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ELEIÇÕES. Cadê as pesquisas com o cenário gaúcho?

Palácio Piratini, sede do governo: “por trás do aparente descaso se esconde um temor velado pelo resultado”, escreve o articulista

No jornal eletrônico SUL21, por SÉRGIO ARAÚJO, com foto de LEANDRO OSÓRIO (Divulgação)

Faltando dez meses para as eleições de 2018 uma pergunta se impõe: onde andam as pesquisas eleitorais para o governo do Estado? De todos os estados brasileiros com maiores dificuldades financeiras e com menor desempenho operacional, o Rio Grande do Sul ocupa indiscutivelmente o primeiríssimo lugar, daí a importância da próxima eleição para o Palácio Piratini.  Mas se o pleito reveste-se de importância singular, por que então não são realizadas pesquisas para ouvir a população?

Certamente não é pela falta de pré-candidatos. Eles estão aí dando entrevistas, palestras, visitando municípios e conversando com possíveis aliados. Dentre eles pelo menos quatro estão em pré-campanha: Jairo Jorge (PDT), Miguel Rossetto (PT), Eduardo Leite (PSDB) e Mateus Bandeira (NOVO). E tem os que aparecem como preferenciais dos seus partidos. Refiro-me a José Ivo Sartori (PMDB), Luis Carlos Heinze (Progressistas), Roberto Robaina (PSOL), Abigail Pereira (PCdoB) e Ranolfo Vieira Júnior (PTB).

Com esse leque de opções não resta dúvida de que existe matéria-prima mais do que suficiente para a realização de pesquisas. Por que então não são feitas? Não bastasse retratarem a fotografia do momento político do Rio Grande do Sul, as pesquisas sempre foram consideradas ferramentas de grande valia para a definição e consolidação de candidaturas e para a movimentação interpartidária.

Mas se servem para medir a temperatura do ambiente político pré-eleitoral, as pesquisas tem uma característica educativa de grande relevância, que é informar o eleitor sobre o cenário futuro que se avizinha. Afinal, o grande protagonista e o maior interessado pelas eleições é o eleitor. Por que então ele não está sendo consultado sobre as tratativas e possibilidades em curso?

Mais. Por que não são realizadas pesquisas qualitativas para saber, por exemplo, qual o perfil desejado pelo eleitor para o próximo governador?  Quais as prioridades que ele gostaria que constasse nos planos de governo dos candidatos? Pesquisas serviriam para dar voz e vez a estas questões. Por que então não são realizadas?

Por que os veículos de comunicação e os institutos de pesquisa enfrentarem escassez de recursos? Ora, se existe um dinheiro bem aplicado em política é em pesquisa. As sérias e confiáveis, óbvio. Mas vá lá, digamos que seja está a razão, por que então instituições privadas com maior lastro financeiro, a exemplo do que faz a CNT, não patrocinam as pesquisas? Fiergs, Federasul, Fecomércio, Farsul e outras.

E aí é, tudo indica, que se encontra o real motivo do desinteresse pela realização de pesquisas. Por trás do aparente descaso se esconde um temor velado pelo resultado. Ou seja, os candidatos da preferência dos possíveis patrocinadores estão ameaçados de não ter um bom desempenho e, por conta disso, verem reduzirem suas chances de composição de coligações e, consequentemente, de vitória no pleito.

Aliás, recentemente uma rara pesquisa, promovida pela associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asofbm) e divulgada no site da revista Veja, mostrou que apenas 5,5% dos moradores de sete cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre avaliaram positivamente o governo Sartori. Um recorde de desaprovação governamental. Apesar disso, pouco ou quase nenhum destaque midiático foi dado.

Se a falta de pesquisas retrata um desinteresse estratégico, proposital, começamos muito mal os preparativos para a eleição. De nada adianta editoriais midiáticos pedindo a moralização da política se os próprios veículos de comunicação omitem informações importantes para a população. De nada adianta o empresariado bradar pela implantação da mentalidade privada no setor público se os métodos utilizados são antiéticos e primam pela desfaçatez.

Se é imprescindível e urgente fazer alterações no hoje desacreditado sistema político brasileiro, e é, que a mudança envolva políticos e partidos, mas que atinja também tudo e todos que fazem interface com a necessária transformação. Aliás, isso daria uma boa e oportuna pesquisa não acham?

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