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‘VIRA-LATA’. Orlando Fonseca, o nosso complexo já famoso e a pesquisa do instituto britânico Ipsos Mori

“…O instituto britânico Ipsos Mori acaba de confirmar, em pesquisa de opinião, jogando em nosso focinho vira-lata esta constatação, agora científica. Dentre 38 países, os brasileiros são vice no ranking do desconhecimento de sua própria realidade. África do Sul levou a taça da sem-noçãozisse. A pesquisa tem o sugestivo título de “Os perigos da percepção” e traz uma sondagem sobre temas como segurança, imigração, tecnologia, consumo de álcool, gravidez na adolescência e, enfim, muitas outras sobre as circunstâncias vividas em sociedade.

Nossa segunda posição reflete uma característica: a visão amarga sobre a realidade, muitas vezes superestimada, a tal ponto de desconsiderar que, em países mais desenvolvidos, também há problemas. Por isso a tendência de achar que a taxa de homicídios no país é a maior do mundo (é alta, mas estamos longe disso), e que vem aumentando, o que também não corresponde, pois é igual à do ano de 2000. Falta…”

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da crônica “Vira-lata”, de Orlando Fonseca. Orlando é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura, PUC-RS, e Mestre em Literatura Brasileira, UFSM. Exerceu os cargos de Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e de Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados, foi cronista dos Jornais A Razão e Diário de Santa Maria. Tem vários prêmios literários, destaque para o Prêmio Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia, WS Editor; também finalista no Prêmio Açorianos, da Prefeitura de Porto Alegre, pelo mesmo livro, em 2002.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra esta nota é uma reprodução da internet.

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11 Comentários

  1. Não precisamos nem olhar os altíssimos números da dívida interna e do desemprego, baixo PIB, o índice de analfabetos funcionais, de renda (consequente), o índice deplorável da qualidade dos serviços públicos, a relação entre o que se recolhe e o que retorna, o absurdo de impostos sobre a produção (que todos pagam, até os pobres), o pouquíssimo que se faz de ciência e tecnologia aqui que repercute negativamente em riqueza e empregos mais qualificados, e a sem falar no principal item que diz o quanto um país “é vira-lata”, a qualidade da escola, cada vez mais ideologizada e menos qualificada cientificamente, que repercute negativamente em tudo, no voto desqualificado, na piora da capacidade cognitiva e na manutnção do valor das ideologias, pois não funcionam, são todas esquizas (dissociadas da realidade).

  2. E o “Mecanismo”? Uma organização multipartidária de quadrilhas num país democrático é um sintoma de um “país vira-latas”, sim, cuja única forma de avaliar politicos até aparecerem os escândalos recentes eram as urnas, nunca a Justiça nem a competência.

    A classe politica com líderes missionários e as quadrilhas que não querem perder o foro privilegiado nos mantém no “nível de vira-latice”, sim. Eis aí um problema mental: o mundo gira ao redor do umbigo dos missionários e corruptos e quando questionados, “fomos votados”. “As urnas nos inocentam e provam que somos competentes”. Só num pais pequeno de consciência para essa cultura política estar presente.

  3. Somos um “país vira-latas” quando temos a mesma carga tributária de países ricos e até os pobres pagam altos impostos nas coisas que compram, e o retorno? Os serviços públicos são os mais indecentes, isso porque para o “Mecanismo” sempre foi “fato natural”. O serviço público no geral se acha que é um fim em si mesmo, acha que merece bolsas e regalias de tudo que é tipo, e é irresponsável com a sociedade quando faz greves políticas. A sociedade paga a conta, fazem greves, e não estão nem aí. “Sempre na ltura”, dizem, contra quem? Contra nós, os que pagam a conta, ou seja, todos, porque até os pobres pagam impostos (embutidos no que compram).
    Sim, temos de assumir esses problemas para que mudemos.

  4. Modernidade, escola de qualidade para massa de forma obrigatória, planejamento familiar eficiente, serviços públicos decentes, é só para o futuro que nunca chega, porque somos sim “vira-latas” até para colocar graúdos políticos na cadeia quando devem ir. “Coitadinho”, ” presunção de inocência” para sempre, “rouba mas faz”, tudo isso é sintoma de um “Brasil vira-lata”. As estatisticas sociais que advém dos problemas sociais e legais é a pior possível quando abraçamos ideologias e as fizemos funcionar como seitas, onde a verdade objetiva e os fatos são “só um detalhe”. Tem candidata a presidência que “está em retiro” porque um corrupto descarado está preso. Não tem cabimento.

  5. Todo mundo sabe que escola, peqsuisa científica e inovação hoje com empreendedorismo forte geram e mantém países ricos, ou seja, longe de serem “vira-latas”, mas onde falta escola, a escola é ruim, a academia se preocupa mais com política do que resultados e inovação é um óasis num Saara, isso é “vira-latice” sim.

