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CRÔNICA. Orlando Fonseca, o Dia Internacional da Mulher, calouras e protesto. Nem tudo é o que parece

“…No entorno do Coreto, mulheres com cartazes, camisetas com palavras de ordem, participavam de um manifesto em referência ao Dia Internacional da Mulher.

Atravessando aquele logradouro, em uma fila, submetidas à brincadeira do “elefantinho” e açuladas pelo apito das veteranas, jovens que acabaram de ingressar em um Curso Superior. Rostos pintados, como convém ao ato, e passando o braço por entre as coxas, para dar a mão à parceira atrás, seguiam sorridentes gritando palavras de ordem. Dentre as quais destaco a mais repetida naquele instante: “Bixo não é nada!” Da Rita Lee lembro, agora, um verso: “mulher é bicho esquisito, todo …”

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da crônica “De mulheres e bixos”, de Orlando Fonseca. Orlando é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura, PUC-RS, e Mestre em Literatura Brasileira, UFSM. Exerceu os cargos de Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e de Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados, foi cronista dos Jornais A Razão e Diário de Santa Maria. Tem vários prêmios literários, destaque para o Prêmio Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia, WS Editor; também finalista no Prêmio Açorianos, da Prefeitura de Porto Alegre, pelo mesmo livro, em 2002.

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7 Comentários

  1. Por fim os aspectos ideológicos. O autoritarismo. As meninas do trote “estão sendo humilhadas”. Ou seja, se não se sentem assim, divertem-se, estão fazendo algo errado, deveriam. Alás, deveriam largar o trote (implicitamente dito) e juntar-se às “companheiras de classe” na luta pelos direitos.
    O politicamente correto, superioridade moral auto-atribuída para julgar e patrulhar os outros.
    O “empoderamento”, palavra que quer dizer muitas coisas e portanto não significa quase nada (foi parar até no jargão da administração). Universidade reprimiu os trotes no campus, alunos “empoderados” saíram da “jurisdição” da instituição e fazem na cidade. Lembrando que antigamente existia o desfile dos calouros, como é o 7 e o 20 de setembro, costumes vem e vão.

  2. “Centro de irradiação do humanismo, baseado na razão e na ética do conhecimento”, “ensino universitário: ética, democracia, progresso científico e social”. Isto é para rir, Até parece que não existem professores que fingem que ensinam para alunos que fingem que aprendem. Não existe gente pesquisando a “morte da bezerra”. Não há um montante significativo de verbas sendo aplicado com baixo retorno para a sociedade. Não existe eugenia. Universidades são ilhas onde tudo é perfeito, flores de lótus no meio do pântano.

  3. Obviedade: o trote não tem absolutamente nada a ver com questões de gênero por um motivo bem simples, é aplicado a todos os que consentem (até nos que não consentem, por pressão, em alguns casos).
    Chance das calouras futuramente estar na praça “pedindo direitos” tem que ser melhor avaliada, o curso do trote era das ciências sociais? Cursos que mais contribuem para a profissão de militante profissional?

  4. Universidade é uma instituição medieval. Começou como guilda. Desde aquela época existem ritos de passagem, seja aqui, seja na França, na Bélgica ou na Inglaterra. Existem excessos em todos os lugares, devem ser coibidos. Nem todos os veteranos participam, muitos não querem perder tempo. No terceiro ano a maioria olha, acha engraçado e vai cuidar da vida. No final do curso ninguém mais lembra, maioria está preocupada com o desemprego. Em futuras reuniões de turma talvez alguém tenha alguma foto, não jogou fora. Não só vingança e hierarquia definem o momento. Há tradição envolvida, há experiência, há os que se divertem. Juntar adjetivos negativos não mudam isto. Destacar exceções, absurdos ocorridos para tentar fazer passar a idéia de que são a norma também não muda isto.

    1. A norma é o abuso, a excrescência, a falta de respeito, o bullying, consentido ou não. Há total falta de bom senso nessas “festas”. Acompanhei por duas quadras bixos de um curso, semana passada, em estado físico deprorável, sendo obrigados a pegar no “rabo” uns dos outros e,m fila, todo o tempo de cabeça baixa e coluna tortas, parecendo uns deficentes mentais. As pessoas param nas ruas e se perguntavam por que aquela asneira? Alguém deve ter ficado com a coluna vertebral com problema. Não é porque a universidade é dos tempos tribais que devemos aceitar essa barbaridade como se fosse “natural”, voltando aos tempos das cavernas.

    2. Tive que atravessar o calçadão com uma corda amarrada na cintura. Calça vestida do lado do avesso, cueca pelo lado de fora. Tinta de matriz, bálsamo alemão. Da última vez que olhei não me faltava nenhum pedaço. Alás, teve gente que estava no mesmo trote, aplicou no ano seguinte, virou professor “dôtô” e agora na frente dos pares mostra a maior ojeriza pelo trote na frente dos pares, em círculos mais reservados afirma a mesma coisa: é muita frufruzice.
      É a institucionalização da hipocrisia. Querem “trote social” para mostrar que a universidade “está formando a nova sociedade”, Pois bem, falam, falam, falam e fica nisto. As práticas continuam as mesmas. O “social” fica só para o dia do trote, depois todos seguem com a vida, da mesma maneira que o “trote bárbaro”.

    3. Pessoas que perguntam o que é, qual o motivo também têm um problema sério: para esquecer dos próprios problemas começam a cuidar da vida dos outros.
      Bebida era um problema comum. Alguém já notou o que bebem estas crianças quando não é trote?
      No final é a mesma coisa em todo lugar: gente cobrando dos outros uma perfeição que não têm, comportamentos impecáveis que não têm.

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