CIDADE. Fábrica do Natal do Coração, a partir deste mês, terá o custo de R$ 8,5 mil mensais ao município

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto/arquivo), da Equipe do Site

Não é exagero dizer que Fábrica do Natal do Coração tornou-se uma herança maldita no governo Jorge Pozzobom (PSDB). No sábado (1º), começou a valer um novo contrato de locação do espaço, localizado na Rua Adão Schneider, 55, na Vila Schirmer, com o custo mensal de R$ 8.512,10 (aumento de 8,15%). No local estão adornos natalinos que, um dia, serão descartados.

O acordo tem vigência de um ano e custo total de R$ 102.145,20. Contudo, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk, afirma que contrato firmado com uma imobiliária poderá ser interrompido a qualquer momento.

“Estamos em busca de um destino para aqueles materiais. As sobras de metal serão colocadas em um ambiente menor, no qual gastaremos a metade do valor do atual aluguel. Porém, o material pet possui resíduos de tinta a base de solvente e ainda não conseguimos descartar”, explica Falk.

Uma das possibilidades, segundo o secretário, será a compactação do material pet, por uma empresa de Santa Maria, para posteriormente ser usado como muro de compensação. A esperança de Falk é de que o problema seja resolvido ainda este ano.

“Quando se faz um projeto se pensa na criação e também na sua finalização, o que não foi feito neste caso”, critica o secretário.

O contrato de locação do espaço foi materializado em 1º de setembro de 2015 (AQUI), durante o governo Cezar Schirmer (MDB). No primeiro ano, foram pagos R$ 8 mil mensais de aluguel. Em setembro de 2016, o valor passou para R$ 8.907,13 mensais.

Quando Pozzobom assumiu o governo, todos os contratos de aluguel da Prefeitura foram revisados e, em alguns casos, renegociados. É o caso da Fábrica do Natal do Coração. Em 15 de maio de 2017, a locação passou a custar, mensalmente, R$ 8.016,42 aos cofres públicos. Já em setembro do ano passado, o custou passou para R$ 7.870,33 mensais.

No total, entre setembro de 2015 e agosto de 2018, a Prefeitura gastou R$ 259.028,87 com o aluguel do espaço. Se o atual contrato for cumprido até o final, o custo total do depósito de enfeites natalinos, em quatro anos, será superior a R$ 361 mil.

Polêmica com empresa de decoração

No final do ano passado, os adornos natalinos geraram polêmica devido a um impasse com a empresa responsável pela decoração do Natal do Coração.

Em 2016, a Prefeitura firmou um contrato com a empresa EcoDecor, de Foz do Iguaçu, no qual o Município pagou R$ 133 mil (divididos em três parcelas) para que fosse feito o reaproveitamento integral das peças utilizadas no Natal do Coração entre 2012 e 2015 (apenas reformando as que necessitassem), além do desenvolvimento de um projeto de decoração (AQUI).

O contrato, já encerrado, possui uma cláusula que estipula uma multa de 50% do valor firmado caso a Prefeitura reproduzir, ceder, emprestar, ensinar ou comercializar, no todo ou em partes, as técnicas e processos (patenteados desde 2003) sem autorização por escrito da empresa.

Esse foi um dos motivos que fez o governo Pozzobom desistir do Natal do Coração e investir no Viva o Natal, que apresentou uma decoração mais simples em comparação com a dos anos anteriores.

“O problema, hoje, está superado. Vamos separar o que será descartado e ver o que podemos reaproveitar. A imagem de um anjinho de metal, por exemplo, vamos tirar o plástico, lavar o ferro e pintar de novo. Vamos selecionar o que pode ser usado novamente”, projeta Falk.