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Economia. E não é que a dita classe média gaúcha não morreu! E, aliás, até cresceu!

É incrível. O que não falta é gente (algumas bem grandonas) decretando a falência da classe média. Normalmente, aliás, quem diz isso é porque está na dita cuja e sente, no dia-a-dia, dificuldades para manter o padrão de vida. Mas a culpa, aparentemente, não está nas estatísticas. Estas, teimosamente, indicam um crescimento no número de brasileiros que ascenderam das classes D e E para a C, e eventualmente para a B.

Mesmo no Rio Grande do Sul, onde os índices gerais apontam uma crise persistente, provocada basicamente pela falência das finanças públicas e por uma insistente estiagem, que deterioram as condições do setor agrícola, os números indicam uma melhoria na vida de mais de 500 mil gaúchos – todos com mais dinheiro no bolso.

Uma análise bem detalhada, com exemplos concretos de cidadãos que estão felizes com a nova situação, é mostrada em extensa reportagem publicada neste domingo pelo jornal Zero Hora.

Assinado pelas repórteres Lúcia Ritzel e Martiane Welter, o trabalho mostra que, a despeito do pessimismo de uns e outros, há quem esteja se sentindo muito feliz com a sua nova situação econômica. São pessoas que têm dinheiro no bolso e consomem tanto quanto os seus agora parceiros de nível social. Afinal, se constituem na novidade entre os da classe média. Confira:

”Subindo na vida

Rodrigo comprou uma moto, o casal Derli e Lúcia adquiriu uma moto e um caminhão, Francisco conseguiu juntar o suficiente para virar dono de um táxi, Josué mobiliou a casa, Lisandro está pagando a faculdade, Deise fez 10 cursos de especialização na sua área, Marcos trocou de carro e Telmo pagou todas as dívidas.

São pessoas que conseguiram realizar projetos nos últimos três anos e ingressaram num novo patamar de classe social. Animados, já têm mais planos engatilhados. Moradores de várias cidades gaúchas, eles são o rosto de um movimento silencioso detectado por dois institutos de pesquisa: uma surpreendente movimentação nos andares intermediários da pirâmide social do país depois de anos de mesmice.

De 2005 para cá, segundo o Instituto Target, mais de 7 milhões de brasileiros passaram para a classe média porque pertencem a famílias que conseguem a cada mês renda de R$ 1.140 a R$ 3.750, vindas dos degraus inferiores. No Estado, são cerca de meio milhão – superior à soma de todos os moradores de Caxias do Sul e de Santa Cruz do Sul. Confira ao lado os motivos que sustentam essa mobilidade social.

Também participaram desta reportagem Bibiana Ribeiro Mendes, Carla Dutra, Cleber Bertoncello, Eduardo Cecconi, Francisco Amorim, Leandro Belles, Lúcia Jardim, Marçal Alves Leite, Marielise Ferreira e Rodrigo Santos.

A exemplo do que ocorreu de um modo geral em todo o Brasil, no Rio Grande do Sul a maior migração social foi das classes D e E para a C, que recebeu mais de 76 mil famílias, ou em torno de 517 mil pessoas. O crescimento dos empregos com carteira assinada e do investimento público em programas sociais, como o Bolsa Família, estão por trás do movimento. Mas a causa principal é a facilidade de acesso ao crediário, afirma o diretor do Instituto Target Marcos Pazzini, que coordenou o estudo.

O Instituto Datafolha estima em 6 milhões o número de brasileiros que reforçaram a classe média desde 2003. E aponta a combinação do cenário econômico positivo – com queda da inflação e dos juros e crescimento do emprego com carteira assinada – e do aumento do gasto público dirigido aos mais pobres como a responsável pela novidade na mobilidade social do país.

Mesmo no caso do Rio Grande do Sul, onde a seca e o dólar valorizado atingiram duramente o desempenho da economia estadual nos últimos 30 meses, as pesquisas detectaram avanços.

– O Sul vem perdendo espaço no indicador de potencial de consumo para o Nordeste, que tem recebido muitos investimentos industriais. Mas o Rio Grande do Sul é o único Estado da região com indicadores positivos – ressalta Pazzini.

O Target acompanha anualmente o potencial de consumo de cada classe com base nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa de Mercado. Este ano, estima Pazzini, os gaúchos de classe média terão R$ 51,151 bilhões disponíveis para gastar em bens e serviços, o que representa 5,79% a mais do que tiveram no ano passado. Com isso, a participação no consumo total passará de 67% para 68,37%.

– Depois de uma grande queda, que perdurou até 2004, os rendimentos dos gaúchos estão aumentando, além de ter crescido o emprego formal – avalia o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) André Luiz Chaves Leite.

Também colabora a inflação em queda. O Índice de Preços ao Consumidor do Centro de Pesquisas Econômicas, que coleta preços de bens e serviços na Região Metropolitana e algumas cidades do Interior, registrou…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/

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