COLUNA OBSERVATÓRIO. O custo, para Schirmer, da “incineração” de secretários

Consta que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, detesta (talvez não saiba) demitir. Mas sabe, como ninguém, fritar ministros indesejados. Uma notinha num jornal aqui. Um colunista acolá. E vira uma bola de neve. Até o ponto em que o indigitado recebe recado de um enviado do cara. E pede o boné. Melhor: tem que ter talento para fritar e o fritado continuar amigo. A maioria fica.

Já o ex-prefeito Valdeci Oliveira, pelo que se percebeu nos seus oito anos de poder comunal, não conseguia ou não gostava dessa arte gastronômica. “Enfiava a faca”, se fosse necessário, na opinião dele ou por contingência política. E assim foi, não uma mas várias vezes, nos dois mandatos que a população lhe concedeu. Aparentemente, a maior parte, embora talvez não seja amiga, continua no mesmo lado.

O que se está presenciando no presente momento, na Santa Maria da boca do monte é outra coisa. Beeem diferente. Um punhado de secretários, que se conta em quase todos os dedos de uma mão, está sendo incinerado pelo prefeito Cezar Schirmer – ou há quem acredite que ele não ouça rádio nem leia jornal? Dia sim, dia também, a mídia se encarrega (por conta de fontes oriundas do próprio Centro Administrativo) de “fazer o serviço”.

De maneira que, não demora, alguém não será demitido, mas desmoralizado. Ou, por outra, quem sabe por não haver peças de reposição, ou ainda falta de convicção do comandante, acabará ficando no mesmo lugar. Com prejuízo político/administrativo difícil de recuperar no curto prazo.

Atenção: fritados não necessariamente viram inimigos. Já carbonizados…