Destaque

CONVIVÊNCIA. Praças e parques de SM: o que esses espaços de lazer oferecem às crianças e adolescentes?

Praça Hermenildo Gabbi, no central bairro Rosário, foi um dos espaços que não recebeu o kit de brinquedos distribuído pela Prefeitura

Por PAOLA SALDANHA (texto e fotos), Especial para o Site

O artigo quarto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que seja dever da família, sociedade e poder público garantir, entre outros direitos, o lazer e convivência com a comunidade. Em Santa Maria, praças e parques são os locais públicos onde a população infanto-juvenil encontra esses espaços de lazer.

Moradora relata que falta de manutenção da praça coloca nas costas da vizinhança a responsabilidade pelos cuidados tomados com o local

Conforme a psicóloga Nadir Gonçalves, que realiza atendimentos voltados às crianças e adolescentes, estes ambientes atuam com forte influência no desenvolvimento desta faixa etária. “Colabora na nossa formação de homem autônomo, na participação comunitária, desenvolvimento pessoal e autoestima. Ali que se dá as relações cognitivas e afetivas, permitem a integração e socialização”, explica.

As secretarias de Cultura, Esporte e Lazer, Meio Ambiente – que integra a Superintendência de Praças, Parques, Canteiros e Jardins -, e de Infraestrutura e Serviços Públicos são os órgãos responsáveis por esses espaços na cidade. De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Sandra Rebelato, entre 2017 e 2018, 56 kits de brinquedos foram fixados em 32 locais, em uma iniciativa de revitalização e visando a recreação das crianças.

Acesso para uma das quadras de futebol, no Parque Itaimbé, a mais central das possibilidades de lazer para crianças e adolescentes. Mas…

Entretanto, essas áreas também sofrem com a depredação e a falta de manutenção, como é o caso da praça Hermenegildo Gabbi, no bairro Rosário. Mariana Marquezan, 35 anos, que mora nas proximidades, encontra ali o único espaço para levar a filha, mas destaca a falta de cuidado dos órgãos públicos. “Quem faz a limpeza daqui é a própria comunidade, que reúne dinheiro e paga um senhor para cortar a grama. Também não há nenhum tipo de estrutura para as crianças”, conta.  O parque Itaimbé, localizado no Centro, também sofre com danificações, principalmente, nas quadras de esportes.

Segundo Sandra Rebelato, a secretaria não tem condições de chegar a todos os espaços, em função do número reduzido de funcionários e de verba. Para a secretária, a comunidade desempenha um papel importante na ajuda de preservação dos ambientes. “Eles cuidam melhor, se apropriam, utilizam o local. Nós queremos que esse espírito de participação nesses espaços pela comunidade seja cada vez maior”, frisa ela.

Segundo Nadir Gonçalves, essas áreas não são utilizadas corretamente pela falta de sensibilidade e pertencimento. “A comunidade não se sente pertencente e acha que aquele lugar é de outrem e menos dele”, argumenta. A falta de estímulo também é outro fator apontado pela psicóloga. No contexto atual, os pais preferem atividades dentro de casa, voltadas as mídias do que atividades ao ar livre. “Falta estímulo, até por falta de conhecimento da importância para as crianças de frequentarem esse espaço, principalmente, pelos pais”, aponta.

Cercas danificadas e goleira quebrada em outra quadra de esporte do parque. Ali há vários espaços que, no entanto, estão sem condições

Para a secretária de Meio Ambiente, a mudança deve ser de educação e consciência. “Nós temos que tentar mudar a cultura das pessoas, cuidar mais das nossas coisas. Não é da prefeitura, é nosso”, afirma Sandra. O Coordenador Setorial da Superintendência de Praças, Parques, Canteiros e Jardins, Roberto Dotto, salienta que o processo de revitalização desses espaços, promovido pela prefeitura, busca também contribuir para essa modificação de pensamento. “A médio prazo é trazer a população, o empresário da volta para adotar a área. Quando a pessoa se sente dona, ela passa a cuidar”, justifica.

Quadra de basquete também tem cerca cortada e cesta em más condições. É como está o espaço mais conhecido dos santa-marienses

O projeto em questão, que é considerado o pontapé inicial dessa ação, trata-se de adoção de espaços na cidade, desde canteiros, até praças e parques. Qualquer pessoa ou empresa pode adotar um local do município e, em parceria com a prefeitura, atuar no desenvolvimento de um projeto e manutenção do ambiente. O início dessa ação ocorre no próximo dia 23, no Largo São Frei Pio, na avenida Presidente Vargas.

Praça Roque Gonzales, nas proximidades do Hospital de Caridade, um dos locais que recebeu o kit de brinquedos entregue pela prefeitura

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Um Comentário

  1. Citação do ECA é para dar risada. Num país onde existem leis que colam e leis que não colam, leis para inglês ver, acham que irão resolver tudo por decreto.
    Por que a secretária do meio ambiente não está ‘desgastada’, ou seja, ninguém está fritando? Porque não há nulidades querendo o cargo dela, não tem muita visibilidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo