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ESPAÇO ALVIRRUBRO. Leonardo da Rocha Botega, a derrota de hoje e o começo de um ‘novo campeonato’

Uma fase que termina e o sonho que continua!

Na distribuição dos dias da semana, a quarta-feira não representa apenas o meio da semana, como indica a sua denominação alemã, Mittwoch. Para os românticos a moda antiga, quarta-feira representa o famoso dia do sofá, onde os namorados tinham a permissão para um encontro (normalmente acompanhado por algum fiscal moralizante). Para os antigos povos pagãos, quarta-feira era o dia de referenciar o deus Mercúrio, daí a origem do nome em muitas línguas latinas. Em espanhol, Miércoles. Em catalão, Dimecres. Em francês, Mercredi. Em italiano, Mercoledì. Em esperanto, Merkredo. Os Bascos são um dos povos que fogem a esta regra, considerando Asteazken o último dia da semana.

No futebol, muitas vezes, a quarta-feira também remete a finais. Assim ocorre na Copa Libertadores da América, na Copa do Brasil e até pouco tempo ocorria na Champions League Europeia. Na Divisão de Acesso, a Federação Gaúcha de Futebol (talvez para fugir do dia das mães e poupar as mães dos juízes dos estúpidos insultos muitas vezes proferidos) determinou que todos os jogos da última rodada da primeira fase ocorressem na quarta-feira pela tarde. Uma forma de igualar as condições entre os times que mandam seus jogos em estádios sem refletores com as condições daqueles que jogam em estádios com refletores. Que a luz do sol decida quem serão os classificados e os chaveamentos das quartas de finais.

Aimoré e Inter-SM entraram em campo às 15h30, em um estádio quase vazio, para uma partida que foi acompanhada por muitos torcedores alvirrubros através de uma live do facebook, confirmando que, em meio a tanta estupidez, às vezes podemos filtrar coisas boas em uma Rede Social. Já classificado, o alvirrubro poupou três titulares que poderiam levar o terceiro cartão amarelo e dessa forma ficar de fora do primeiro jogo eliminatório. O Aimoré, por sua vez, jogava pela classificação, que mesmo sendo provável, não estava assegurada. Além disso, o clube de São Leopoldo jogava com um time reforçado em relação àquele que jogou a primeira rodada do campeonato em Santa Maria (reforços possíveis, diga-se de passagem, graças a boa condição financeira adquirida por ter ganho a Copa FGF no segundo semestre de 2017 e disputado a milionária Copa do Brasil).

E foi um destes reforços, o atacante Hyantony que, aos 6 minutos, ameaçou o gol alvirrubro com uma cabeçada defendida com dificuldade pelo goleiro João Paulo. Essa primeira ameaça foi um sinal para o que viria três minutos depois. Aos 9 minutos, lançado pelo meio-campista Elias, o veterano goleador limpou a zaga e fez 1×0. Em desvantagem, o Inter-SM quase chegou ao gol aos 25 minutos, quando Pablo foi lançado e encobriu o goleiro do Índio Capilé, que também se chama Pablo. No encontro de xarás, prevaleceu o zagueiro Léo Kanu que de cima da linha impediu o empate alvirrubro. O goleiro Pablo ainda faria duas belas defensas em um chute de Jonatan Cabeça, aos 32 minutos, e em uma cobrança de falta de Chiquinho, aos 43 minutos. O empate alvirrubro veio aos 48 minutos, na última jogada do primeiro tempo. Chiquinho cobrou falta mandando a bola para a área, a zaga do Aimoré afastou, Jardisson apanhou o rebote e chutou para o gol: 1×1 e final do primeiro tempo.

O Inter-SM voltou para o segundo tempo melhor que o adversário. Aos 7 minutos, Jeorge chutou da entrada da área e a bola foi por cima do gol. Aos 10 minutos, Chiquinho fez uma daqueles lançamentos que parecem terem sido calculados por algum físico, Pablo recebeu e cruzou rasteiro, Jeorge acabou perdendo um gol incrível, sem goleiro. Há quem diga que no futebol quem não faz, leva. Tenho minhas dúvidas quanto a este ditado, mas em São Leopoldo ele se fez presente. Aos 12 minutos, Marco Antonio pegou o rebote de uma bola afastada pela zaga alvirrubra e de fora da área (em jogada ensaiada com o “morrinho artilheiro”) chutou para fazer 2×1. Em vantagem, o Aimoré quase ampliou aos 22 minutos em uma cabeçada do zagueiro Léo Kanu que acertou o travessão. O alvirrubro então ensaiou uma pressão. Aos 37 minutos, o atacante Paulo Henrique (que entrou decorrer do segundo tempo) quase empatou de cabeça. Porém, mesmo com quatro atacantes em campo, o Inter-SM não conseguiu empatar e acabou tomando um terceiro gol aos 44 minutos, através do meia Elias que sem marcação fechou o jogo em 3×1.

A derrota mudou um pouco os planos do Inter-SM para a próxima fase. Com o resultado negativo em São Leopoldo e a goleada do Pelotas sobre o Lajeadense (4×1), o alvirrubro se classificou em terceiro do grupo e jogará contra o Glória de Vacaria (2º colocado do outro grupo), decidindo a vaga fora de casa. Apesar de saber da força da Baixada Melancólica, onde nos últimos dois anos o Inter-SM apenas perdeu pontos por duas vezes, faço a ressalva de que o ex-técnico do Boca Juniors, Carlos Bianchi, preferia jogar sempre o primeiro jogo em casa, pois um bom resultado jogava toda pressão do mundo sobre o adversário diante de sua torcida. Porém, para que um bom resultado ocorra é fundamental que aqueles santa-marienses, torcedores alvirrubros, se façam presentes no estádio.

Agora um “novo campeonato” se inicia e chegou a hora de abraçarmos definitivamente os nossos bravos guerreiros, que com muito esforço e dificuldade superaram uma fase inicial de incertezas e colocaram mais uma vez o Esporte Clube Internacional nas fases decisivas da Divisão de Acesso. O sonho continua!

OBSERVAÇÃO DO AUTOR: a imagem-arte que ilustra esta crônica é  uma reprodução do site Esporte Sul.

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