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Para refletir. Leitor faz séria crítica aos nossos edis. Mas também não poupa o empresariado

Recebi uma correspondência eletrônica que me fez refletir. E muito. E muito meeesmo. E olha que a crítica que o autor faz sequer me atinge. Inclusive porque Alex Niederauer Becker (esse é o nome dele, um santa-mariense formado em Odontologia, com pós-graduação em São Paulo e com mestrado sendo concluído na Ulbra/RS) concorda com o que digo, e escrevo, especialmente em relação ao projeto que visa a limitação da vinda de capital externo na área supermercadista.

 

Acho que vale a pena ler. Não apenas por vereadores, mas também por empresários. Ele se refere às atitudes dos dois segmentos e no que isso reflete na luta para que se possa desenvolver Santa Maria – que ele compara, o que é péssimo pra nós, com outras cidades, inclusive… Bem, melhor você mesmo ler. E pensar também. A seguir:

 

“Mais comentários sobre a tal lei que limita a vinda de hipermercados

 

Ao ler a matéria sobre a tal lei que restringe a vinda de supermercados alheios a Santa Maria, senti-me como se estivesse morando na Florença renascentista, onde a família Médici determinava tudo nesta cidade e os políticos eram subordinados a ela.


Porém, estamos em Santa Maria e constatamos que esta lei visa à formação de um cartel de supermercadistas locais, uma reserva de mercado para “empresários” poderem ganhar dinheiro, manipulando preços e prejudicando o consumidor de nossa cidade.


É claro que nossos “vereadores” apresentam desculpas esfarrapadas como: vai prejudicar o varejo local. É lógico, afinal estes poderiam manipular preços a seu bel prazer e assim podem enriquecer cada vez mais às custas de nossa falta de opções ou ainda que estes investimentos fossem trazer problemas para o trânsito…

 

Que piada, até parece que São Paulo, Rio de Janeiro não têm um trânsito formado por muito mais veículos do que a nossa pobre cidade. Aliás, pobre cidade mesmo. Santa Maria é uma cidade extremamente pobre, possui um PIB per capita de pouco mais de 4.000 reais/ano e necessita urgentemente de investimentos de fora; o que esta lei esdrúxula e ridícula quer evitar. Estamos em uma tênue linha entre a riqueza do norte do estado e a pobreza da metade sul e, pela mentalidade de nossos “empresários” e de nossos “vereadores”, estamos caminhando rumo à metade sul.


É uma pena que tenhamos vereadores tão despreparados para ocuparem este cargo. É uma pena, mas acredito que os nossos atuais vereadores deveriam se limitar a criar projetos para alterações de nomes de rua ou para homenagens ao Inter, ao convênio da rádio Gaúcha com a rádio Imembuí. Vimos que, quando estes resolvem criar outras leis, o resultado é desastroso, como podemos constatar com este ridículo projeto de lei (talvez o pior já apresentado nesta cidade) e com o nosso plano diretor (muito mal feito, por sinal) onde tiveram até que modificá-lo para podermos ter a instalação do hospital da rede Sarah e do hospital regional  aqui na cidade (aliás, este é um dos grandes entraves até agora, para a vinda destes dois hospitais).


Também é uma pena que tenhamos empresários com  uma mentalidade tão provinciana, preocupados muito mais com o seu próprio bolso do que com o desenvolvimento da cidade. Ao invés de se unirem e de construírem algum hipermercado de grande porte aqui em Santa Maria e de também se expandirem para outros mercados, como Porto Alegre, estes optam por se esconder covardemente atrás de leis que só visam o seu próprio interesse.


Temos vários exemplos desta mentalidade retrógrada  em outras cidades, podemos constatar isto em Bagé, Pelotas e outras cidades. Basta irmos nestas cidades e verificarmos o quanto as mesmas pararam no tempo; enquanto outras cidades recebem de braços abertos investimentos de fora e hoje são um exemplo de pujança e de prosperidade.


Que bom que o projeto do Carrefour já foi aprovado. Vai diminuir, e muito, o número de desempregados de nossa região; além do que, é um grande investimento para a nossa cidade, coisa que estamos órfãos há muito tempo.


Pena que os nossos “vereadores” queiram barrar uma futura vinda de um Bourbon, Pão de Açúcar e outros. Com isso, os egressos das nossas universidades terão que ir embora para outras cidades, atrás de uma região de maior poder aquisitivo. Além do que, a legião de desempregados de nossa cidade (cada vez maior) possa vir a praticar assaltos, a violência crescer cada vez mais e aí nossos políticos poderão se lembrar da grande bobagem que estão tentando fazer.


É claro que eu esqueço que estes políticos também não pensam no desenvolvimento de nossa cidade. Pensam somente em seus próprios interesses, em colocarem cargos de confiança na Câmara, na Prefeitura (preferencialmente parentes, é lógico).


Parece que as únicas diferenças entre Florença dos séculos XV e XVI com  a nossa Santa Maria  são  a importância das cidades ( Florença era extremamente importante no contexto da Europa e do mundo) e pelo fato de que os políticos da cidade européia eram muito mais preparados do que os nossos vereadores atuais.

 

(a) Alex Niederauer Becker”

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