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ELEIÇÕES 2018. Quadro para o Piratini praticamente pronto, com nove candidatos e coadjuvantes de luxo

Da Direita à Esquerda, são nove nomes postos para disputar o Palácio Piratini. O número pode até aumentar, mas não diminuirá

É possível haver mudanças? Claro que sim, inclusive porque ainda faltam quase quatro meses para o fecho do prazo para as convenções. No entanto, o quadro de candidatos ao Palácio Piratini está praticamente concluído. Apenas um dos protagonistas, o atual governador, num movimento próprio da política, ainda “se faz” – mas vai, sim, concorrer, defendendo seu primeiro mandato e buscando um segundo.

O que falta, mesmo, é a definição de alguns coadjuvantes de luxo. Importantes para a composição final das chapas. Três casos podem ser considerados fundamentais nessa definição. Por seu porte ou importância ou, mesmo, pela posição que ostentam hoje. São, claro, o PSB, o DEM e o PSD – que ainda se mostram indecisos em relação ao futuro, embora já existam indicações seguras de como devem proceder.

Há, por exemplo, indícios fortes de que o DEM, pelo menos sua principal liderança, Onyx Lorenzoni, prega isso, deverá acompanhar Luiz Carlos Heinze, do PP. E o PSD seguirá apoiando a chapa de situação, com o peemedegbista José Ivo Sartori na cabeça.

Já o PSB… Bem, o partido se divide, inclusive com dois nomes postos ao Senado, Beto Albuquerque e José Fortunati, recém chegado do PDT e apoiado pela cúpula dos socialistas, que desalojou Beto e seu grupo em convenção recente. Como se sairá disso? Ainda é cedo para saber.

Em todo caso, vale  conferir a relação de protagonistas, conforme reportagem de Juliana Bublitz, que o jornal Zero Hora publicou neste final de semana (clique AQUI para ler a íntegra, se você for assinante). É esta, em ordem alfabética, e com as considerações da jornalista:

ABGAIL PEREIRA (PC DO B)

Com Manuela D’Ávila concorrendo à Presidência, Abgail Pereira é a pré-candidata do PC do B ao Piratini. Se nada mudar, será a primeira vez que a sigla terá candidatura própria aos dois cargos desde a redemocratização  — o partido vinha se aliando ao PT. Em 2014, quando Tarso Genro (PT) disputou a reeleição, Abgail concorreu a vice-governadora. Com três décadas de vida partidária, a ex-secretária do Turismo na gestão de Tarso é conhecida por lutar pelos direitos da mulher e dos trabalhadores e é crítica ferrenha do governo Sartori

EDUARDO LEITE (PSDB)

ex-prefeito de Pelotas é o nome do PSDB para concorrer ao Palácio Piratini. No início do ano, a sigla deixou o secretariado de Sartori — no qual ocupava cerca de 50 cargos desde o início da gestão — para se descolar do atual governo e reduzir o desgaste. Formado em Direito, defensor de parcerias com iniciativa privada e redução da máquina pública, tem se dividido entre o mestrado em Gestão e Políticas Públicas, em São Paulo, e as articulações para definir a coligação. Um dos alvos é o PTB — o delegado Ranolfo Vieira Jr. seria vice-governador.  

JAIRO JORGE (PDT)

ex-prefeito de Canoas é a aposta do PDT — que foi aliado de Sartori até abril de 2017 — para voltar a disputar o governo do Estado, após duas décadas de jejum no Piratini (o único pedetista no posto foi Alceu Collares). Sem apoio no PT, Jairo migrou para o PDT no fim de 2016 e, desde fevereiro do ano passado, percorre o Rio Grande do Sul em busca de visibilidade. Já esteve em 400 cidades, participou de mais de 40 seminários batizados de RS Tem Solução e, até maio, pretende visitar todos os 497 municípios em sua pré-campanha. 

JOSÉ IVO SARTORI (PMDB) 

Não assume publicamente a intenção de concorrer a novo mandato, mas, nos bastidores, trabalha pessoalmente para viabilizar a candidatura — as conversas com potenciais apoiadores se aceleraram nos últimos dias. No início, o desejo de Sartori era ter Eduardo Leite (PSDB) como vice e Ana Amélia Lemos (PP) e Beto Albuquerque (PSB) concorrendo ao Senado. Agora, busca um plano B. A intenção é atrair siglas como PTB (que poderia indicar o candidato a vice-governador), Pros, PR, PPS e Solidariedade.

LUIS CARLOS HEINZE (PP)

Deputado federal ligado ao agronegócio, Luis Carlos Heinze está fortalecido depois de obter a maioria dos votos na pré-convenção do partido, mas terá o desafio de superar divergências internas e costurar apoios para seguir em frente. Importante aliado do governo Sartori, o qual deixou em março, a sigla busca apoio do DEM e do Pros e mira em outras como PRB, PR, Rede, PSB e, principalmente, PTB — um de seus desejos é ter o ex-chefe de Polícia Ranolfo Vieira Jr. (PTB), também pré-candidato ao Piratini, como vice.

