Da Coordenadoria de Comunicação Social da UFSM, com foto de RODRIGO TEMP MÜLLER
O periódico inglês Zoological Journal of the Linnean Society publicou nesta terça-feira (15) um estudo de pesquisadores da UFSM que descreve um esqueleto fóssil extremamente bem preservado de um dos mais antigos dinossauros já descobertos no mundo. A pesquisa foi liderada pelo técnico de laboratório de paleontologia da UFSM Rodrigo Temp Müller, que também é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal. Também participaram da pesquisa o professor Sérgio Dias da Silva, do Departamento de Ecologia e Evolução, e o doutorando do mesmo programa Cristian Pereira Pacheco. Colaboraram ainda no estudo os pesquisadores Max Cardoso Langer e Mário Bronzati, ambos da Universidade de São Paulo (USP), e Sérgio Furtado Cabreira, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
O espécime descrito foi escavado em rochas do município de São João do Polêsine, na região central do Rio Grande do Sul, e encontra-se depositado na coleção científica do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da UFSM, localizado no mesmo município. Encontrado em 2015, o fóssil pertence à espécie Buriolestes schultzi (descrita e batizada em 2016), nome que faz referência ao sítio fossilífero Buriol, o qual fica também em São João do Polêsine. Estima-se que esse espécime tenha vivido há 233 milhões de anos, no estágio Carniano do período Triássico Superior.
Essa espécie faz parte de um grupo de dinossauros conhecidos como sauropodomorfos, os quais geralmente têm a cabeça pequena em relação ao tamanho do corpo, o pescoço longo e o primeiro digito da mão bem desenvolvido. As formas mais antigas foram pequenas, como o próprio Buriolestes schultzi, que alcançava cerca de 1,5 metro de comprimento e altura de aproximadamente 70 cm, pesando cerca de 15 kg. Porém as formas mais derivadas e mais recentes passaram dos 30 metros de comprimento, visto que esse grupo também inclui dinossauros gigantes, herbívoros, de cabeça pequena e pescoço longo.
O espécime descrito no estudo em questão, por outro lado, possui dentição relacionada a uma dieta carnívora, enquanto que o restante dos sauropodomorfos são herbívoros ou onívoros. Isso indica que o ancestral dos sauropodomorfos foi um animal carnívoro e esse mesmo hábito alimentar se manteve em formas como o Buriolestes schultzi. Portanto, o que direcionou o primeiro passo evolutivo do grupo não foi a dieta herbívora, que surgiu posteriormente na história evolutiva do grupo…”
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Fóssil é o que mais tem em Santa Maria, praticamente um Jurassic Park. Principalmente da década de 70 do século passado.