Tudo sempre igual. O pedê é o novo nome do pefelê. Mas divergências seguem as mesmas
Quem vai presidir o Partido Democrata (PD), novo nome do Partido da Frente Liberal (PFL)? Essa é a grande discussão que move a agremiação grandona do conservadorismo político nacional, às vésperas da convenção que vai confirmar a mudança da nomenclatura.
A discussão, como coloca o jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo, em sua página na internet, não é exatamente se pedê é melhor ou pior que pefelê. Isso já está superado, afinal de contas Democrata tem um significado suficientemente forte para ser devidamente assimilado pelos militantes ainda que alguns deles, cá entre nós, não façam jus ao adjetivo.
A questão é outra: os pedistas não sabem quem vai substituir a velha guarda que já passa da hora da aposentadoria. Quem vai tomar o lugar, na presidência, por exemplo, do pra lá de veterano Jorge Bornhausen? Que, por sinal, passou anos e anos brigando com ainda mais pra lá de veterano Antonio Carlos Magalhães.
Há dois nomes sendo colocados: um baiano (e que embora não seja exatamente um aliado de ACM, não enfrenta as restrições deste) quase sessentão, José Carlos Aleluia, e um carioca trintão, Rodrigo Maia, filho do prefeito do Rio de Janeiro, Cezar Maia.
Chega a ser, aqui da planície, risível verificar o representante do que um dia se chamou direita da política nacional discutindo questões etárias. Mas também isso é a política brasileira. E um bafafá que o pefelismo, quer dizer, pedismo, terá que resolver. Leia, a propósito, o que escreve Josias a respeito:
Conflito de gerações define novo presidente do PFL
A disputa pela presidência do PFL transformou-se num conflito de gerações. Em 28 de março, a mesma convenção extraordinária que vai homologar a troca de nome da legenda para PD (Partido Democrata) terá de eleger um novo presidente. Jorge Bornhausen, o presidente que sai, sonha com a eleição de um substituto jovem. Trama em favor de Rodrigo Maia (RJ), 37. A velha pintou-se para a guerra.
A reação tem, por ora, a cara de José Carlos Aleluia (BA), 59. Na foto (que o site publica) , tirada no dia de sua formatura, Aleluia ostentava 22 anos. É, precisamente, o mesmo período de rodagem que o separa de Rodrigo Maia, 37. Hoje, com mais rugas e menos cabelos que o rival, Aleluia tenta fazer da vivência seu principal trunfo.
Entendo que o partido deve ter no comando alguém com mais experiência, diz Aleluia. Alguém que seja capaz de dar-lhe nitidez e rumo. Há vários nomes em condições de realizar a tarefa. E eu sou um deles. Não me furtarei a uma eventual disputa. Rodrigo é meu amigo, gosto muito dele, mas se o partido quer ser democrata, precisa começar exercitando a democracia interna.
A propensão de Aleluia destrói a intenção de Bornhausen de submeter ao diretório uma chapa única. Imaginava-se que o senador Antonio Carlos Magalhães, baiano como Aleluia, cuidaria de bombardear o conterrâneo, que não se submete automaticamente ao seu comando. Nesta segunda-feira (13), porém, Aleluia foi procurado por Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
O ACM Neto me disse que nem ele nem o avô irão impor nenhum tipo de veto ao meu nome, disse Aleluia. Se a Bahia não fica contra mim, não tenho razões para não disputar a presidência do partido. Seis dias atrás, Aleluia reuniu-se também com Bornhausen. Informou-o sobre as suas pretensões. E não ouviu palavras de desestímulo.
Aleluia chegou mesmo a dizer a Bornhausen que desistiria de disputar se ele pedisse. Bornhausen não pediu. E, embora penda para Rodrigo Maia, esquivou-se de externar sua posição ao deputado baiano. Disse-lhe apenas que ainda estava analisando a situação. E disse que, até aquela altura, não se havia fixado em nenhum nome.
Também no Senado o preferido de Bornhausen enfrenta resistências. Embora não se manifestem publicamente, lideranças mais antigas do partido enxergam defeito onde Bornhausen só vê virtudes. Acham que faltam a Rodrigo Maia cabelos brancos para arrostar o desafio de presidir o partido…
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