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CIDADE. Perimetral que ligará as regiões Sul e Leste já conta até com abaixo-assinado a favor da obra

Esta é a Estrada Municipal Eduardo Duarte hoje. A maior parte do trajeto é de chão batido. Foto Maiquel Rosauro

Por Maiquel Rosauro

Uma via de chão batido, onde o silêncio só é cortado pelo relinchar de cavalos Crioulos que pastam tranquilamente em uma propriedade à beira da estrada. Não se observam pessoas caminhando a pé e raríssimos carros se aventuram na travessia, já que os buracos e os desníveis obrigam os motoristas a trafegar com uma velocidade média de 30 km/h. No decorrer da estrada, há pequenas chácaras e, volta e meia, moradores das redondezas atravessam a estrada em carroças.

A cena bucólica que parece remeter ao interior do município, na verdade está encravada dentro da cidade de Santa Maria, entre as regiões Sul e Leste. Trata-se da Estrada Municipal Eduardo Duarte. Ela inicia na BR 392 (Faixa de São Sepé), em frente à unidade da Ambev e segue por um sinuoso trajeto de 5,84 km até BR 287 (Faixa Nova de Camobi), em um entroncamento próximo ao Park Hotel Morotin. Apenas o trecho final, de 1,44 km, que inicia junto à Escola Municipal Maria de Lourdes de Castro, possui asfalto.

Esta é principal alternativa, hoje, para quem sai da zona Sul e pretende seguir para a zona Leste, sem ter que enfrentar o engarrafamento dos trevos da Uglione e do Castelinho. Contudo, no que depender do poder público, o pitoresco cenário vai mudar radicalmente nos próximos anos.

Em agosto, a Câmara de Vereadores autorizou a Prefeitura de Santa Maria a firmar convênio com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) pelo prazo de 35 anos. Um das exigências do Executivo é o repasse de verbas para o asfaltamento da Estrada Eduardo Duarte, criando uma perimetral entre as duas regiões da cidade.

De acordo com a Casa Civil do Executivo, o contrato definitivo com a Corsan ainda não foi assinado porque a Procuradoria Geral do Município (PGM) e o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) ainda estudam detalhes do documento. Contudo, existe a confiança de que logo o acordo seja firmado.

O secretário estadual de Obras, Saneamento e Habitação, Fabiano Pereira (PSB), explica que obra será feita pela Prefeitura com ressarcimento da Corsan. O valor total irá girar em torno de R$ 20 milhões. Todavia, a iniciativa não seguirá o trajeto completo da Estrada Eduardo Duarte.

“No projeto inicial da Companhia estava previsto construir uma central de tratamento de esgoto em Camobi. Como não conseguimos a autorização da UFSM, a saída foi duplicarmos a central da Lorenzi, o que inclusive sairá mais barato pois teremos apenas uma equipe atuando. Para isso, precisamos levar o esgoto de Camobi até a Lorenzi através de um emissário. Neste trecho, pensou-se em fazer uma avenida em cima”, explica Fabiano.

O emissário sairia do Parque Residencial Novo Horizonte, em Camobi, até a estação na Vila Lorenzi. Parte da Estrada Eduardo Duarte seria utilizada, enquanto que alguns terrenos teriam que ser desapropriados. O trajeto total teria em torno de oito quilômetros.

“Parte do trajeto já existe e, em tese, a desapropriação não é um grande problema”, avalia Fabiano.

Ainda não está definido se a perimetral será uma avenida ou uma estrada simples de duas vias. Da mesma forma, não há prazo para o início das obras, o que só deve ser estipulado após a assinatura do contrato entre Prefeitura e Corsan. Porém, já há diversos interessados no empreendimento.

Abaixo-assinado para sensibilizar autoridades

Por alguns instantes, é possível esquecer que a estrada está dentro da cidade, entre as regiões Sul e Leste. Foto Maiquel Rosauro

O vereador Marion Mortari (PSD) iniciou em agosto um abaixo-assinado para pressionar o asfaltamento da Estrada Eduardo Duarte. Segundo o parlamentar, a perimetral é de extrema importância para a região Sul.

“Hoje, o único lugar de Santa Maria que não é beneficiado pelo transporte público é a região Sul. Para ir até a UFSM temos que pegar um ônibus para ir até o Centro e depois outro para ir até Camobi”, relata Mortari, que é morador de Pains.

O edil tem a pretensão de recolher 5 mil assinaturas no abaixo-assinado, fazendo com que a campanha sensibilize os órgãos públicos para que não percam a oportunidade de fazer a obra. Mas, por enquanto, Mortari faz uma ressalva para você que está lendo esta matéria e pretende se aventurar na Estrada Eduardo Duarte.

“De dia dá para passar, mas à noite é bem perigoso. A via não tem iluminação e possui diversos pontos de desova irregular de lixo e muito mato”, alerta o vereador.

Do outro lado, qualidade de vida

Esboço com o possível trajeto da perimetral, tendo como base a Estrada Eduardo Duarte e o Loteamento Novo Horizonte. Imagem Google Maps

Se os moradores da região Sul festejam a possibilidade de ganhar uma perimetral, o mesmo sentimento é compartilhado por quem mora na região Leste. Conforme o vereador Daniel Diniz (PT), morador de Camobi, a nova rodovia irá criar uma alternativa de deslocamento e melhorar a qualidade de vida de milhares de santa-marienses.

“Sou a favor dessa perimetral porque vai desenvolver as regiões Leste e Sul, sobretudo, pelo grande número de residências da região. Será também uma excelente alternativa para quem vem de Porto Alegre ou da Quarta Colônia e deseje se dirigir para a região Sul ou até mesmo para a região Oeste”, observa Diniz.

O petista lembra que hoje a Faixa Velha e a Faixa Nova de Camobi são as únicas ligações asfaltadas da região Leste com o resto da cidade. Em dias úteis, no final da tarde, independente da via que o motorista escolher, é comum ter que enfrentar mais de uma hora de trânsito pesado para ir da UFSM até o Centro de Santa Maria.

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2 Comentários

  1. Podiam criar a Rota Bagual, assim como o Vale dos Vinhedos e a Arrota Gastronômica, divulgando todo o nosso belo potencial turístico rsrsrç

  2. Deviam ter feito esse convenio com a Corsan, para dar esses 20 milhões para abrir o hospital regional, mais como os politicos, querem mídia pensam num progeto que nem daqui a 100 anos vai sair, realmente não tem jeito mesmo, essa politica vai ser sempre assim, muito grito e pouca lã.

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