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CÂMARA. Vereadores gastam mais de R$ 150 mil em combustível em 2017. Confira quanto cada um gastou

Juliano Soares – Juba (PSDB) é o único vereador que abriu mão da cota de combustível em 2017. Foto Gabrielle Righi / Câmara

Por Maiquel Rosauro

Cada um dos 21 vereadores de Santa Maria tem direito a uma cota mensal de até 200 litros de combustível para uso em veículo particular. O objetivo é permitir que os parlamentares possam se deslocar para realizar atividades relativas ao mandato. Todavia, nem todos os edis utilizaram sua cota integralmente, o que gera uma economia para os cofres públicos.

Com base na Lei de Acesso a Informação (12.527/2011), o site obteve cópia do balancete com o consumo de combustível dos parlamentares santa-marienses em 2017. Os dados mostram como cada vereador utilizou o beneficio.

Juliano Soares – Juba (PSDB), por exemplo, abriu mão da cota e não gastou nenhum centavo.

“Não sou contra quem utiliza cota de combustível, até porque temos representantes do interior que residem longe. Foi uma opção minha porque estou vereador e não me sinto confortável misturando o público com o privado, pois continuo com minha atividade (embora mais restrita) que é advogar”, explica o tucano.

Juba ainda salienta que, desde o início do mandato, sua assessoria estava ciente desta opção.

“Quando surge necessidade de visita, costumamos nos dividir e adequar, quando eles (assessores) vêm trabalhar ou vão embora”, comenta.

Por outro lado, o vereador que mais gastou em combustível foi Valdir Oliveira (PT), que praticamente usou toda a cota que tem direito, totalizando mais de 2,2 mil litros no ano (média de 183,91 litros por mês).

“Os gastos são compatíveis com a minha atuação parlamentar que é permanente, 24 horas por dia”, comenta Valdir.

Segundo cálculos do site, o petista gastou em combustível, aproximadamente, R$ 8.236,34.

Tabela disponibilizada pela Câmara de Vereadores ao site com base na Lei de Acesso à Informação

Os valores
Para chegar aos valores gastos em combustível de cada vereador, o site somou o uso mensal de cada cota (tabela acima) e multiplicou pelo valor pago pelo litro da gasolina. O contrato com o posto Classe A (vencedor de licitação), firmado no início de 2017, determinava o valor do litro em R$ 3,51.

Contudo, devido à inflação, ocorreram três aditivos no contrato. Em 1º de agosto, o valor passou para R$ 3,88. Em setembro, custava R$ 3,97 e, em novembro, foi fixado em R$ 4,12.

De acordo com o estudo feito pelo site, a Indenização de Uso de Veículo Particular (nome oficial do benefício) representou, em 2017, um gasto total de R$ 150.267,09.

A fim de aperfeiçoar o controle e diminuir os custos, o Legislativo instaurou neste início de ano o sistema de cartão-combustível. Os parlamentares terão direito a usar até 200 litros de combustível em dez postos conveniados. Os cartões começaram a ser distribuídos esta semana para os vereadores.

Gasto com combustível em 2017 por vereador:
Valdir Oliveira (PT): R$ 8.252,34
Luciano Guerra (PT): R$ 8.223,09
Leopoldo Ochulaki – Alemão do Gás (PSB): R$ 8.221,75
Manoel Badke (DEM): R$ 8.209,23
Admar Pozzobom (PSDB): R$ 8.207,19
Marion Mortari (PSD): R$ 8.197,12
João Kaus (PMDB): R$ 8.150,33
Ovidio Mayer (PTB): R$ 8.139,87
Celita da Silva (PT): R$ 8.077,59
Daniel Diniz (PT): R$ 8.074,26
Deili Silva (PTB): R$ 8.055,55
Jorge Trindade – Jorjão (Rede): R$ 8.025,84
Luci Duartes – Tia da Moto (PDT): R$ 7.934,64
Vanderlei Araujo (PP): R$ 7.940,13
Lorena Santos (PSDB): R$ 7.768,58
Alexandre Vargas (PRB): R$ 7.755,45
Francisco Harrisson (PMDB): R$ 7.624,94
Adelar Vargas – Bolinha (PMDB): R$ 6.683,68
Cida Brizola (PP): R$ 5.453,85
João Ricardo Vargas (PSDB): R$ 1.270,95
Juliano Soares – Juba (PSDB): R$ 0
Total: R$ 150.267,09

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13 Comentários

  1. 200 litros dá 2000 km, por baixo, de autonomia., uns 67 km/dia.
    Não será por falta de combustível que vereadores não conseguirão atender pedidos da população.
    Considerando as sessões, seriam 4 dias (08 turnos) a menos (horário comercial), mais comissões e outras coisas.
    Vereadores tem que descansar, ao menos um dia na semana…
    recalculando
    .
    .
    .reclaculando
    .
    .
    .
    Dá mais de 100 km por DIA útil.
    Caso o carro esteja bem regulado pode dar mais.