MATEUS BANDEIRA (NOVO)

Diretor do Tesouro do Estado, secretário do Planejamento e presidente do Banrisul — todas funções exercidas na gestão de Yeda Crusius (PSDB) —, Mateus Bandeira é liberal convicto. O analista de sistemas especializado em finanças corporativas e políticas públicas nos EUA defende amplo programa de desburocratização e a revisão do papel do Estado, mas terá o desafio de fazer sua mensagem chegar ao eleitorado. Motivo: o Novo decidiu não fazer coligações, o que diminuirá o espaço na propaganda de rádio e na TV.

MIGUEL ROSSETTO (PT)

Com os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro decididos a não concorrer novamente, o PT apostou em Miguel Rossetto na tentativa de retomar o Palácio Piratini. Rossetto foi vice-governador de Olívio (1999-2002) e ministro nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Agora, se apresenta como o principal nome de oposição ao governo Sartori, mas, desta vez, não deverá ter o apoio do PC do B. É crítico do acordo de adesão do Estado ao regime de recuperação fiscal e diz ser possível pagar em dia o funcionalismo. 

RANOLFO VIEIRA JUNIOR (PTB)

Chefe de Polícia Civil no governo de Tarso Genro (PT), Ranolfo Vieira Jr. é pré-candidato desde julho de 2017. Apesar disso, não nega as negociações com PSDB, PP e PMDB para composição de chapa na qual venha a ser o vice. Segundo Ranolfo, as tratativas “são naturais” e é “praticamente certo” que acabe fechando acordo com uma das siglas — a decisão sai até início de maio. Secretário de Segurança de Canoas na gestão de Luiz Carlos Busato (PTB) até poucos dias atrás, o delegado diz que terá como bandeira o combate à violência. 

ROBERTO ROBAINA (PSOL)

O vereador de Porto Alegre Roberto Robaina deverá disputar pela terceira vez o governo do Estado — já concorreu  em 2006 e em 2014. Com o apoio da ex-deputada federal Luciana Genro, com quem foi casado e tem um filho, o professor de História e doutor em Filosofia pretende elaborar um programa de governo voltado aos movimentos sociais, com protagonismo das mulheres e das populações negra e LGBT. Defende auditoria e suspensão do pagamento da dívida do Estado e a revisão das isenções fiscais a grandes empresas.”

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6 Comentários

  1. Enfim, agora falando de uma visão geral da política brasileira – tirando fora da discussão a situação das multiquadrilhas-: temos uma política absurdamente cara e ineficiente, que não dá resultados há muito tempo. Não empolga. Não melhora. Não muda nada. Não há competência técnica a altura, e quando milagrosamente há, quando dai alguma ação vai finalmente ser feita, os outros poderes complicam porque ou vão perder politicamente ou vão ganhar politicamenete ou vão perder regalias ou a lei é irracional. Fazem poder pensando no umbigo, no poder que o grupo almeja e nas regalias das minorias que atendem. Repetem o mantra de fazer política do mesmo jeito “porque” sempre foi assim. Mas nesse país os resultados sempre foram medíocres fazendo assim.

  2. Só resta a torcida para que não piore. Se estagnar já vai ser uma piora natural em função dos déficits que se acumulam e da estrutura viciada, grande, ineficiente, que ninguém dá jeito. Isso nos Três Poderes, não só no Executivo.

    1. Um exemplo tradicional pode-se “pinçar” da intrometida ação recente do TCE segurando o fechamento de meras Fundações. Se para fechar algumas Fudanções é toda essa novela aí, imagine-se o dramalhão mexicano para consertar e modernizar a estrutura do serviço público em geral.

  3. Além disso nós temos um sério problema cultural. Temos profundo medo da mudança e de fazê-las dar certo. Somos um estado medíocre em pensar o futuro realista que funciona e “correr para o abraço”. Adoramos chamar de “nosso” os paquidermos quebrados e cheirando a defunto. Reclamamos da qualidade da serviço público, mas na hora de agir e decidir para se livrar das encrencas, levanta um senão conservador que nos faz continuar acendendo lamparinas a querosene. Ou seja, se aparecesse alguém com perfil de mudança e de visão correta para dar uma reviravolta importante em tudo, não seria eleito. A sociedade quer mesmo é viver na mediocridade dos mesmos dias. Outro grande problema é que ninguém tem culhão de dar um jeito na educação pública em todos os aspectos, ou seja, dar o devido encaminhamento para mudanças profundas na forma de gestão, cobrança e resultados, e daí alavancar empreendorismo e inovação, qualificar mesmo os cérebros, uma vez que isso bateria de frente com os dinossauros do sindicato. Tudo conspira nesse Estado para nada dar certo. Isso é visão cultural e muita política sem resultados, porque é só política.

  4. Nenhum empolga. Veremos mais uma vez os nanicos com seus discursos de hospício e os maiores no discuro enfadonho de sempre, sem arriscar nada, sem nenhuma visão real de estadista com visão futura para tentar conseguir colocar na cabeça desse povo o mundo real e como chegar a um Estado melhor e mais rico. São como gerentes que pensam e enxergam a coisa como funcionários públicos, na limitação funcional de praxe.

  5. De Jairo Jorge se pode dizer que não existe ex-petista.
    Abigail Pereira serviu de coadjuvante na eleição de Paulo Paim para o senado, evitou que o segundo voto fosse para concorrentes dele, Tem (ou tinha) eleitorado forte na região de Caxias.
    PT já não tem força para “polarizar” com ninguém ainda mais com este candidato, logo pode acontecer quase qualquer coisa.

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