    É preciso dizer isso para que as coisas mudem. E nunca vão mudar com ideologia. Vão mudar com escola. Vão mudar fazendo as pessoas aprenderem as reais causas do nosso subdesenvolmento eterno, não achando que basta rezar ou que precisamos de missionários corruptos no poder.

  6. Só temos um refresco de bonança com commoditties num país que em pleno século XXI ainda não conseguiu fazer levantar um foguete para o espaço próximo. Nunca ganhou um Prêmio Nobel e hoje os poucos cientisas de renome saíram do país para fazer uma pesquisa decente em universidades de segunda linha nos Estados Unidos. Por que fazer subir um foguete e fazer ciência de ponta em multiáreas é importante? Porque para chegar nesse ponto muita gente teve de ir para uma escola e se qualificar. E ao se qualificar, vem a capacidade para ótimos cargos e daí rendas do mesmo quilate. E se alguém tem perfil empreendedor, vai gerar produtos e serviços qualificados, empregar, gerar impostos, precisando de mais pessoas qualificadas. É um circulo virituoso. Que só acontece em países que não tem “complexo de vira-lata” porque não são. Somos dependentes de tudo que é importante em ciência e tecnologia dos outros paises, e isso demonstra nossa incapacidade de sermos grandes. Conspiramos contra nós mesmos, ao contrário do que os vermelhinhos com suas “teorias conspiratórias” dizem.

  7. 1/3 dos adultos em idade adulta é analfabeta funcional, ou seja, não sabe colocar em prática o que lê num manual de instruções. Como vão querer um bom emprego e daí uma boa renda? São assim porque foram os “ricos capitalistas selvagens” que os amarraram quando crianças nas suas camas para não irem à escola? Ou porque o Estado não dá escola de qualidade nem exige que vão as aulas? Por causa de falta de escola, somos um dos piores países do mundo em capacidade matemática e científica. Isso está nas pesquisas. E isso gera uma democracia de voto desqualificado, pois se alguém não tem capacidade cognitiva para colocar em prática a leitura de um manual de instruções, como vai votar de forma qualificada?

  8. Não é complexo. É a realidade. Esse país se achar um “vira-lata” é uma realidade em multiaspectos, não precisa nem de estatistica, basta abrir a janela de manhã e olhar para os containers para ver o reflexo do desemprego no número de pessoas que voltaram a recolher lixo seco para ganhar 10 reais por dia. E ler os jornais. Ver o show de horrores que aconteceu no final de semana passada nas tevês. Somos um país de vários brasis contraditórios que não se entendem. O problema é a porção do “Brasil vira-lata” que dá de goleada no Brasil que funciona e é grande. O grande problema é que esse Brasil “vira-lata” (porque não funciona, que não resolve, que piora a vida de todo o mundo) tem causa no próprio poder, que é incompetente, ideológico e minúsculo em consciência.

  9. Taxa de homicídios é valor médio. O número absoluto cresce anualmente, como a população também aumenta a razão entre os números não muda. Voltando à estatística, existem medidas de dispersão. Homicídios no RJ e algumas cidades do NE são mais numerosos que em Santa Maria, por exemplo. Cariocas tem percepção da violência diferente dos que vivem em São Paulo ou BH.
    Revista The Economist trouxe na última semana uma reportagem sobre homicídios. Somente 18% das mortes violentas do mundo são produto de guerras. Foco da reportagem? África, América do Sul e América Central.
    O resto é mimimi: “Brasil é o pais do futuro”, “Brasil é país rico”. Não se pode debater os problemas porque é “complexo de vira-lata”, “não está tão ruim assim”.

  10. Uma das leituras obrigatórias mais comuns nas faculdades dos EUA é “How to lie with statistics”, publicado em 1954. Vejamos a pesquisa. Taxa de consumo de açúcar no país é algo que todos se preocupam diariamente? E de álcool? Proporção da população que é diabética? A menos que a pessoa seja diabética duvido que preste atenção nisto.
    A pergunta sobre migração é “qual a porcentagem de prisioneiros estrangeiros vc acha que existem nas cadeias do país”. A pergunta sobre tecnologia é “qual a percentagem da população tem smartphone” ´(mais sobre consumo do que outra coisa).
    Ou seja, um tremendo non sequitur utilizando um apelo a autoridade. Se tivessem perguntado sobre taxa de desemprego, serviços públicos, etc. aí sim seria motivo de preocupação.

  11. Fiz o teste da Ipsos. Acertei 5 de 8 perguntas. Errei de propósito as perguntas cuja resposta já sabia por ter lido a coluna.
    Complexo de vira-lata é algo que tiraram do meio futebolístico com motivos eleitoreiros, nada mais do que isto. É frase de um jornalista, mas não é por isto que é verdade ou deixou de ser verdade. Conectada com a “baixa autoestima”, outra frase proferida por políticos que gostam de mostrar a metade meio cheia do copo d’água e para proveito próprio preferem que a parte meio vazia seja ignorada.

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