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Revendo o conceito – por Pylla Kroth

Em minha crônica da semana passada escrevi que o Natal havia perdido o significado, que deu lugar ao consumismo, às arvores enfeitadas, à competição pela decoração e ao dito Papai Noel não tão bom assim.

Um leitor de idade avançada me encontrou na rua e me deu um abraço e me falou com voz experiente em aprovação as minhas colocações – “verdade, Pylla, verdade, mas vou lhe dizer algo muito importante que aprendi na vida com meus 84 anos:  vamos olhar nesse momento a nossa volta e para nós dois aqui com saúde, caminhando e podendo distribuir nosso sorriso fácil. Acredito que temos que procurar as coisas positivas escondidas no meio disso tudo! As lojas aumentaram o número de seus funcionários no comércio, abrindo vagas de emprego temporários vindo propiciar para muitas pessoas que às vezes passaram o ano inteiro sem um emprego formal resgatarem um pouco de sua dignidade como trabalhadores, e isso é muito bom. Pessoas que estavam a meses ou anos desempregados e agora , uma vez trabalhando no Natal, receberão um dinheirinho e com isso poderão  oferecer em suas casas às famílias e filhos uma ceia digna. E te digo mais: por conta de campanhas de solidariedades feitas nesta época, algumas crianças ganharão algum brinquedinho. E, por fim, eu e você  poderemos dar aquele abraço na pessoa que gostamos, e que estava contido até agora. O Amor está em toda parte mesmo nestes tempos difíceis, basta abrirmos os olhos e procurar que tenho a certeza que vamos achar o lado positivo!”

Este encontro acabou por me fazer refletir novamente, rever minhas colocações. Não “desdigo” nada do que disse aqui anteriormente, na semana passada, pois foram observações verdadeiras. Porém, elas não anulam as verdades contidas nas observações do meu amigo. Afinal, assim são as coisas neste nosso mundo humano e imperfeito, onde infelizmente existe muita feiúra e muita injustiça, mas aqui e ali floresce um pouco de beleza, e nenhuma beleza é mais deslumbrante do que a compaixão e a esperança, que afinal de contas são duas das virtudes especiais contidas no espírito natalino e na divindade cujo nascimento é celebrado neste dia 25 de dezembro.

E percebi enquanto refletia que certamente os olhos deste meu amigo leram meu texto anterior vestidos com os óculos da compaixão e da esperança, e que lhe permitiram portanto enxergar em profundidade algumas coisas, por pequenas que fossem, brilhantes, escondidas sob a superfície feia e enevoada de desalento. Em vez de ver krampus, como eu vi, ele viu em Papai Noel ainda uma centelha viva de São Nicolau, e não um “nem tão bom velhinho”, mas um “ainda bom velhinho apesar de tudo”

Portanto, experimentando estes mesmos óculos, desejo fazer aqui minha retratação, meu pedido de desculpas ao Papai Noel, por ter me prendido apenas a superfície, à crosta escura envelhecida de lava já fria de um antigo vulcão, sem lembrar que é lá no fundo que jazem os diamantes que devem ser minerados. E fazendo valer a criança que ainda vive em mim, se ele aceitar meu pedido de desculpas e se não for pedir demais…

“Papai Noel será que seria possível passares por aqui antes de visitares o resto do mundo? Traga-me um saco de felicidades para dividir com todos ao meu alcance! E peço que dediques uma atenção especial para aquelas crianças que passam um aperto danado junto as suas famílias e que tem a esperança de que no final do ano tudo possa mudar!”

E finalmente convido a todos amigos a viver  a magia e o espírito de natal na sua profundidade. Que tenhamos todos um Feliz Natal! Que tenhamos mais esperança, mais compaixão, mais soluções e menos problemas!

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