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POLÍTICA. Dois jovens advogados, com menos de 30 anos, estarão na linha de frente da Câmara em 2018

Lucas Saccol Meyne, 24 anos, atuará como procurador jurídico. Já Julio Cesar Santos, 28 anos, será chefe de gabinete da Presidência

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Equipe do Site

Dois advogados com menos de 30 anos de idade estarão à frente de dois dos principais cargos de confiança (CCs) da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Santa Maria em 2018. Lucas Saccol Meyne, 24 anos, será o procurador jurídico Legislativo; enquanto que Julio Cesar dos Santos, 28 anos, irá atuar como chefe de gabinete da Presidência.

Os cargos integram o primeiro escalão entre os CCs, com salário mensal de 11.466,43, os quais exigem que os ocupantes das vagas tenham Ensino Superior. Para comparação, o valor recebido é maior do que o vencimento pago aos vereadores, que recebem R$ 9.641,03 mensais.

Em 2017, ambos atuaram como chefes de gabinete parlamentar. Meyne trabalha com a vereadora Deili Silva (PTB) há cinco anos. Antes disso, quando tinha 16 anos, atuou como assessor do vereador Admar Pozzobom (PSDB). Já Santos estreou em um cargo político este ano ao lado de Alexandre Vargas (PRB), eleito na quinta-feira (28) presidente do Legislativo para 2018.

Meyne tem uma grande facilidade para trabalhar com diversas demandas ao mesmo tempo, visto que Deili é uma das parlamentares com mais requisições feitas ao Executivo ao longo do ano. O rapaz é uma referência tanto jurídica quanto estratégica para o grupo dos 11 vereadores que se formou neste final ano para vencer a eleição Mesa Diretora, devido a seu vasto conhecimento nos trâmites legislativos.

Santos é conhecido por seu carisma, já que sempre chega à Casa do Povo com um sorriso no rosto. Também se diferencia por ser um excelente ouvinte, mas quando fala todos prestam atenção, pois jamais precisa aumentar o tom de voz para impor sua opinião. Em sua vida profissional, possui vasta experiência no Exército, onde atuou durante oito anos como tenente temporário.

Na manhã de sexta-feira (29), o site entrevistou os advogados no gabinete de Deili. Entre os tema da conversa, destaque para a criação do grupo de vereadores dissidentes, governo Pozzobom, eleição da Mesa e as novas funções que eles irão desempenhar em 2018. Confira:

Site: Quando se formou o grupo de vereadores dissidentes da base do governo Pozzobom?

Meyne: Foi em setembro, durante uma viagem a Porto Alegre.

Santos: Há um mês e meio começamos a conversar com o PT.

Meyne: Foi mais ou menos nessa época que começou a vazar tudo (para a imprensa).

Santos: Poderiam ter segurado um pouquinho a informação (risos).

Site: Os seis dissidentes (Deili, Ovidio, Mortari, Bolinha, Alexandre Vargas e Alemão do Gás) convidaram outros vereadores da base para se unir ao grupo?

Santos: Sempre ficou nesses seis mesmo.

Meyne: As outras bancadas são mais de governo, como PP e PSDB.

Site: Como vocês avaliam o primeiro ano de governo Pozzobom?

Santos: Faltou diálogo dos secretários com os vereadores. Tem secretário que nunca veio à Câmara. O vereador é eleito pelo povo, como o governo não vai dar atenção?

Meyne: O governo afirmou que queria um vereador parceiro e não submisso. Só que na prática, nossa avaliação é que ocorreu o contrário. Faltou diálogo e respeito até mesmo às prerrogativas do poder Legislativo, no momento em que se envia projetos de forma atropelada (impondo urgência), o vereador não tem a convicção de que está votando algo correto.

Santos: Essa falta de diálogo e simetria ficou evidente quando surgiram, no mínimo, três situações com moradores de distritos entrando em atrito com representantes do governo. Isso são fatos e não desculpas.

Meyne: Quando um dos líderes do governo disse, na imprensa, que a vereadora Deili estava com problemas pessoais devido às suas críticas ao Executivo, ficamos muito revoltados. O governo não pode se limitar a isso.

Site: Apesar de ter maioria, vocês esperavam enfrentar toda aquela dificuldade na eleição da Mesa?

Meyne: Esperávamos até mais.

Santos: Nos estávamos bem preparados.

Meyne: Tínhamos plano A, B e C.

Site: O plano A se confirmou com Alexandre Vargas sendo eleito e o B era encabeçar a chapa com Bolinha. Mas e o plano C?

Meyne: Alemão do Gás presidente.

Santos: Se faltasse algum vereador poderia ocorrer um empate no número de bancadas e, como o Alemão é mais velho, ele venceria no desempate.

Meyne: Enquanto eles (vereadores fiéis a base do governo) rabiscavam os nomes da chapa, nós já estávamos com tudo pronto.

Site: Um momento surreal ocorreu antes da sessão, quando Bolinha ficou sitiado nesta sala. Ao mesmo tempo, lideranças do PMDB estavam reunidas no gabinete dele, que fica aqui ao lado. Quando o vereador veio para a sala de Deili?

Meyne: Foi por volta das 13h30min. Ele veio antes de todos, depois chegaram o Daniel Diniz e o Alexandre. Mas o Bolinha não veio porque a gente orientou, ele mesmo entrou direto no nosso gabinete. Depois é que ficamos sabendo daquela “guerra” no corredor, com lideranças do PMDB no gabinete dele.

Santos: Procuramos ser muito transparentes com os objetivos do grupo. Por isso, nos sujeitamos a ter perda de cargos. Se fosse pensar apenas em si mesmo, quem quer se juntar para perder? O Marion tinha uma posição no governo e agora ele está dando passos para trás em relação ao Executivo. Por quê? É pelo povo, ele não quer ir a um distrito e depois ver alguém reclamar no Facebook que a estrada não está boa.

Meyne: O que deu certo no grupo foi o respeito a opinião de cada um e a construção que conseguimos dar. Não significa que todos tiveram seus pedidos atendidos, mas mostramos que não tem como todo mundo ganhar sem perder um pouco. Ou um ganha sozinho ou todos ganham juntos. Esse diálogo franco, que tenho certeza que o vereador Alexandre vai manter, foi a receita do bolo.

Santos: Ou seja, dividir para somar. Tanto é verdade que a Andreia (Andreia Militz de Castro Turna, advogada e chefe de gabinete de Daniel Diniz) é do PT e o partido não possui cargo na Mesa, mas ela será a secretária-geral porque estamos pensando em pessoas competentes. Seria fácil colocar membros do partido, mas a Casa tem que andar, o povo tem que ter um melhor respaldo.

Site: Qual é a perspectiva de vocês para 2018 no Legislativo?

Meyne: Muito positiva.

Santos: É muito boa. Antes mesmo de se concretizar a vitória na Mesa, nós assessores nos reunimos para discutir projetos. E agora, após o pleito, não será diferente.

Site: E quanto aos cargos que vocês irão assumir, o que esperam das novas funções?

Meyne: Vou usar os três ingredientes do bolo que deu certo: diálogo permanente para mostrar o que pode e não pode ser feito; valorizar as pessoas que fazem parte de todo o processo; e respeitar sempre a democracia.

Santos: Vou escutar todo mundo e vou assessorar o vereador Alexandre da melhor maneira possível no sentido de que possa fazer uma boa gestão. E, claro, também vou cuidar da figura política do presidente, pois ele tem suas responsabilidades externas. Vou atender todos da melhor maneira possível, independente de partido, cor, religião ou classe social.

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