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ECONOMIA. Fundador de exportadora de chinchilla anuncia fim das atividades da empresa, 23 anos após

Andress do Canto (D): “não posso omitir desse texto os motivos do encerramento das atividades, mas também não quero parecer “piegas”, não sou de reclamar mas chega um momento que cansamos, ver nosso trabalho ser canalizado para um ralo que é muito maior que a gente

Por ANDRESS WEBER DO CANTO, fundador da Unichilla (*)

É com tristeza que informo…….

Após 23 anos, Unichilla encerra as suas atividades:

Nosso começo foi em 1994, criação pequena, cheia de sonhos, incertezas e muita vontade de ganhar o mundo.

Um dos sentimentos que sempre esteve presente, desde o começo foi o prazer de produzir algo que fosse servir pessoas de todas as partes do Mundo, produzir a “pérola das peles”, a mais bonita, sofisticada e não somente por conseguir o casaco mais caro do Mundo, mas realmente, por ser a pele de melhor qualidade do reino animal.  Ver o seu trabalho, a sua criação, a sua arte invadir o Mundo é, ao menos para mim, o maior retorno que tive da chinchila, esse pequeno animal ao qual eu tenho a maior paixão, gratidão e que marcou minha vida de maneira irreparável.

Sempre tive a chinchila como uma das minhas maiores paixões da vida, toda cultura acumulada, estrutura montada, amizades estabelecidas aqui no Brasil e em muitos, muitos Países me deixam muito feliz e realizado pessoalmente.

Para o criador, sempre devotei total respeito e fiz o máximo, dei o meu melhor para fornecer o suporte que ele sempre precisou, peço desculpas se não consegui mais e sempre, sempre podemos mais, deixo aqui meu sincero agradecimento e o enorme prazer em trabalhar com todos vocês A vontade é de dar um forte abraço em todos vocês e quem sabe ainda faço isso, nas cruzadas e rumos da vida.

Encerro as atividades com sentimento de sucesso, “ganhei o Mundo”, a Unichilla exportou peles para Canadá, Estados Unidos,Itália, Espanha, Cingapura, Japão, China, Hong Kong e Hungria e não posso esquecer o ano de 2005, que me aventurei e exportei um lote de roupas de ginástica feminina de Suplex para Trinidad e Tobago, mas foi um lapso de empreendedorismo, a chinchila sempre foi o foco principal.

Em 2008 a Unichilla foi com a FIESP ao Japão, na Missão Empresarial do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, única empresa gaúcha no evento e entre as pequenas empresas a que teve maior destaque nas rodadas de negócios….ficaram surpresos.

Com meus parceiros mundiais, destaco a parceria comercial feita de 1999 até 2013 com a Bleistein & Co de Honk Kong (braço da Britânica Hurwitz, um gigante da indústria de peles Mundial), um agradecimento a todos colaboradores, James, Polly, Melody, Josephine e a direção Anthony Ash e o seu fundador Cristopher  Mallet a quem sempre me tratou como se fossemos velhos amigos.

Por fim, em 2013 a parceria com a empresa Wanger da Hungria, agradecimento a Szilvia e um abraço todo especial ao Lajos Pothaczky, hoje sem dúvida nenhuma, o maior nome da chinchila no Mundo, fico honrado em trabalhar ao seu lado, fico honrado em poder ser parceiro comercial da empresa com a maior estrutura em chinchila no Mundo, melhor curtume (ISO9001), maior criação com 15.000 animais, e maior estrutura de “trading de peles de chinchila”, sempre tive orgulho em usar o sistema Wanger com toda a organização e excelência na qualidade voltada ao criador e ao mercado.

Queria também agradecer e “me derreter em elogios” a empresa Kuehne-Nagel na pessoa da Alessandra Ferraz e ao Despachante Aduaneiro Kralik, na pessoa do Richer Damaceno. Nestes 23 anos, os mais competentes em Logística Internacional e Despachos Aduaneiros, respectivamente, que eu trabalhei e olha que nesse item eu sempre fui “osso duro”, sempre cobrava muita eficiência.

Não posso omitir desse texto os motivos do encerramento das atividades, mas também não quero parecer “piegas”, não sou de reclamar mas chega um momento que cansamos, ver nosso trabalho (e quem lida com animais sabe bem o que é trabalho, não se tem final de semana e nem feriado) ser canalizado para um ralo que é muito maior que a gente.   Não me refiro a criação/produção de peles, mas sim em relação a empresa de exportação. Cada vez mais e mais o Brasil esta matando as suas empresas, criando normas, criando entraves, horas perdidas, retrabalho para atender “bizarrices” de Fiscais (não são todos, inclusive elogio o trabalho de alguns, eles sabem quem são), riscos incalculáveis que se é obrigado a assumir para fazer o seu negócio girar, extorsão dos Bancos e este ano a exigência do Conselho Regional de Veterinária para eu contratar um Veterinário, foi a gota d’água, usam a mesma “régua” para uma empresa exportadora de porte grande ou pequeno, abafam e matam qualquer tipo de empreendimento…..chega, como disse, não quero ser “piegas”, vou parar por aqui.

Finalizando, agradeço também ao meu ex-sócio Paulo Sérgio Brum Assunção, que fez parte do começo disso tudo, as minhas colaboradoras ao qual só tenho elogios Jociara Wagner Vasconcellos e Jocelaine Wagner Vasconcellos  e por último a minha esposa Rita de Cássia Alves da Silva Canto, esta sim….incansável apoiadora e participante de todos os momentos dessa história bonita…..que finalizo aqui…… Missão Cumprida.

(*) Enviado ao editor e originalmente publicado no Feicebuqui do autor (AQUI)

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3 Comentários

  1. Vejamos a área rural. Anos atrás inventaram o tal Cadastro Ambiental. Pessoal do interior ignorou a coisa. Ou pagou algum “solícito” para fazer, equipes do governo eram muito poucas. Depois veio o recadastramento do INCRA (basicamente vincular número do imóvel com o número utilizado pela Receita Federal, eram diferentes). Mais grana para os “solícitos”. Por último veio a nota fiscal eletrônica. Acima de um valor é necessário assinatura digital. Pequenos valores dispensam a tal coisa. Para o médio produtor é um custo a mais. Para o pequeno idem. As criaturas não têm acesso e não sabem utilizar computador/internet. Maioria mal é alfabetizado. Mais uma grana no bolso dos “solícitos”.

  2. Problemas deles acabaram? Óbvio que não. Dá trabalho encerrar uma empresa. Mais, o ambiente não é propício para os negócios no Brasil e continua igual para os que estão em atividade e para os que pretendem começar alguma coisa. As causas são simples: Estado onipresente usando a burocracia como forma de controle e gente que não faz nada de útil “regulando” a atividade dos outros. Não é a toa que startups surgem nos EUA e não na Europa. Alás, depois da crise da 2008 aumentaram as regulamentações nos USA e muita gente boa ficou inviabilizada (até lá acontece), os custos com advogados e contadores aumentaram muito.

  3. Um negócio é como um casamento: “parabéns enquanto durou”.

    Nada é para sempre. Especialistas em tecnologia não esperam nem que o iPhone dure tanto.

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