Artigo. Secretário de Trânsito defende convivência harmônica entre o motorista e o pedestre

Está certo que o dia já passou. Era 8 de agosto. Mas, ainda assim, não deixa de ser importante o texto enviado (no dia 10) pelo secretário municipal de Trânsito e Mobilidade Urbana, Juliano Piccoloto. Ele trata da relação ideal e harmônica entre o pedestre e o motorista, e também o motociclista, na “urbe adolescente”.

Interessante. E apropriado. É o que penso. Por isso, tomo a liberdade, com a licença do autor, de reproduzir o texto, que você lê a seguir:

“Dia do Pedestre

A cidade deve ser solidária e Convivência deve ser a palavra de ordem. Todos com as mesmas chances, as mesmas possibilidades. O pobre e o rico saindo e chegando o mais rápido possível e com o máximo de segurança e conforto. Isso é inclusão social. Saudáveis e portadores de deficiência indo e vindo de forma igual, sem diferenças ou impedimentos. Isso é acessibilidade universal. Hospitais, comércio e serviços, tudo ao alcance de todos. Por isso a união de indivíduos em grandes centros urbanos. Aliás, é para isso que servem as cidades.

Nesse contexto, uma análise despreocupada elegeria, por unanimidade, o carro como a salvação e a moto como um verdadeiro milagre. Mas o certo é que o apaixonante transporte individual, ícone de um pseudo bem-estar, está longe de ser a saída para qualquer crise de mobilidade. Pelo contrário, é o vilão.

E o futuro de nossa urbe adolescente pode ser visto nas experiências das outras cidades, que passaram por modificações, planos diretores e de mobilidade urbana, e que hoje descobriram que a única saída é acompanhar o crescimento urbano com profundas mudanças de concepção, para alcançar o verdadeiro desenvolvimento urbano sem comprometer as gerações futuras.

Então, resta o estímulo ao uso do transporte coletivo e dos meios não motorizados, que apesar enfrentarem aqui barreiras naturais, como o relevo e a extensão territorial da área urbana ocupada, são importantíssimos para a sustentabilidade do nosso sistema viário.

Despretensiosamente, é o que vem sendo feito pelo Poder Público Municipal, sob a égide das orientações do nosso Prefeito Valdeci Oliveira, dentro das nossas limitações e da noção clara da natureza de nossa cidade, que durante décadas cresceu desordenadamente, mas que hoje dá os primeiros passos na direção do enfrentamento desta problemática.

Assim, da mesma forma que o espaço urbano tem que ser, aos poucos, redesenhado, de modo a contemplar a todos, o pedestre tem que assegurar o seu espaço e sua vez no trânsito, e não só no seu dia, 8 de Agosto, mas todos os dias, pois as ruas não são, e nunca serão, propriedade única de motoristas estressados.

É certo que esses avanços não ocorrerão de forma imediata. Também é óbvio que ainda temos problemas com calçadas, faixas de segurança e outros equipamentos urbanos, mas o importante é a consciência dos gestores atuais de que há a necessidade de dar mais qualidade de vida ao cidadão através da mobilidade, o que se prova pelas inúmeras intervenções que estão sendo feitas em nosso sistema viário, embrionárias de uma nova concepção de transporte coletivo, mais justo e abrangente, e de uma visão nova no que tange à a importância do respeito ao pedestre.

Juliano Piccoloto

Secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana”