MÍDIA. Um ano depois da “morte” de A Razão, há o “renascimento” do tradicional JB, que volta às bancas
Pode ser até mania de grandeza do pequeno. Pode ser. Mas, ainda assim, pelo menos para Santa Maria, sim, A Razão foi grande. Muito grande. Fundamental, mesmo. Mas pereceu, por motivos ainda em avaliação, deixando de circular há exatamente um ano (Leia AQUI a nota “MÍDIA. Confira a capa da última edição de A Razão”).
Dos mais tradicionais veículos de comunicação gaúcho, nos últimos 30 e poucos anos sob o controle da família De Grandi, A Razão não circula desde 25 de fevereiro do ano passado. Há dúvidas, inclusive, em torno de demandas trabalhistas, que deixam funcionários da última equipe em situação de cobrança legal. O futuro? Ninguém acredita que haverá.
Curiosamente, ou coincidentemente, justamente quando se lembra o primeiro ano do desaparecimento de A Razão, ocorre o renascimento de um dos mais tradicionais e respeitados jornais brasileiros. O Jornal do Brasil, que havia migrado para a internet, volta exatamente neste 25 de fevereiro a circular na forma impressa, com venda em banca, como você confere no texto abaixo, publicado no portal especializado Coletiva.Net:
“Jornal do Brasil volta às bancas neste domingo
O Jornal do Brasil volta a circular sua versão impressa, em formato standard, neste domingo, 25, após oito anos disponível somente no ambiente digital. A iniciativa é do empresário Omar Resende Peres, que está à frente do veículo desde 2017. Ele adiantou que a tiragem será de 50 mil exemplares no primeiro dia e, a partir de março, passará a 20 mil exemplares diários nos sete dias da semana, para testar a recepção dos leitores.
De acordo com Peres, publicidade e assinaturas não serão prioridade, visto que o plano de negócios foi realizado para a venda de bancas. No entanto, assinaturas não estão descartadas, inclusive para a versão digital, e podem ser implementadas no futuro. “Eu estou relançando o JB, que é uma marca icônica no Rio de Janeiro e ainda tem um mercado relevante”, diz.
Para o empresário, o baixo custo operacional é o que o que vai viabilizar o projeto, e ele garante que a estrutura é pequena, inclusive a redação, a qual, segundo o diretor de Redação, Gilberto Menezes Côrtes, contará com cerca de 30 jornalistas. Contando colunistas e outros, o time total chega a 50 pessoas. Os jornalistas responderão por reportagens especiais, artigos e colunas, que se somarão a materiais fornecidos por agências como Estado e France Presse, além do jornal esportivo Lance, do Rio de Janeiro.
A impressão e a distribuição ficarão sob responsabilidade da Infoglobo, no Rio de Janeiro, e do Jornal de Brasília, para a baixa tiragem na capital federal, com dois mil exemplares. Em São Paulo, a versão impressa estará disponível somente em aeroportos.
Fundado em 1891, o Jornal do Brasil foi um marco no processo de modernização do jornalismo brasileiro a partir de 1959, época em que Janio de Freitas, que, hoje, é colunista da Folha de S.Paulo, comandou a reforma gráfica do veículo.”
PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.
Não vai durar. Só como exemplo do que acontece em todo mundo, a reportagem diz que no Reino Unido 300 jornais locais/regionais fecharam suas portas nos últimos 10 anos, e que logo serão 400:
https://www.theguardian.com/media/2017/sep/10/new-silence-grassroots-local-news-fades
Renascimento de jornal sempre ocorreu, mas nunca é a mesma coisa. Gazeta Mercantil era um baita jornal e quebrou. Quando reabriu já não tinha a mesma qualidade (não sei se ainda existe), público migrou para o Valor que é uma coisa aguada.