Educação

UFSM. Aprovada paralisação docente na segunda (19), Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência

Indicativo é de que a categoria participe do Dia de Luta contra a Reforma da Previdência. Foto Bruna Homrich

Por Ivan Lautert da Silva / Sedufsm

Em assembleia ocorrida na tarde dessa quinta (15), os(as) docentes da UFSM aprovaram paralisação para a próxima segunda-feira, 19 de fevereiro, seguindo orientação do ANDES-SN. A categoria deve integrar as mobilizações do Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência, que ocorrerá na segunda-feira e também traz como pautas as revogações da Reforma Trabalhista e da Emenda Constitucional 95, que define um teto de gastos do governo federal. Além disso, o protesto reivindica nenhum direito a menos.

A votação da proposta do governo de Reforma da Previdência está marcada para iniciar na mesma data. Na assembleia, os docentes ainda escolheram três delegados para representarem a Sedufsm em reunião regional da CSP-Conlutas em Porto Alegre, e aprovaram a destinação de fundos para o calendário de lutas deste ano.

Dia de luta contra as reformas e por nenhum direito a menos
O principal ponto de pauta era a aprovação em assembleia da adesão às atividades previstas para a próxima segunda-feira, dia 19 de fevereiro, o Dia Nacional de Lutas, que terá atividades e protestos em todo o país. O ponto de pauta foi aprovado por unanimidade e as atividades organizadas pela Frente Combativa em Defesa do Serviço Público terão a participação dos docentes da UFSM.

Segundo o presidente da Sedufsm, professor Júlio Quevedo, a paralisação nacional e as mobilizações marcadas para o dia 19 “serão uma necessária demonstração de força dos trabalhadores contra um governo que acha que pode fazer a reforma da previdência sem a aprovação popular”.

O dia de paralisações e lutas foi indicado por várias centrais sindicais do país e aprovado em reunião entre Fonasefe e Fonacate no começo do mês, sendo organizado localmente pela Frente Combativa em Defesa do Serviço Público. Ainda nesta quinta, dia 15, a Frente irá realizar uma reunião para definir as atividades do Dia de Luta e em breve mais informações estarão no site da Sedufsm.

Delegados à reunião da CSP-Conlutas
A plenária aprovou os nomes indicados pela mesa da assembleia como delegados locais na reunião da Coordenação Estadual da CSP-Conlutas, que ocorrerá no dia 3 de março, em Porto Alegre. São os professores Júlio Quevedo, Gihad Mohamad e João Carlos Gilli Martins. Esta reunião será importante, não só porque irá deliberar sobre os assuntos aprovados no 37º Congresso do ANDES-SN, ocorrido no final de janeiro desse ano, como também irá eleger a nova composição da coordenação estadual da Central.

No espaço para discussão sobre o ponto de pauta, a professora do curso de Serviço Social da UFSM, Laura Fonseca, pediu a palavra para afirmar a importância do fortalecimento das organizações às quais o Sindicato é filiado, levando até os fóruns destas entidades as reivindicações da categoria. No entanto, a professora ressaltou que acha importante o registro em assembleia de vozes dissonantes, o que “fortalece e pluraliza a luta”, e que “não será apenas uma central sindical, mas a união das várias centrais de trabalhadores do país que irá barrar o pacote de reformas e ataques do governo Temer”.

O vice-presidente da Sedufsm e integrante da coordenação estadual da CSP-Conlutas, João Carlos Gili Martins, lembrou que a CSP-Conlutas buscou as outras centrais em diversas ocasiões visando à construção coletiva de uma nova Greve Geral para barrar as reformas, mas que tem encontrado pouca ressonância.

Ainda sobre este tópico, o presidente da Sedufsm, Júlio Quevedo, lembrou que o ANDES-SN mantém sob constante avaliação a sua posição no cenário sindical do país, a fim de assegurar a sua adequada representação e que, em 2015, o Sindicato convocou um Conad (Conselho do ANDES-SN) extraordinário com pauta única para debater o tema da sua filiação. Na ocasião, foi reafirmada a filiação à CSP-Conlutas. A professora Beatriz Cargnelutti comentou que considera importante a organização política nacional do Sindicato, sem perder o horizonte das pautas que tratem dos interesses dos professores, ou seja, assuntos de carreira, aposentadoria, condições de trabalho e a qualidade da educação pública.