    200 litros a 4 pilas e são 800 reais a mais por mês.

  2. Então o que há de se fazer é acabar de vez com esses vales. Que usem carros da Câmara. Que tenha um funcionário responsável para fazer agendamentos combinados para as saídas a trabalho para diminuir os custos desses deslocamentos. Nada é tão urgente que não possa ser agendado, que se leve vários vereadores a cada saída de carro e os roteiros sejam planejados de forma eficiente para se diminuir o custo de combustível. Isso é o correto, sensato e racional. Dinheiro dos nossos impostos não cai do céu. Que o motorista seja obrigado a não fazer “paradinhas” no meio do caminho para atender necessidades pessoais.

    Da lista, repararam que no recesso do meio ano a cota mesmo asssim foi cheia para quase todos? E teve vereador que passou a cota num mês? Ele devolveu o que passou? O que é curioso é que a maioria usa toda a cota.

  3. Como funciona numa empresa? Existe o carro da empresa que tem uma pessoa responsável para agendar as demandas externas e deslocamentos. As saídas são agendadas e roteirizadas de forma a diminuir custos, colocando-se na carona o maior número possível de pessoas para cada saída. Usa-se o carro da empresa para cortar custos, para evitar que funcionários usem o carro pesssoal, peçam vale-combustível, deem uma passadinha no colégio para pegar o filho enquanto estão a serviço e ainda a empresa corra risco de pagar a despesa com o conserto de um acidente. Por que numa empresa a coisa funciona mais racionalmente? Porque não são os impostos que pagam as despesas, são os clientes. Quando clientes pagam um alto preço no produto ou serviço porque a empresa não sabe controlar suas despesas, ele cai fora, então as empresas que querem sobreviver, controlam suas despesas. Já no serviço público….

  4. E indo um pouco mais adiante… alguém pensou nos riscos de acidentes usando carros não oficiais a trabalho? Se nesse deslocamento com carrro particular para atender uma demanda de serviço público acontecesse um acidente, “quem paga a pensão”? Se ainda não aconteceu para essa discussão aparecer, milagre, mas vamos nós, a sociedade, arcar com as despesas do conserto do acidente? E outra, daqui a pouco vão requerer que paguemos os seguros dos carros deles, pois é natural que se estão usando carro próprio a trabalho, é uma consequencia natural que exijam algum dia que o poder público pague o seguro, as manutenções e o combustível numa cota até maior. Isso é legislar com eficiência, pensando no bem público, prevenindo problemas e mais despesas, diminuindo custos operacionais? De maneira nenhuma.

  5. Para começar, pode legalmente uma instituição pública passar “vales combustíveis” para uso de carros pessoais em eventos de trabalho público? Pois como é feito o controle disso? Não precisariam provar, por exemplo, que realmente foram para um bairro atender uma demanda pública? Tem planilha de quilometragem? Testemunha? Fotos? Só o fato de precisar desse controle que é absolutamente inviável e ineficiente prova que os vales-combustíveis pessoais são um erro. Confia-se que foi bem gasto onde deveria? Nem nos países ricos é assim. É preciso demonstrar a despesa, não só com nota fiscal de posto, mas a prova do real deslocamento para fazer uma ação pública pelo cargos. A forma operacional desses vales podem ser plenamente questionáveis na Justiça pela falta de controle eficiente.

  6. O mais engraçado é que tu só vê vereador na rua em época de campanha! Pra consumir 150mil em combustível tem que rodar!!! Nunca vi nenhum!!

  7. Deviam se juntar com a Guarda Municipal, especialista em dar voltinha de carro pela cidade para nada !!!! Tudo inútil !!!

  8. Considerando 4 pila o litro de gasolina, 150 mil dá uns 37500 litros. Se um carro faz 10 km por litro, são 375000 Km. Circunferência da Terra tem 40000 Km. Ou seja, manchete deveria ser “Vereadores de Santa Maria dão nove voltas ao redor do planeta e não resolvem nada de útil”. RsRsRs

  9. Bah, de cair os butiás do bolso. Ganham bem, fazem pouco, rendem nada e custam muito. Se um vereador (Juba) pode abrir mão da verba de combustível, então …

  10. Pois então e ainda tem vereador criticando ser imoral o auxílio moradia dos excelentíssimos senhores juízes pois esse auxílio combustível e lavagem de veículos particulares são irmãos gêmeos. Então um cidadão trabalha trinta dias por um salário mínimo e um vereador trabalha quantos dias para quantos mínimos mesmo ? Um salário muito além do que o justo para custeio de suas despesas. No dia em que tivermos cidadões sendo políticos sem qualquer remuneração teremos políticos de verdade.

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