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IGREJA. Padre Alexandre Isch, ex-vigário em paróquia da cidade, será secretário em “Ministério” no Vaticano

Por MAIQUEL ROSAURO (com fotos de Reprodução/Divulgação), da Equipe do Site

Padre Alexandre foi convocado para a função pelo próprio Papa Francisco

A comunidade schoenstattiana de Santa Maria está em festa. E não é para menos. Padre Alexandre Awi Mello Isch, diretor nacional do Movimento de Schoenstatt no Brasil, foi convocado pelo próprio Papa Francisco para atuar no Vaticano como secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, uma espécie de “Ministério” da Cúria Romana.

Padre Alexandre é carioca e possui uma grande admiração de famílias católicas de Santa Maria. Em 2001, no início de sua carreira, atuou como vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora das Dores.

Em terras santa-marienses, padre Alexandre se destacou por atuar junto a grupos de jovens tanto da Paróquia das Dores quanto da Paróquia da Medianeira. Ele também acompanhou grupos de jovens do Movimento de Schoenstatt – movimento católico mariano do qual fazia parte João Luiz Pozzobon, natural de São João do Polêsine, e que hoje encontra-se em processo de canonização.

Nas redes sociais, vários santa-marienses que hoje estão na casa dos 30 e poucos anos festejaram a notícia. A nomeação ocorreu na quarta-feira (31), ao meio-dia, no Vaticano. Ele será auxiliar do cardeal Kevin Joseph Farrell, prefeito do mesmo dicastério.

Abaixo, confira uma entrevista com padre Alexandre concedida ao site do Movimento Apostólico de Schoenstatt, em 31 de maio:

O religioso vai trabalhar no novo ministério da Cúria Romana que lida com assuntos contemporâneos como Família, Leigos e Vida

Como o senhor ficou sabendo da nomeação?

Por uma ligação do Santo Padre, fazendo a convocatória, conversando, explicando. De fato, já havia alguns rumores antes, o Papa já tinha conversado com nosso superior geral [Pe. Juan Pablo Cattoggio] e depois, então, quando tudo se concretizou, ele (o Papa) primeiro me escreveu um e-mail, depois me ligou para conversar sobre essa possibilidade.

Onde o senhor estava nessa ocasião?

Eu estava no Brasil. Foi dois dias antes de eu ir para a Argentina, então, quando viajei, já estava com essa pressão, tinha que terminar o quanto antes a minha tese do doutorado. Quando eu fui, em abril, para o encontro em preparação ao Sínodo e à Jornada Mundial da Juventude – eu já ia participar, não teve nada ligado com a nomeação -, o encontro foi organizado por esse mesmo Dicastério, então lá eu conversei com o Cardeal Farrell, que de fato foi quem pediu ao Santo Padre para que eu fosse nomeado. Eu conversei com o Cardeal e depois também com o Santo Padre; nessa visita foi um encontro pessoal e aí ficou definido que eu teria até o final de maio para terminar os meus estudos – praticamente a maior parte eu já terminei, ainda faltam as correções e tenho que apresentá-lo, fazer a defesa, mas o principal já está escrito e feito.

O que significa essa nomeação para o senhor?

Um grande desafio. Na verdade eu nunca esperava trabalhar alguma vez dessa forma. Sempre imaginei a minha vida trabalhando a serviço da Igreja, mas pelo nosso Movimento de Schoenstatt, com a Juventude, que é o que eu tenho feito nesses anos todos. Imaginava que em algum momento ia começar a trabalhar com famílias também, mas nunca imaginei nenhum tipo de trabalho assim, tão amplo, a serviço da Igreja. Então é um grande desafio. É difícil também, pelo fato de deixar esse trabalho que eu já tenho agora. Estou feliz de poder servir a Igreja, mas não é algo que eu esperava nem queria, sendo sincero, pois nunca pensei e nunca busquei isso. Assumo como um desafio de Deus, um pedido do Santo Padre para poder colaborar com algo que ele precisa nesse momento em que a Igreja também passa por uma fase tão bonita de crescimento, de reformas. Também com a expectativa de cumprir a tarefa e voltar para o nosso trabalho concreto com o Movimento, com a Juventude, porque essa é uma nomeação por cinco anos.

Esse é um Dicastério novo criado pelo Papa. Qual será, de fato, seu trabalho no Vaticano e quando ele começa?

Pois é, tudo é novo. O Cardeal [Kevin Joseph Farrell] também foi nomeado no final do ano passado. Ainda não estão todos os cargos ocupados, faltam os sub-secretários – vai ter um sub-secretário para cada uma das áreas de Leigos, Família e Vida – que não estão definidos. O trabalho é o que fazia antes o Conselho dos Leigos, o trabalho com toda a questão dos leigos na Igreja, das Novas Comunidades e Movimentos, o tema da mulher, o tema da família, juventude e o trabalho com a vida, do ponto de vista especialmente pastoral. É um Dicastério que assumiu muitas tarefas que são importantes dentro da Igreja e que a gente espera poder, nas diferentes seções, continuar encaminhando da melhor maneira possível.

