Santa Maria

ANIMAIS. Reunião pública na Câmara discute a situação de cães abandonados e de cavalos na cidade

Encontro iniciou a discussão de pontos do Código de Postura do Município que trata dos animais. Foto Maiquel Rosauro

Por Maiquel Rosauro

A situação de cães e de cavalos em Santa Maria dominou a reunião pública realizada na tarde dessa sexta-feira (26), na Câmara de Vereadores. Poucas pessoas participaram do encontro, mas quem compareceu não mediu palavras para expor a problemática. A situação, aliás, é complexa e envolve questões sociais e econômicas.

Representantes de ONGs que lidam com os animais e professores de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) expuseram os problemas do setor. O professor Marcelo Soares, responsável pelo Centro de Reabilitação Equina, que já recuperou mais de 200 cavalos, trouxe dados importantes para discussão.

“Descobri que nenhum dono ou condutor de carroças tem no animal a sua subsistência principal. Em 100% dos casos, o uso do cavalo é complementar para sua renda. Identificamos também que o equino trabalha bastante e não recebe o mínimo: descanso e comida. Mas existe um comércio por trás de tudo isso, tem gente que recebe, troca e vende”, analisa Soares.

Durante a reunião, promovida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, chegou-se a conclusão de que a sociedade está olhando para a consequência (abandono) e não para o problema em si (responsáveis pelo abandono e maus tratos). Ou seja, quem abdica dos animais não sofre consequências.

No caso dos cães, todos os professores presentes posicionaram-se contra a implantação de um castramóvel, uma vez que está comprovado que a prática, de forma isolada, não traz resultados. Duas ações são apontadas como urgentes: fiscalização do poder público e ações educativas.

“A Secretaria de Educação precisa incluir uma matéria com os pequenos, desde o início da vida escolar, ensinando sobre as responsabilidades de ter um cãozinho, quanto tempo o animal vive e também os custos de mantê-lo”, sugere a professora Liandra Portella, coordenadora do Projeto Zelo, da UFSM.

O presidente da Frente Parlamentar, vereador João Kaus (PMDB), afirma que os trechos do Código de Postura do Município (Lei Complementar 92/2012) que tratam dos animais (inciso V – artigo 134 ao 178) serão revisados pelos parlamentares.

“Com esta reunião, ganhamos a ‘permissão’ para continuarmos nosso trabalho. Vamos fazer as mudanças necessárias e vamos apresentar as sugestões para o Executivo. É um caminho longo, mas que precisa ser feito com responsabilidade”, avalia Kaus.

Conforme o médico veterinário e vereador, Manoel Badke – Maneco (DEM), a comissão deve se reunir com o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) para tratar do tema. No futuro, uma Conselho de Proteção Animal deve ser criado na cidade, além da colocação de microchips para identificar os animais.

“O próximo passo é provocar o prefeito para uma reunião e também para implementarmos, em definitivo, a Central de Bem-Estar Animal, estruturando o esqueleto técnico de sua parte operacional”, defende Maneco.

Além de Kaus e Maneco, também participaram do encontro os vereadores Alexandre Vargas (PRB), Celita da Silva (PT), Adelar Vargas – Bolinha (PMDB) e Valdir Oliveira (PT). O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk, também esteve presente.

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