ELEIÇÕES. Há os que, querendo ou não, fazem parte de clãs. Só para governos estaduais, 24 concorrentes
Há quem nem goste disso. Supõe-se que seja o caso de Luciana Genro, candidata a presidente e filha do governador e candidato à reeleição, Tarso Genro. É um dos casos mais evidentes, no entanto, de que existem clãs politicos, ainda que com discordâncias, como é o caso de ambos. Mas, certamente, nem são os casos mais conhecidos no Brasil inteiro.
Afinal, afora os 24 concorrentes aos governos estaduais, conforme levantamento feito pela versão brasileira do jornal espanhol El Pais, há dois protagonistas do pleito presidencial que não só são como ostentam a condição de representantes de figuras nacionais históricas. Quer saber mais? Vale conferir a reportagem assinada por Pedro Marcondes de Moura, com fotos de Arquivo. A seguir, um trecho:
“Vinte e quatro candidatos a governador concorrem com a ajuda do sobrenome…
… A corrida eleitoral ao Palácio do Planalto deste ano evidencia um traço da política brasileira: os clãs eleitorais. Os dois principais adversários da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), descendem – e ostentam isto – de duas personalidades históricas da vida pública nacional. De um lado, a petista enfrenta o senador do PSDB, Aécio Neves, neto do presidente da República Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse. Do outro lado, disputa a eleição com Eduardo Campos (PSB), neto de Miguel Arraes – ex-governador de Pernambuco por três vezes. Há ainda a presidenciável do PSOL, Luciana Genro, ferrenha opositora do partido do pai e governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).
Nas eleições estaduais, a presença dos clãs também é evidente. Segundo levantamento do EL PAÍS, 24 candidatos a governador integram grupos que já ganharam tradição em suas respectivas regiões. As oligarquias familiares não têm barreiras partidárias. O PT, que ganhou força no passado com o discurso de pôr fim às estruturas arcaicas da política brasileira, também conta com os seus clãs. Um exemplo é a administração da sigla no governo do Acre. Há quatro mandatos à frente do Estado, a legenda já elegeu dois irmãos. O primeiro é o hoje senador, Jorge Viana, governou de 1999 a 2006. O segundo, o atual mandatário do Estado, eleito em 2010, e atual candidato à reeleição, Tião Viana…”
Também na região Norte, o senador Jader Barbalho, que chegou a renunciar a um mandato na casa parlamentar por suspeita de corrupção, tenta transferir o seu capital político a um familiar no Pará. Trata-se de seu filho Helder Barbalho (PMDB), ex-deputado estadual e agora candidato a governador. Graças em boa parte à costura política paterna, a sua campanha possui uma coligação de 11 partidos, o que lhe garante um precioso espaço de tempo de tevê. O seu palanque também contará com presenças ilustres, como ficou claro na participação do…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Fiz uma análise da correlação entre este grau de parentesco político e índices de desenvolvimento nos estados. O resultado não é nada surpreendente: http://alexandre.ci.ufpb.br/nao-vote-nos-parentes/