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UFSM. Cortes no orçamento começaram em 2014

Sedufsm questiona lentidão dos reitores em denunciar cortes governamentais. Foto Fritz Nunes

Por Fritz Nunes / Sedufsm

Em uma sala lotada no 2º andar do prédio da Reitoria, com pessoas, inclusive, assistindo em pé a exposição, o reitor da UFSM, Paulo Burmann, falou no final da manhã desta sexta, 15, sobre a crise orçamentária enfrentada pelas instituições de ensino federais. O dirigente da universidade apresentou dados mostrando o “estrangulamento” que as universidades vêm sofrendo e pediu a solidariedade de todos. A atividade teve a participação de representações políticas, mas também de representantes de sindicatos e entidades estudantis. Falando em nome da Sedufsm, o vice-presidente, professor João Carlos Gilli Martins, questionou o que considera uma lentidão dos reitores no processo de denúncia dos cortes que já têm sido apontados pelo movimento sindical há bastante tempo.

Gilli reclamou o fato de que a Andifes (Associação dos Reitores) tem administrado a crise gerada pelos cortes de recursos, iniciados ainda no governo Dilma, repassando isso para que a comunidade universitária pague a conta. Para exemplificar que o movimento iniciado pelos reitores está em sintonia lenta, o dirigente da Sedufsm lembrou que, ainda em setembro de 2016, portanto, um ano atrás, a Sedufsm, juntamente com mais uma dezena de entidades, criou a Frente Combativa em Defesa do Serviço Público, com o intuito justamente de denunciar e lutar contra o sucateamento do setor público e da universidade.

Durante sua explanação, o reitor da UFSM detalhou em gráficos o tamanho do rombo a que as instituições têm sido submetidas. Um dos gráficos comparou o orçamento de capital liberado de 2014 a 2017 e o que foi contingenciado. E um segundo, comparou o orçamento liberado para custeio e o que foi contingenciado, entre 2014 e 2017. Os valores não incluem a expansão do campus de Cachoeira do Sul, para o qual o governo liberou, até agora, uma ínfima parte de um total acordado com o MEC de R$ 129 milhões. E nem os recursos para os novos cursos de Engenharia Aeroespacial e de Telecomunicações.

Contingenciamento em capital
Segundo os dados fornecidos pela reitoria, os cortes começaram ainda no ano de 2014, quando no que se refere ao investimento o contingenciamento acumulado foi de R$ 30,87 milhões; em 2015, esse valor acumulado correspondeu a R$ 58,40 milhões; em 2016, R$ 77,40 milhões; em 2017, até o momento, R$ 92 milhões. Lembrando que 2014 e 2015 ainda era gestão de Dilma Rousseff.

Contingenciamento em custeio
No que se refere aos cortes em custeio, em 2014 o contingenciamento acumulado chegou a R$ 12 milhões; a R$ 24,62 milhões em 2015; a R$ 27,48 milhões em 2016 e, em 2017, até o momento, alcança R$ 60,39 milhões. Acompanhe abaixo o gráfico comparativo.

Paulo Burmann enfatizou a importância da discussão que tem sido feita junto aos parlamentares da bancada gaúcha, tanto em nível federal, como em nível estadual, o que levará a que nesta segunda, 18 de setembro, seja lançada, em Porto Alegre, no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, a Frente Gaúcha de Defesa da Universidade e Institutos Federais. Para o reitor, a mobilização é fundamental, tendo em vista a tentativa de reversão do atual cenário de cortes. Além de buscar a garantia de liberação de 100% do orçamento, é imprescindível que 2018 não seja ainda pior. Conforme Burmann, a própria Lei Orçamentária Anual (LOA) havia previsto para o próximo ano 0% de recurso para investimento das universidades. Contudo, o próprio governo parece disposto a revisar a LOA, comentou o reitor.

Ônibus
Na segunda, dia 18, sai um ônibus de Santa Maria para Porto Alegre, às 4h da madrugada, levando pessoas ao evento da Assembleia Legislativa. A ida do ônibus está sob a coordenação da reitoria da UFSM, sendo que foram colocadas cinco vagas à disposição da Sedufsm até hoje ao meio-dia, e duas foram ocupadas.

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5 Comentários

  1. Sem a reforma da Previdência, esse pessoal vai cair na real mesmo.

    Terei dó dos alunos e da qualidade da educação a partir do ano que vem se não acontecer a reforma. Não vão ter correção de salários e vai ser aquela choradeira, as greves vão pipocar. E nós pagando a conta e nas mãos da boa vontade de uma das classes funcionais que se acha dona do Estado brasileiro.

  2. IFES são tocadas por burocratas. Mandam um orçamento para Brasília. Aprovado, pode ser que o dinheiro apareça. Contraste com as “particulares” onde o dirigente tem que ser gestor, tem que correr atrás da receita, não pode só pensar em cortar custos.
    Os “planos” da Dilma estavam todos furados, basta ver que nenhum deu certo. Reitores (até mesmo os que acham que “reitorar” é construir prédios) podem fazer o que quiserem, não há dinheiro suficiente nem para a saúde. Vide o Hospital Regional.
    O resto é circo político estéril, autopromoção e “pesca” de votos.

  3. Começou com a dama de vermelho? Mas a dama de vermelho e o PT não levavam a economia aos céus das bonanças e não priorizavam a qualidade dos serviços públicos? Que coisa.

  4. É muito simples de encaminhar o problema, acabar com essa estória de “autonomia”. Que o MEC faça o orçamento, as despesas cabíveis e pague-as. Dar autonomia para as próprias universidades gastarem como acham que deve dá nisso. O dia que a fonte seca, e vai secar mais ainda sem a reforma da Previdência, ficam de pires na mão. A crise também é uma boa oportunidade de se fazer uma bela auditoria nessas contas para saber o que realmente cabe pagar e uma reavaliação de valores (falo da relação custo x benefício de investimentos). Não tem família que não repensa prioridades e valores (onde vale a pena gastar ou não). No caso, vai ficar na mesma? Com certeza há despesas que não caberiam ser feitas em momentos de crise.

  5. Vixe, a primeira coisa que vão cortar são as diárias e hospedagens para o turismo dos professores em congressos no litoral e Exterior! Esse pessoal vai acabar adoecendo.

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