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Artigo. Diferenças entre um governo e outro, ou de FHC a Lula, escreve um cientista social

Recebi novo artigo do bacharel em Ciências Sociais e pós-graduando em Estatística pela UFSM, Dantro Guevedo. No texto, ele avalia – do ponto de vista econômico  e social – a situação do País, nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva (embora não tenha citado o nome do atual Presidente). E também faz incursões sobre a situação de Santa Maria. Confira:

 

“Como avaliar um governo

 

Ser cidadão não se resume ao voto, mas votar é uma ação tão importante que pode ser considerada uma das principais escolhas da vida de uma pessoa. Como Aristóteles dizia, “somos animais políticos por natureza”. Por isso, precisamos ter clareza sobre nossas prioridades e os principais valores de nossas comunidades, para que tenhamos os parâmetros para mensurar, comparar e julgar os resultados e projetos de um governo, bem como, para opinar sobre os benefícios coletivos acumulados durante um mandato. De posse dessas ferramentas podemos avaliar qualquer governo, seja ele Federal, Estadual ou Municipal.

 

Se compararmos o Brasil entre 1995 e 2002 e o Brasil entre 2003 e 2007 vamos perceber que muita coisa melhorou ao nível da Federação. Tem mais gente cursando universidade. Tem menos famílias abaixo da linha de pobreza. Tem mais emprego sendo ofertado. Tem mais gente falando em justiça e fiscalizando os políticos. Tem cada vez menos dívida externa para pagar, maior soberania nacional e melhores relações no Conesul. Tem mais investimentos em tecnologia, em infra-estrutura e programas sociais. O poder econômico da população aumenta dia após dia. E o sistema econômico está estável. Ou seja, estamos crescendo com bases sólidas, e se desenvolvendo de modo integrado e paulatinamente.

 

Só para recordar os mais esquecidos, um pai de família em 2002 podia comprar 70 kg de arroz com um salário mínimo, em 2007 com um salário mínimo o mesmo pai de família pode comprar mais 300 kg de arroz (e sobra troco!). Isso é distribuição de renda. Foi um aumento do poder de consumo de quase 430% (em um único item). Hoje tem mais comida na mesa do brasileiro. Tendo comida a gente tem força para trabalhar, e as oportunidades de emprego não faltam. Santa Maria que o diga, mês após mês os indicadores de emprego e arrecadação de tributos vêm crescendo, sinais de que a economia daqui também respira desenvolvimento.

 

Existem problemas que perduram, e isso não dá para negar. Mas três palavras podem servir para o julgamento do atual governo, iniciativa, criatividade e oportunidade. Mesmo com os problemas deixados pelo governo de FHC, em breve o Brasil terá em caixa (em sua poupança interna) quase o mesmo valor da sua dívida externa. Que muitos dos livros denominavam como “uma dívida impagável”. O certo é que o governo FHC não pode ser isentado de culpas, apesar ter dado nome a um plano que quase quebrou o Brasil em 1998. Um episódio que só não foi pior devido ao socorro de 40 bilhões de dólares do FMI para não decretar o “curralito luso-americano” em terras tupiniquins.

 

Sei que nem tudo são flores, mas também sei reconhecer quando as coisas estão melhores do que estavam. De 1995 a 2002 o Brasil viveu uma falsa expectativa de estabilidade e de crescimento. Todavia, de 2003 a 2007 há tanta estabilidade que uns já chamam de estagnação. E outros querem tanto ver a aceleração do crescimento que, nem se preocupam com as possíveis transformações estruturais e institucionais que acontecerão em nossa sociedade. Afinal de contas, desenvolvimento implica mudanças. E nós devemos saber mensurar e avaliar essas mudanças para ter certeza de como isso tudo gera benefícios para a maioria da população. Por isso, a escolha de um governo não deve se restringir aos debates sobre alguns buracos ou algumas lâmpadas, mas deve se pautar pelo bem do todo, e pela melhoria das condições de vida da maioria de nossa sociedade.

 

Dantro Guevedo”

 

 

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