UFSM. Seminário “América do Sul na Era Nuclear” trará à cidade três organizações vencedoras do Nobel
Da Assessoria de Imprensa do Evento, com imagens de Divulgação
Em novembro de 1895, o químico e inventor sueco Alfred Nobel assinou seu testamento, em Paris. Nele, o criador da nitroglicerina e da dinamite destinava parte de sua fortuna à criação de um fundo dedicado a premiar “aqueles que, durante o ano precedente, tivessem conferido o maior benefício para a humanidade”. Cinco anos após sua morte, ocorrida em 1896, os primeiros Prêmios Nobel eram entregues nas categorias indicadas por seu fundador: Física, Química, Medicina, Literatura e Paz.
Desde o início do século XX, o Prêmio Nobel tornou-se uma das mais prestigiadas premiações mundiais, tendo sido agraciada a 923 pessoas e organizações. Dalai Lama, Nelson Mandela, Malala Yousafza e Barack Obama são algumas das personalidades já reconhecidas com o Prêmio Nobel da Paz, por seus esforços em prol dos direitos humanos, do combate à discriminação e pela conciliação entre os povos.
Entre os laureados estão também importantes organizações que têm atuado no combate à proliferação de armas nucleares e na busca por um acordo mundial de proibição deste tipo de armamento, chamando a atenção para as drásticas consequências de um conflito nuclear para toda a humanidade. Três destas instituições reconhecidas com o Nobel da Paz estarão na Universidade Federal de Santa Maria, campus sede, nos dias 20 e 21 de agosto, participando do Seminário Internacional América do Sul na Era Nuclear: Riscos, Desafios e Perspectivas.
Estão confirmadas no evento a Pugwash Conferences on Science and World Affairs, instituição que promove o evento em conjunto com a UFSM, condecorada com o Nobel em 1995; a International Physicians for the Prevention of Nuclear War (IPPNW), premiada em 1985; e a mais recente instituição vencedora do prêmio, a International Campaign to Abolish Nuclear Weapons (ICAN), reconhecida em 2017.
Além dos laureados com o Nobel da Paz, o Seminário também trará à Santa Maria autoridades, diplomatas e representantes de outras instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a organização Women In Nuclear Global (WiN Global) e a Fundação de Não-Proliferação para Segurança Global (NPSGlobal).
Outro destaque da programação será a participação do embaixador da Argentina para a Áustria, Eslovênia e Eslováquia, Rafael Grossi. O diplomata é o representante permanente da Argentina junto às Organizações internacionais em Viena e presidirá a Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação, em 2020. Grossi ministrará a Aula Magna da UFSM, no encerramento do Seminário, no dia 21.
Representantes de importantes instituições brasileiras também estarão presentes, como o diretor da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, o Contra-Almirante Humberto Moraes Ruivo, o coordenador técnico do projeto Reator Multipropósito, José Perrota, e o presidente da Eletrobras Eletronuclear, Leonam Guimarães. Completam o rol de conferencistas pesquisadores brasileiros vinculados a instituições como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Para o coordenador geral do evento, professor Júlio César Cossio Rodriguez, vinculado ao Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM, o Seminário América do Sul na Era Nuclear é um evento singular. Segundo ele, este é o primeiro grande evento na América do Sul que vai discutir os riscos, desafios e usos da energia nuclear, especificamente as preocupações pela manutenção da paz na região em função dos desenvolvimentos possíveis de armas nucleares ao redor do mundo. “É uma oportunidade única para estudantes, pesquisadores e comunidade em geral de conhecerem e dialogarem com os maiores especialistas no tema, na América do Sul e no mundo. Uma oportunidade única de ouvir, na nossa universidade, personalidades e especialistas que provavelmente não retornarão ao Brasil e ao Rio Grande do Sul tão cedo”, argumenta o coordenador do evento.
O Seminário Internacional América do Sul na Era Nuclear: Riscos, Desafios e Perspectivas será realizado no Centro de Convenções da UFSM, em Santa Maria, nos dias 20 e 21 de agosto. O evento será gratuito e aberto a toda a comunidade interessada. Quem desejar certificado de participação deve inscrever-se pelo site do evento (http://w5.ufsm.br/eventos/sulnuclear/) até o dia 12 de agosto. Estudantes e pesquisadores da área podem submeter trabalhos na forma de pôsteres para a Mostra Acadêmica, que ocorrerá em paralelo. O prazo para submissão encerra no próximo domingo (29).
Saiba mais sobre as organizações vencedoras do Nobel da Paz que estarão em Santa Maria em agosto
– A Campanha Internacional para Abolição de Armas Nucleares (ICAN) recebeu o Nobel da Paz, em 2017, por causa tanto do trabalho em trazer à tona as consequências catastróficas humanitárias decorrentes do uso de qualquer arma nuclear, quanto pelos esforços no atingimento das metas propostas nos tratados de proibição deste tipo de armamento. Atualmente, a ICAN organiza eventos públicos de conscientização sobre o desarmamento nuclear junto a sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Além disso, promove dias globais de ação, e se engaja e advoga contra o uso de armas nucleares junto às Nações Unidas e em parlamentos de diversos países. Durante o evento América do Sul na Era Nuclear, a ICAN será representada pelo professor da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) Cristian Wittmann.
– A Pugwash Conferences on Science and World Affairs (PCSWA) recebeu o Nobel da Paz, em 1995, por seus esforços em diminuir a importância dada às armas nucleares na política internacional e contribuir para que, no longo prazo, se elimine esse tipo de armamento. Atualmente, possui como objetivos para o quinquênio 2013-2018 diminuir o risco de armas de destruição em massa, encaminhar, de todas as maneiras possíveis, resoluções de conflitos, principalmente nas áreas em que esse tipo de armamento seja possível de ser usado, entre outros objetivos relacionados a mitigar os usos das armas de destruição em massa. A PCSWA é uma das organizadoras do Seminário e o embaixador brasileiro Sérgio de Queiroz Duarte será um de seus representantes.
– A International Physicians for the Prevention of Nuclear War (IPPNW) recebeu o Nobel da Paz, em 1985, porque conseguiu divulgar informações relevantes para a conscientização das consequências da guerra atômica. A IPPNW representa organizações de médicos, estudantes de medicina e outros profissionais de saúde de 64 países de todo o mundo. A organização promove a conscientização das consequências dos usos de armas nucleares em guerra, sob o ponto de vista médico e humanitário. A organização será representada no evento pelo médico costa-riquenho Carlos Umaña Silesky.
Poderiam fazer um seminário ‘América do Sul e a colonização de Marte’. Teria os mesmos efeitos.