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ESPAÇO ALVIRRUBRO. Leonardo da Rocha Botega se mostra incomodado com um Inter-SM “bom visitante”

O bom visitante

Visita! Basta receber um telefonema e lá se vai todo mundo da casa organizar a recepção. “O lençol da visita está limpo?” Pergunta um. “Tira o cobertor do armário e bota no sol para tirar o cheiro de guardado”. Ordena o outro. “Reforça a lista do mercado”. “Dá uma geral na limpeza da casa”. Nada agita tanto o cotidiano como uma visita! Ainda mais perto de um feriado. Tem visitas que animam a casa e são aguardadas com uma alegria contagiante (Guimarães Rosa, um dos maiores escritores do nosso país, possui contos belíssimos que narram grandes recepções a visitantes regadas às melhores cachaças e aos melhores licores do sertão). Mas tem também aquelas visitas que são como uma velha senhora uma vez me disse: “visita ruim é que nem peixe, quando fica muito tempo o ar começa a feder”.

Nosso glorioso Alvirrubro da Baixada Melancólica nos últimos anos tem sido um bom visitante, daqueles que causam transtorno em alguns momentos, mas não tiram o sono do dono da casa. Em 2015, visitamos nossos adversários em seis oportunidades. Empatamos dois jogos, perdemos três e só ganhamos no último jogo do campeonato contra o Santa Cruz, lá no Estádio dos Plátanos, por um magrinho 1×0. Acredito que foi para não ser muito atrevido (visita atrevida passa por mau educada). Em 2016, jogamos sete partidas fora de casa, todas no primeiro turno, pois nossa Baixada Melancólica estava interditada (hoje é um dos poucos estádios do interior com liberação para os próximos 5 anos).

Naquele mês e pouco sem a nossa torcida por perto, perdemos quatro jogos e empatamos dois. Vencemos apenas o clássico contra o Riograndense, 2×0, num jogo sem torcida, mas muito comemorado. Ganhar do rival é bom, agora fazer a festa no Poleiro do Periquito é muito melhor. Ainda mais em um ano onde quase tivemos uma tragédia. Que os Deuses do futebol sempre sejam generosos com o Fábio Buda por aquele pênalti perdido contra o Inter-SM! Aquele 1×0 contra o Santa Cruz na última rodada nos deu fôlego para erguer a cabeça em 2017.

Porém, mesmo no ano em que o time resgatou sua autoestima, continuamos sendo uma visita pouco incomodativa. Em 2017, empatamos três partidas, perdemos cinco jogos (três na fase classificatória e mais dois na fase de mata-mata) e ganhamos um jogo, contra o Guarani de Bagé, 1×0 (nossa única vitória foi cruel para o adversário que acabou rebaixado e fabulosa para nós; garantiu nossa classificação antecipada). Este ano parece que a sina se repete. Até com aquele ar de quem vai causar algum transtorno, mas no hora H não consegue. Foi assim na visita “neutra” contra o Grêmio Bagé (perdemos por 1×0), no clássico contra o São Gabriel (onde dominamos, mas não conseguimos fazer o gol) e agora contra o Lajeadense.

Mais uma vez a fonte do cronista foi o Rádio. E me foi narrado um jogo onde o Inter-SM teve dois desfalques fundamentais para a sua forma de jogar, o volante canhoto Dudu Mazão (o repentista do time, parafraseando o técnico da seleção brasileira Tite) e o lateral-esquerdo Lucas Fernandes, ambos lesionados. Mesmo assim desfalcado, parecia que os meninos do Vinicius Munhoz iam derrubar a casa adversária ainda no primeiro tempo. Aos 20, 21, 22 e 26 minutos, Rafinha, Jackson e Pablo, duas vezes, deram trabalho ao goleiro Vitor Luiz.

No início do segundo tempo, aquele espirito de quebrar os pratos e deixar o anfitrião com os cabelos em pé seguia firme. Aos 2 minutos, Chiquinho passou para Pablo que chutou perto da trave. Aos 6 minutos, “El Mago” Pablo passou para Rafinha que na hora de chutar viu a bola ser interceptada pelo goleiro do Lajeadense. Estávamos dispostos a avacalhar a casa alheia.

Mas em futebol os ditados são precisos e “quem não faz, leva”. Aos 10 minutos, Roger, meio campo do time da casa, cobrou falta e fez o gol adversário. Mais uma vez passamos a tentar perseguir o resultado adverso em um jogo onde erramos melhores. Nossos meninos tentaram igualar. Pablo seguia usando sua velocidade pela esquerda. Jonathan Cabeça aos 32 minutos também tentou. Paulo Henrique Borges na ânsia de tentar acabou expulso aos 37 minutos. Jackson também tentou nos minutos finais. Do outro lado, o anfitrião Roger quase aumentou o placar por duas vezes, na última acertou a trave. E foi esta bola na trave que fechou o jogo.

Seguimos com a fama de bom visitante, mas pelo menos o próximo jogo é em casa, no domingo de Páscoa, contra o Pelotas, um jogo com muitas histórias. Que antes do jogo risquemos no vestiário “Lembrai-vos de 2007”! E que nossos meninos entrem em campo com o espírito de Cirilo e Alê Menezes!

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra esta nota foi reproduzida do Feicebuqui do Inter-SM

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