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Gestão de Risco x Gestão de Crise – por Agenor Cardoso Vieira Neto

O Dr. Agenor Cardoso Vieira Neto, é Superintendente do Ministério da Fazenda no RS, e um profundo conhecedor de Gestão Pública.

De nossas conversas, resultou um pedido para que ele produzisse um artigo para esse site, sobre “Gestão de Risco x Gestão de Crise”.

Para ler e refletir:

 

“Podemos dizer que crise é todo evento crucial não rotineiro, que exige uma resposta imediata, em razão da possibilidade de agravamento gerando perdas materiais e de vidas humanas.

Não basta achar que estamos preparados para atuar em um momento de crise por sermos proativos, termos a rédea de qualquer situação ou termos poder.

Na crise surgem reações nunca vivenciadas e que na maioria das vezes não são adequadas para a solução desse evento, seja em uma abordagem policial em ocorrências variadas, um incêndio, acidente, enchentes, deslizamentos, falha operacional em uma aeronave, uma desvalorização arrasadora de ações na Bolsa de Valores, assaltos e tantas outras mais.

Existem profissionais exaustivamente treinados para enfrentar momentos de crise e como exemplo podem-se citar os Policiais, Bombeiros, Pilotos de Aeronaves, Operadores de Bolsa de Valores, Gerente de Bancos e outros preparados especificamente para isso. Com todo esse treinamento, por diversas vezes, observamos comportamentos inadequados diante de um momento de crise, gerados pela pressão de agentes externos e internos ou pelo medo.

Quando a crise atinge diretamente a população de um Município, seja ele grande ou pequeno, de um bairro, de uma vila, de uma rua ou até mesmo em prédios públicos e privados e que dela dependam soluções advindas de políticas públicas, nada é facilmente resolvido, seja por falta de recursos orçamentários, por questões legais, por questões políticas, pela burocracia, pela falta de visão do Gestor Público, pela alta rotatividade dos escalões dos Governos, pela ganancia, pelo despreparo ou mesmo descaso.

Apesar de a crise ser um evento repentino e pouco provável de acontecer, na maioria dos casos ela é conhecida e pode ser prevista, estudada e evitada.

A Gestão de Riscos é a ferramenta ideal para evitar uma crise. Administrando o risco de alagamentos, enchentes, incêndios, assaltos e tantos outros eventos que podem se transformar em crise, estaríamos evitando o caos social.

Podemos dividir os riscos em duas categorias: Naturais e Sociais.

Riscos Naturais são aqueles não provocados pelo Homem no momento em que se manifesta, mas alguns deles ocorrem por influência indireta do Homem. Na maioria das vezes são previsíveis por já ter ocorrido pelo menos uma vez.

São eles: alagamentos, enchentes, deslizamentos, vendavais, chuvas de pedra e outros provocados pela natureza.

Riscos Sociais são os provocados pelo Homem seja por negligencia, imperícia, maldade, descaso, irresponsabilidade ou má Gestão dos recursos públicos.

Esse risco não ocorre com frequência, na maioria das vezes não é previsível e quando surge, deve ser combatido de imediato para evitar um evento de crise sem precedentes.

São eles: epidemias, pandemias, incêndio em lugares públicos, desastres e assaltos.

Tanto os Naturais com os Sociais podem ser evitados se os recursos disponíveis forem aplicados adequadamente e se o ente Público cumprir seu papel com transparência e no estrito cumprimento da Lei.“

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2 Comentários

  1. Não há como negar, que em qualquer setor ou área de trabalho riscos e crises estão interligados, de forma que, a forma atuante de um influencia direamente no resultado do outro. porém, é notório que tudo isso depende do olhar clínico dos profissionais e , principalmente, da forma Lícita com a qual cada um destes, envolvidos direta ou indiretamente, aplicam o que é exatamente necessário para obterem êxito de forma ampla. Mais que uma crírica construtiva, encontrei aqui, com clareza, o que na realidade o que muitos teimam em apenas ver, e não ENXERGAR de fato.
    Parabéns!

  2. Não há treinamento para enfrentar os riscos oriundos das atividades que desempenhamos. Podemos fazer estudos de caso, refletir, discutir e planejar ações para quando a crise gerada pelo risco que nos expomos acontece. Porém não teremos o fator emocional para agir conforme a cartilha que elaboramos.
    Neste momento um gestor precisa ter coragem, sabedoria e até mesmo frieza para enfrentar o momento com decisões adequadas para o momento. Muito bom artigo, importante refletirmos sobre isso.
    Abraço

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