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CIDADE. Relatório de Comissão do Legislativo aponta que Santa Maria nada aprendeu com tragédia da Kiss

Comissão especial investigou o Poder Executivo na fiscalização de alvarás em boates, casas noturnas e estabelecimentos similares

Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Divulgação), da Equipe do Site

“A cidade não aprendeu com a tragédia Kiss naquilo que se se refere à preocupação com a segurança e a vida em primeiro lugar”. Este é um dos apontamentos da comissão especial da Câmara de Vereadores que investigou o Poder Executivo na sua fiscalização de alvarás em boates, casas noturnas e estabelecimentos similares. O site obteve uma cópia do relatório concluído esta semana.

Formaram a comissão os vereadores Celita da Silva (PT), presidente; Adelar Vargas – Bolinha (PMDB), vice; e Vanderlei Araujo (PP), relator. O trabalho teve início no dia 2 de março e foi realizado sem alarde. Foram realizadas audiências com associações de vítimas da tragédia e também com o setor de emissão e fiscalização de alvarás da Prefeitura de Santa Maria.

A comissão também entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, a fim de solicitar a avaliação sobre a emissão e fiscalização de alvarás, no aspecto segurança. Todavia, a corporação não demonstrou vontade em se reunir com os parlamentar e enviou uma resposta documental.

“Informo que na avaliação do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, sediado em santa Maria, a emissão e fiscalização dos alvarás para boates, danceterias, casa de shows e afins encontram-se em conformidade com a legislação de prevenção a incêndios e com a Prefeitura”, informou a guarnição aos vereadores.

Em relação ao Executivo, o relatório aponta que faltam servidores no serviço de fiscalização uma vez que há na cidade mais de 14 mil estabelecimentos e, ano passado, cerca de 12 mil foram fiscalizados. O Executivo também salienta que há, em Santa Maria, uma cultura de “coisas às avessas”, no qual o empreendedor primeiro olha o imóvel, realiza a locação, contrata os funcionários, abre o empreendimento e, depois, busca se licenciar.

“Ou muitos ainda iniciam o processo de licenciamento, mas abrem o negócio antes de concluírem a licença. Ou seja, começam a funcionar de forma ilegal e inadequada”, diz trecho do documento.

Legislação limita fiscalização

O relatório, que deverá ser lido em Plenário na próxima semana por Vanderlei Araujo, indica que há falhas estruturais no Poder Público em razão de haver uma Legislação antiga. Um exemplo é a fiscalização periódica limitada a denúncias.

“A Prefeitura salienta que possui o dever legal de fazer a fiscalização uma vez por ano e que realiza essa fiscalização. Portanto quando há problemas, por exemplo, superlotação, a Prefeitura tem que receber a denúncia para fazer a fiscalização num prazo anterior a um ano completado ao da fiscalização anterior. A Prefeitura não se indispõe de fazer fiscalização, inclusive noturna, mas para isso tem que ser provocada por denúncia. E isso porque a fiscalização noturna exige custos com horas extras”.

A esperança é de que o Poupa Tempo, cujo decreto de criação foi assinado em 21 de maio, seja um aliado na execução da fiscalização, superando assim a falta de pessoal.

Alerta à segurança

O relatório é taxativo em relação à falta de consciência da população mesmo após o incêndio de 27 de janeiro de 2013. O trabalho constatou que as pessoas procuram por eventos lotados, tornando este um critério para seguir frequentando o local, independente, da segurança.

“Muito antes de qualquer coisa, se faz necessário um amplo trabalho das forças vivas da cidade no trabalho da conscientização e prevenção para evitar que outras tragédias semelhantes a da boate Kiss ocorram em nossa cidade, como, por exemplo, promoções de eventos de conscientização, visitas constantes e aleatórias dos fiscais às casas de shows, boates e afins, independente de denúncias, colocando essas visitas como prioritárias para a garantia de segurança ao público consumidor de eventos”, finaliza o relatório.

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