Eu vou assumir em setembro, porque o ano em Roma começa em setembro, e esses meses agora serão para estudar italiano; então estou indo para Roma no meio do mês, dia 16 de junho, para estudar italiano, terminar de fazer os meus estudos e assumir em setembro esse trabalho.

Muitas pessoas gostariam de entender melhor o que é um Dicastério…

É uma espécie de um “ministério”, comparando com o Brasil. A maioria se chama Congregação – tem a Congregação para a Doutrina da Fé, Congregação da Disciplina dos Sacramentos, etc. – tudo está no mesmo plano. Agora, nesse processo de reforma, optaram por dar um novo nome e se chama Dicastério para Leigos, Família e Vida, mas, para nossa mentalidade, seria uma espécie de ministério; o Cardeal é o ministro e eu entro como secretário desse ministério.

Que contribuição sua nova tarefa pode trazer para a Obra de Schoenstatt e o que Schoenstatt leva para a Igreja?

Em primeiro lugar, acho que é um serviço da Obra de Schoenstatt para a Igreja. Pela nossa experiência, pelo carisma do nosso Fundador, pelo trabalho que o Movimento tem feito já ao longo de muitos anos com jovens e famílias. É um serviço que a Igreja nos pede e eu espero também que toda a Família de Schoenstatt possa assumir junto, com o Capital de Graças, com oração, que possamos estar juntos nesse serviço que é muito mais amplo e que é uma forma também de prestarmos, a partir do nosso carisma, um serviço, uma contribuição para a Igreja, naquilo que estiver ao nosso alcance. Vamos também nos deixar complementar por muitos outros Movimentos e carismas que estão a serviço da Igreja. Ali será um espaço de encontro de muitos carismas, muitas iniciativas e, sem dúvida, isso enriquece a própria Família [de Schoenstatt]. É uma forma de aprendermos com os outros, aprendermos com a Igreja e espero, na medida em que isso estiver ao meu próprio alcance, transmitir tudo isso para a Família de Schoenstatt. Por isso também desejo que eu possa voltar, depois, trazendo toda essa experiência para dentro de nossa Família. Considero, realmente, que é um trabalho temporal para a Igreja universal e, se Deus quiser, depois volto a prestar os serviços internos que a gente tem feito até agora.

Vemos reacender, com essa notícia, a missão que Schoenstatt assume com a Confederação Apostólica Universal…

Sem dúvida, dentro do terceiro fim de Schoenstatt temos essa oportunidade de servir a Igreja a partir desse desejo do Fundador, de uma comunhão de carismas. Quando o Pe. Kentenich assumiu a missão da Confederação Apostólica Universal, como ideia de São Vicente Pallotti, ele pensava justamente que nós pudéssemos contribuir para a união de todas as forças apostólicas da Igreja a serviço da missão comum de Cristo, do Papa, da Igreja em geral. Espero também poder prestar um serviço nesse sentido.

O que o senhor leva da sua experiência como diretor nacional do Movimento no Brasil?

Em primeiro lugar, o próprio carisma, a experiência da Mãe de Deus no Santuário, da Aliança. Também muitos anos de trabalho com a juventude, praticamente por 15 anos esse foi meu trabalho principal. Mas acho que, talvez, o que mais possa me servir é a experiência de trabalhar numa Família federativa, onde o consenso, a busca da unidade, o trabalho em conjunto, em equipe, é tremendamente importante. Acredito que essa é a maior experiência que possa servir no trabalho junto à Igreja universal. A própria experiência da federatividade, da comunhão de carismas, da unidade que a gente tem cultivado na Família de Schoenstatt há tantos anos. E aqui no Brasil temos uma graça muito especial de que a nossa Central de Assessores consiga trabalhar tão bem em unidade – nesses dias nós estamos justamente na reunião da Central – e eu espero que isso também me ajude como experiência na tarefa que estou assumindo agora.

O que o senhor espera da Família de Schoenstatt? Como podemos te ajudar nessa nova missão?

Em primeiro lugar, pela oração, que possam acompanhar com orações; depois, com o testemunho. Eu acho que o trabalho com famílias, juventude, os leigos, é algo muito próprio nosso, então nossa inserção na Igreja e no mundo, dentro das suas diferentes realidades, dentro da nossa própria família, mas também na economia, na política, na educação. Ou seja, que o testemunho da Família de Schoenstatt possa também ajudar a Igreja; quem sabe em alguns momentos, concretamente, a gente ainda vai precisar da ajuda e da experiência de muitos setores da nossa Família, que podem colaborar direta ou indiretamente naquilo que a Igreja universal necessita.

Que mensagem o senhor deixa para a Família de Schoenstatt do Brasil?

Que vale a pena viver a nossa Aliança de Amor, que vale a pena confiar na Mãe, no Santuário, na sua atuação, que também somos um Schoenstatt em saída e que, portanto, eu também encaro isso – especialmente hoje, no 31 de maio, o dia da missão – como parte da nossa missão para a Igreja e para o mundo. Que nós possamos assumir, realmente, o nosso “ser Igreja em saída”, “ser Schoenstatt em saída”. Vale a pena realmente entregar o coração à Mãe, a Jesus, e eles depois nos enviam ali, onde necessitam.

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