Equipe do Site

“Boa tarde a todos. Meu nome é Tales Lemos. Eu sou morador da Vila Lídia e eu venho aqui mais é para expressar minha indignação com tudo isso, porque todo mundo que está aqui vive isso há anos. E a gente vê que muitos vêm aqui falar, mas tem gente que está quase dormindo aqui cara. A gente é humano, como vocês a gente trabalha, a gente só quer que nossos impostos sejam revertidos em algum beneficio pra nós. Eu não quero ver a minha filha embarrando os pés dela até ela ficar adulta como eu.

Eu quero que a creche onde ela estuda tenha mais recursos, porque quem leva as coisas são os pais. Não é só alagamento, não é só rua, é muita indignação isso. Eu só espero que realmente vocês façam alguma coisa, que não fique só de conversa como sempre foi. Toda eleição é isso, aparece nove, dez vereadores apertando a mão de todo mundo, mas na hora de fazer é só conversa. A gente não vê resultado nenhum.

E eu espero que realmente seja feita alguma coisa porque a minha casa não alaga, mas a do meu vizinho alaga toda vez que tem uma chuva forte, aí é uma correria para subir móvel, tentar salvar alguma coisa. Eu só espero realmente que seja feita alguma coisa e eu conto com vocês. É só isso que eu quero, que realmente seja feito alguma coisa, porque a gente vai cobrar. Espero que seja feita alguma coisa. Muito obrigado a todos”.

Foi assim que Tales Lemos, morador da Lídia expressou toda a sua indignação com os políticos santa-marienses na tarde dessa terça-feira (7), durante a audiência pública sobre os alagamentos realizada na Câmara de Vereadores. E não foi apenas Tales que demonstrou todo o seu descontentamento no legislativo.

“A gente só quer que nossos impostos sejam revertidos em algum beneficio pra nós”, reivindicou Tales Lemos (Foto Reprodução/TV Câmara)

O plenário da Câmara ficou lotado e boa parte do público precisou ficar em pé para acompanhar a audiência. No total, 18 pessoas ocuparam o microfone para reivindicar e reclamar das condições em que suas casas e ruas se encontram. Um morador da Vila Oliveira se exaltou, xingou os políticos e, educadamente, foi convidado a se retirar.

Entre todas as pessoas que foram ao microfone, 100% eram moradores da periferia da cidade: Vila Brenner, Vila Schirmer (dois moradores), Vila Cerro Azul, Bairro Carolina, Bairro Camobi, Vila Jockey Club, Passo da Ferreira, São Valetin (dois moradores), Vila Lídia (três moradores), Estrada Juca Monteiro (Estrada da Picadinha), Vila Oliveira, Estrada Ângelo Berleze, Perpétuo Socorro e Itararé.

O prefeito em exercício, Sergio Cechin (PP), esteve presente desde o início da audiência, ouviu todas as reinvindicações e apontou os diversos fatores que levaram ao caos provocado pela chuva, como, por exemplo, o crescimento desordenado da cidade. Ele também citou os bueiros entupidos e o assoreamento de sangas e rios como culpados pelos alagamentos.

Cechin também relatou que o Instituto do Planejamento (Iplan) possui, desde 2013, um grande projeto no qual toda a cidade está mapeada e marca todos os pontos de alagamento da cidade (no total, cerca de 260 locais). Ele também disse que a Prefeitura está planejando e que sabe onde precisar realizar as obras para evitar o problema.

De acordo com Cechin, hoje a Prefeitura não possui maquinário para a limpeza de sangas e rios.

“Estamos consertando uma escavadeira hidráulica no valor de R$ 70 mil. Hoje não tem nenhuma, mas uma só já vai ajudar”, relatou.

Ele também afirmou que está aguardando a chegada de outra escavadeira hidráulica prometida pelo secretário estadual de Obras, o santa-mariense Fabiano Pereira (PSB). Além disso, a Prefeitura está abrindo uma licitação para a compra de outra máquina, totalizando assim três escavadeiras hidráulicas.

“70% de nossos alagamentos têm como causa o assoreamento, é o Cadena, a Sanga do Hospital, o Passo das Tropas e o Vacacaí entupidos”, enumerou Cechin.

O vice-prefeito também pediu para que a população faça a sua parte, evitando morar ilegalmente à beira de sangas e não jogar lixo em locais proibidos. O pedido foi corroborado pelo secretário municipal de Meio Ambiente, André Domingues (PSDB).

A audiência pública foi promovida pela comissão especial que acompanha os alagamentos no município, sendo composta pelos vereadores Adelar Vargas (PMDB), o Bolinha, presidente; Marion Mortari (PSD), vice-presidente; e Celita da Silva (PT), relatora.

LEIA TAMBÉM:

Prefeitura participa de audiência pública para debater problema dos alagamentos no Município”, de Thassiani Porto (texto) e Deise Fachin (foto), da Assessoria de Imprensa da Prefeitura (AQUI )

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3 Comentários

  1. A inundação das várzeas sempre ocorreu e vai seguir: é natural. O artificial é ter tanta gente e construções onde a água “gosta” de passeara quando vem as visitas; Povo vai sofrer em todas futuras inundações e é muita arrogância achar que uma retificação e lixo causa a inundação. Agrava como o Brando disse acima. Aumenta velocidade e derruba parede, afeta a qualidade porem depois de certo tempo é TANTA água que lava a porcaria.
    Morar em certos lugares é assumir que vai sofrer em todas chuvas e as promessas de resolução são arrogantes. O homem e a engenharia não dominam a natureza. Por onde a água já passou ela vai voltar a passar.
    Esta é a má notícia.

  2. Como quem quase todo problema, falta dinheiro para resolver. Assoreamento é agravado porque jogam lixo nos cursos d’água, para sem mencionar o esgoto cloacal. Moram ilegalmente à beira de sangas porque não têm poder aquisitivo, porque não arrumam um lugar para morarem, porque existem políticos que “apadrinham” a ilegalidade prometendo regularização em troco de voto.
    O único resultado destas audiências é a catarse. Reclamam, escutam desculpas e a vida segue.

  3. “Quase dormindo”. Parabéns ao Tales. É exatamente isto, dorminhocos. Dormem em serviço.
    A cidade tem um Plano de Saneamento aprovado, o Cechin diz que desde 2013 IPLAN tem projeto e que tudo está mapeado e resolver que é bom?

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