Santa Maria

CRÔNICA. Orlando Fonseca e o Art Déco

“… No entanto, é o que se está fazendo com muito do patrimônio, importante para a memória da cidade. Na década de 40 do século passado, portanto, há quase 80 anos, iniciou-se uma história que pode estar com os dias contados. E nisso não há alarmismo trágico, basta tentar fazer um levantamento de tudo o que já veio abaixo, pelo simples gesto de desarrumar o passado, para preparar um futuro que não sabemos bem qual será.

Pouca gente, em nossa cidade, sabe o que é Art Déco. Entretanto, dispomos dos poucos exemplares em via contínua do mundo, ali nas quadras da Rio Branco. Iguais a estes só em Miami, nos EUA. Mas não importa o conhecimento do que seja o modelo arquitetônico. Alguns dirão que, por isso mesmo deve vir abaixo, incluindo aí a idade e a falta de conservação. A questão é que, para que se ame esta cidade, chamada de Coração do Rio Grande, é preciso exercer outro valor caro para a identidade do Município, também conhecido como Cidade Universitária e Cidade Cultura (este título, oficial há 50 anos): é preciso conhecer. As pessoas não esquecem o que amam, e só amam de verdade o que conhecem…”

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da crônica “Conhecer para amar”, de Orlando Fonseca. Orlando é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura, PUC-RS, e Mestre em Literatura Brasileira, UFSM. Exerceu os cargos de Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e de Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados, foi cronista dos Jornais A Razão e Diário de Santa Maria. Tem vários prêmios literários, destaque para o Prêmio Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia, WS Editor; também finalista no Prêmio Açorianos, da Prefeitura de Porto Alegre, pelo mesmo livro, em 2002.

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5 Comentários

  1. Caro Orlando
    Não acredito que o prefeito autorize tamanho retrocesso. Quando conversamos, durante a Feira do Livro, manifestou espontaneamente a sua intenção de solicitar o meu auxílio para juntos encontrarmos meios de defender o nosso patrimônio construído. Mais: notei franqueza; tratava a matéria como uma preocupação genuína.
    Tenho dito: não compreendo as razões pelas quais, em pleno 2018, quando diversos lugares do mundo superaram tais dificuldades há muito, estejamos tratando de forma dualista um tema onde todos os de bom senso deveriam estar do mesmo lado.
    Preservação e investimentos na construção civil são absolutamente conciliáveis, aliás, a “saúde” de um depende da do outro.
    Se não compreendermos assim, em breve veremos o pouco que restou de nossas antigas belezas somente por meio dos registros fotográficos.

  2. Falam em vocação para turismo de negócios da aldeia. Para avaliar basta comparar a cidade com outras que já são fortes no setor. Não é necessário muito discernimento para ver o que existe nas mesmas, o que falta aqui e avaliar que falta muito.

  3. O mais racional seria trazer arquitetos de fora e fazer avaliação do que deve ser preservado. Gente de fora é menos suscetível a pressões locais (vão embora depois do serviço), ideologias estranhas e não tem apego afetivo irracional. Por que isto? Porque tombar tudo do jeito que está é condenar a ruína. Poder público não tem dinheiro para conservar. Setor privado não vai investir por um motivo que não entra na cabeça de alguns: investimento são recursos que tem que retornar num horizonte finito de tempo com juros. Acho que foi o Schirmer que disse que Santa Maria não tinha empreendedores (logo ele que nunca teve nem um buteco para chamar de seu). Aldeia não tem muitas oportunidades de investimento, é diferente. O que mais se ouve é gente querendo que particulares tirem dinheiro do próprio bolso para atacar problemas que o poder público não resolve (falta de recursos ou capacidade) e a justificativa é responsabilidade social, consciência empresarial, cidadania ou qualquer lorota semelhante.

  4. O que se ve evidencia no debate é a tentativa de construir uma equivalência imaginária entre Santa Maria e Miami, ou seja, mais uma manifestação da megalomania local. Segue-se a desqualificação de praxe, população é ignorante, não sabe o que é Art Deco, logo tem confiar na palavra de ‘especialistas’.
    Alguns falam em ‘potencial’ turístico. Pois bem, existem congressos de Art Deco pelo mundo, não creio que tenham conhecimento da aldeia. Existem também outras cidades: Havana, Shangai, Casablanca, Valencia, Melbourne. Ou seja, ninguém vai aparecer por aqui só para ver prédios, teria que haver algo mais, cidade tem problemas sérios de transporte e logística.

  5. Só porque um prédio é velho/antigo não significa que é patrimônio histórico. Alguns prédios da cidade são importantes porque tem relação com a história, teatro, museu Gama D’Eça, Câmara de Vereadores, Clube Caixeiral, Fórum antigo, etc.
    No caso arquitetônico é necessário que o(s) prédio(s) sejam particularmente ‘belos’ e representativos do estilo em questão ou tenham sido projetados por um arquiteto reconhecido na época da construção. Até agora isto não ficou demonstrado no que diz respeito as construções da cidade.

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