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Um mundo de contradições – por Luciana Manica

Longe de ser uma entendida em história, economia e guerras, observo apenas um detalhe: não importa o canto do mundo, onde há conflito, há propriedade intelectual. Se você acha que sua patente não reflete nas turbulências internacionais, dê só uma espiadela nas manchetes mundiais dessa semana!

“A investigação às violações dos direitos de propriedade intelectual pela China, iniciada pelos EUA, pode levar a uma ‘guerra comercial’ entre dois países, informou a mídia chinesa”. Já no Irã, temos a notícia que “Teerã pode criar seu míssil de médio alcance em breve”, segundo o tabloide online Sputnik.

Mas o que suas (nossas) invenções têm a ver com isso? Bom, se ainda não lhe disseram, o conhecimento é a maior fonte de poder. Hoje em dia, o país mais rico, mais poderoso, mais assustador, não é o que detém maior base militar, maior riqueza financeira, uma mina de ouro, de carvão ou fonte de petróleo.

Não basta ter um arsenal bélico, se não tem estratégia militar, tecnologia de alcance ou potência de destruição. Enquanto os países se preparam para uma guerra de armamentos físicos, gastando bilhões com mísseis, seus computares são atingidos, todo o sistema financeiro e de comunicação é afetado, não sobrando uma só pessoa incólume ao ataque.

Mas voltemos às manchetes, até para entender o que está ocorrendo além-mar. A China é investigada pelos EUA por obrigar as empresas norte-americanas a revelar e entregar a propriedade intelectual dos seus produtos. Em contrapartida, os EUA estariam dispostos a aplicar unilateralmente barreiras comerciais aos produtos estrangeiros, o que poderia aumentar as taxas de importação.

Com o devido respeito, parece-me que sequer há essa obrigação de transferência de tecnologia imposta pelos chineses, e sim, cópia descarada. Mas isso é só uma suposição, longe de uma acusação! E mais, tudo leva a crer que a “sofrência” ficará na Terra do Tio Sam se forem aplicadas as barreiras de importação para a China. Tente comprar um tênis Nike, uma camisa Tommy, pra ver se não é “made in China”. Faça o teste, vá olhar no seu armário!

De outro lado, o Teerã anuncia uma significativa ampliação de gastos na seara militar, com um financiamento de 500 milhões, para terminar de desenvolver um míssil de médio alcance, buscando fazer testes e produção em escala. Neste território, diferentemente do chinês, os custos com a compra de licenças, e toda a gama que abarca a propriedade intelectual, estão incluídos no orçamento. Mais, o desenvolvimento da tecnologia será explorado via patente, permitindo o retorno do investimento feito.

Ok, que fique claro! Não estou fazendo apologia à guerra, longe disso! Mas o pano de fundo dos conflitos, inclusive internacionais, estão centrados na propriedade intelectual. Agora, pensando bem, talvez isso seja para mim uma relação de amor e ódio. Fiquei confusa!

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