Fundo para a organização da luta em 2018
Também ficou aprovada, na assembleia desta quinta, a criação de um fundo para despesas excepcionais durante o calendário de lutas deste ano. Identificando a gravidade da atual conjuntura e a importância dos enfrentamentos que se avizinham, a diretoria sugeriu que recursos, até um máximo de 30 mil reais, sejam retirados de aplicações bancárias do sindicato para financiar atividades relacionadas ao combate de reformas e ataques do governo aos trabalhadores e à educação pública.

O vice-presidente da Sedufsm, professor João Carlos Gili Martins, ressalta que este valor já havia sido aprovado em assembleia de maio de 2017, como fundo destinado ao financiamento de uma caravana de professores à Brasília, para a luta contra a Reforma da Previdência. Como esta caravana acabou não acontecendo por conta do adiamento da votação, os recursos nunca foram retirados das aplicações. O professor Gilli ressalta ainda que o fundo funcionará como um limite bancário e que seu uso será a exceção reservada para gastos excepcionais, sendo possível que sua utilização não seja necessária.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

8 Comentários

  1. Nos tempos dos antigamente haviam cursos de férias nas federais (por isto tinha gente se formando no período mínimo do curso). Acabaram com a coisa porque (dizem as más línguas) rolava grana por fora via fundações. Independentemente disto, se os ilustres tivessem um mês de férias como a maioria dos trabalhadores brasileiros (no judiciário acho que são dois meses) seria possível adiantar matérias na graduação ou até mesmo oferecer disciplinas de reforço. Férias de 23 de dezembro até 23 de janeiro e mesmo parando na semana do carnaval ainda sobrariam uns 20 dias. Facilmente daria para uma disciplina de 60 horas. Agora vejam bem, vão perguntar aos nobres docentes se eles podem “pensar um pouco mais no coletivo” e encurtar as férias.

  2. Que passa na cabeça dessa elite que se agarrra a um mundo de fantasia achando que ficando tudo como está vai garantir o que não terá sem reformas? Sem reformas é o mesmo que estar dentro de um carro pisando no pé do acelerador em direção a um abismo, sem paraquedas. Se não é loucura, o que é? Ingenuidade? Papai Noel existe? Qualquer pessoa que sabe fazer contas pode dimensionar o tamanho do rombo que vai repercutir nas contas de todas as aposentadorias que virão nos próximos anos e a péssima repercussão com o fim dos repasses para outros serviços sociais, como educação e saúde, pois a Previdência sem reforma será como um buraco negro sugando recursos de investimentos públicos de outras áreas. Essa birra ingênua de ser contra a reforma vem de uma elite acadêmica, vejam bem, esclarecida, mas nem um pouco preocupada com o país e vê-se que nem com ela mesma. O que se pode esperar dos não formados e não esclarecidos, então? Que abismo é esse?

  3. Sim, para o bem dela mesma, pois o sistema precisa estar saudável para essa mesma elite receber quando se aposentar. O que adianta ser contra mudanças óbvias necessárias, prementes, se quando se aposentar com 12, 15, 20 mil reais, sem reforma haverá enorme chance de não receber nem 1/5 do que espera receber? Uma previdência quebrada é um Estado quebrado. Para todos. Falimentar. Repito. Falido. Para todos. Para quem recolheu sobre salário mínimo e para quem recolheu como ministro do STF. Nivela tudo por baixo, muito baixo. Não vai ter greve nem quebradeira que vai fazer pagar o que não terá. Não vai ter Constituição nem STF que obrigue o Estado pagar o que não tem. Essa elite não sabe disso?

  4. E impressionante ver uma elite acadêmica, formada, muito bem formada, aliás, intelectualmente saudável, bem informada, que sabe que a Previdência está quebrada, que sabe que nos próximos 10 anos vai ter uma leva enorme de funcionários públicos que vão se aposentar ainda na lei antiga que não coloca o teto que tem na iniciativa privada, e isso vai pressionar exponencialmente as contas públicas, pois já hoje metade do rombo é dos aposentados do serviço público, que ganham bem, obrigado, e serem contra. É impressionante quando essa elite não pensa no país, sendo contra algo inexorável, inclusive sendo muito ruim para o bem dela mesma.

  5. Para ninguém reclamar que a paralização é na sexta transferiram para a segunda. Vamos combinar: a reforma não sai mais e o Temer vai começar a montar circos para melhorar a “popularidade”.

  6. Eles sempre estão em férias. Paralisar as oficiais é apenas um detalhe. O custo-benefício desta turma é muito pequeno.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo