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CÂMARA. O que levou seis vereadores da base do Governo Jorge Pozzobom a se unirem com a oposição?

“Grupo dos 11” é formado por vereadores descontentes com o governo Pozzobom. Sem edis da base não haveria chapa de oposição

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Equipe do Site

A nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Santa Maria será conhecida quinta-feira (28), na última sessão do ano do Legislativo. Se nenhuma surpresa ocorrer, o Grupo dos 11 (que integra seis vereadores da base do governo e cinco da oposição) levará o pleito por apenas um voto. Porém, o que levou meia dúzia de governistas a abandonar o barco e colocar em risco o emprego de vários de seus cargos de confiança (CCs) no Executivo?

Durante a semana, o site conversou com vereadores, assessores e lideranças tanto do Grupo dos 11 quanto do governo para entender o que desencadeou a crise. Com a promessa de não ter o nome revelado, várias fontes revelam uma relação desgastada e apontam vilões de ambos os lados.

De modo geral, os governistas indicam a vereadora Deili Silva (PTB) como a principal responsável pela dissidência dos seis parlamentares, já que desde o início do atual mandato a petebista exerce uma atitude combativa em relação governo Pozzobom. Há quem afirme que ela sempre atuou como oposição, enquanto outros culpam a inércia do governo em relação à vereadora.

“Se o governo tivesse “podado” a Deili lá no início do ano, quando ela começou a realizar críticas mais duras em relação ao governo, hoje não correríamos o risco de perder a Mesa”, afirmou um governista.

Já uma liderança do governo aponta que “falta caráter” nos vereadores dissidentes, pois havia um acordo para que Manoel Badke – Maneco (DEM) assumisse a presidência em 2018.

“Dos 16 parlamentares da base, 15 deles assinaram um documento firmando o acordo. A única exceção foi a Deili. Ela disse que não assinaria um acordo de dois anos”, informou a fonte.

Outros governistas que apontam interesses pessoais dos vereadores dissidentes e o desgosto com o governo Pozzobom como motivos da crise. Contudo, o que tem incomodado a base são as constantes manifestações públicas de força do Grupo dos 11. Um exemplo foi no amigo secreto realizado na quinta-feira (21), na Sala da Presidência, quando Jorge Trindade – Jorjão (Rede) afirmou para quem quisesse ouvir que o seu amigo oculto era o “novo presidente da Casa”, Alexandre Vargas (PRB).

Dissidentes também apontam um vilão

Pelo lado dos dissidentes, a principal queixa repassada ao site é a falta de atenção para as demandas dos vereadores, que raramente são atendidas. O reclame geral é de uma falta de valorização do Executivo em relação ao trabalho dos parlamentares.

Outra queixa citada pelas fontes do site é a “patrolagem” do governo sobre os parlamentares. A gota d’água aconteceu na sessão do dia 5 de setembro, quando a Câmara rejeitou uma moção de apoio de autoria do líder da oposição Valdir Oliveira (PT) a fim de não constranger o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). Na ocasião, os parlamentares negaram o apoio a uma carta aberta de repúdio à Prefeitura, redigida pelo Fórum Regional de Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (Fortsuas) – Região Centro (AQUI).

“Veio alguém do Executivo e disse que não podiam aprovar. É muita prepotência, ninguém se sentiu livre para legislar”, relata um contato do site.

E se os governistas apontam Deili como a principal causadora da crise, os dissidentes também possuem o seu vilão: o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez (PSDB).

“O Schirmer (ex-prefeito) tinha o Ony Lacerda (ex-chefe de gabinete), um cara quem a gente xingava de um monte de coisa. O Ony ouvia tudo, não se exaltava e no fim ainda dava um tapinha em nossas costas e dizia que iria resolver o problema. Já o Guilherme não, ele é autoritário, truculento e vingativo”, explica outra fonte.

Por fim, outro contato do site também releva mais um motivo de desagrado: a baixa quantidade de cargos de confiança (CCs) para os partidos dos vereadores dissidentes no Executivo. Embora não seja o fator determinante da crise na base, teve um peso para a criação do Grupo dos 11.

Abaixo, confira quem é quem na atual disputa de poder do Legislativo santa-mariense:

Grupo dos 11

Adelar Vargas – Bolinha (PMDB)

Alexandre Vargas (PRB)

Celita da Silva (PT) – oposição

Daniel Diniz (PT) – oposição

Deili Silva (PTB)

Jorge Trindade – Jorjão (Rede) – oposição

Leopoldo Ochulaki – Alemão do Gás (PSB)

Luciano Guerra (PT) – oposição

Marion Mortari (PSD)

Ovidio Mayer (PTB)

Valdir Oliveira (PT) – oposição

Base fiel ao governo Pozzobom

Admar Pozzobom (PSDB)

Cida Brizola (PP)

Francisco Harrisson (PMDB)

João Kaus (PMDB)

João Ricardo Vargas (PSDB)

Juliano Soares – Juba (PSDB)

Lorena Santos (PSDB)

Luci Duartes – Tia da Moto (PDT)

Manoel Badke – Maneco (DEM)

Vanderlei Araujo (PP)

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3 Comentários

  1. Briga porque não passou moção de apoio à carta de repúdio. Um cara que não sabe dizer não, algo que é uma arte na política.
    No fim, faltaram cabides, edis prometeram boquinhas para meio mundo para se eleger e agora os ex-futuro aspones reclamam como se não houvesse amanhã.
    Cereja do bolo é alguém que queria a secretaria de saúde e não levou. Secretaria com muita projeção, muitos cabides e funções gratificadas para os amiguinhos.
    “Povo”? Só é importante em 2020 para depositar os votos.

  2. Política tipo “Tosa de Porco”: Muita gritaria e pouca Lã !!!! Quando vão trabalhar por Santa Maria ??? Pobre cidade !!!

  3. Pelo menos uma mulher teve a honra de não se rebaixar para um governo que toda cidade de Santa Maria não aprova.
    Parabéns vereadora Deili e podem esse homem que quer podar vocês

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