INFÂNCIA-AÇÃO. Projeto de voluntariado investe na educação de crianças e adolescentes em Santa Maria
Por PAOLA SALDANHA (texto, arte e fotos), Especial para o Site
Há 12 anos, a Infância-Ação atua em Santa Maria atendendo crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A Organização Não Governamental desenvolve projetos e programas nas áreas de educação, meio-ambiente, saúde e cultura, em diferentes organizações. Atualmente, Fazendo rir, Clubinho de línguas, Turma do Chiquinho, Saúde em ação, Amor-Exigentinho e Eureka compõem os projetos aplicados pela Infância-Ação.
Conforme Tainá Oliveira do Amaral, vice-presidente da organização, as equipes de trabalho são formadas por voluntários, sendo que um deles exerce o papel de voluntário coordenador. A formação dos grupos se dá por meio de um processo de seleção, que distribui, em média, nove pessoas para cada projeto. “A ONG tem dois tipos de voluntários. Os voluntários administrativos realizam trabalho em núcleos administrativos cuidando de questões burocráticas e de divulgação. Os voluntários de projetos são alocados diretamente nos projetos em que eles participam e atuam diretamente no trabalho com as crianças. Esse voluntário coordenador dos projetos é um voluntário administrativo que atua nos projetos. É um híbrido”, explica Lucas Rodolpho Quoos Scharcz, presidente da ONG.
Scharcz ainda esclarece que não há um tempo fixo estipulado para o desenvolvimento de cada projeto nas instituições, mas que o encerramento das atividades ocorre quando a Infância-Ação ou a organização tem interesse em finalizar as ações. “A ONG corre atrás de novos projetos quando nota que há voluntários disponíveis para um novo programa. Já ocorreu também de uma escola vir atrás de nós para perguntar se podíamos desenvolver com eles um projeto. Então, nós dividimos o time que tínhamos atuando numa escola e começamos a atuar em duas”, relata.
Em relação ao número de crianças e adolescentes que participam das ações criadas pela Infância-Ação, Tainá diz que “segundo o ultimo levantamento feito, atendemos 146 crianças diretamente de forma fixa. Em alguns projetos há rotatividade, então calculamos uma média de 400 crianças assistidas direta e indiretamente pela ONG”. Entre esses pequenos, estão os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Edy Maya Bertoia, na região Oeste do município.
As atividades desenvolvidas pelas voluntárias Clariane da Silva Soares, Gabrielle Araújo do Nascimento e Andressa Pereira da Rosa atendem aos alunos do terceiro ano da escola, toda quarta-feira, pelo turno da manhã. O projeto Saúde em Ação visa conscientizar e trazer para o debate em sala de aula questões sobre saúde física e mental. De acordo com Cris Hellen Rodrigues Siqueira, diretora do núcleo de acompanhamento, desde 2014 o Saúde em Ação é aplicado aos estudantes da escola. Em 2018, o mesmo programa passou a atender também a Escola Municipal de Ensino Fundamental Zenir Aita, região sul de Santa Maria.
Cris destaca que os voluntários do projeto têm liberdade para desenvolverem as atividades propostas na escola Edy Maya Bertoia, com apoio da organização e da professora responsável pela classe em que o projeto é aplicado. “É uma parceria bem forte. A escola gosta de ter a ONG ali. Acredito que a Infância-Ação é muito bem quista dentro da escola e da comunidade”, ressalta.
A diretora ainda destaca que, inicialmente, o projeto visava apenas cuidados com a higiene bucal, mas que hoje em dia o Saúde em Ação desenvolve práticas que vão além da atenção física e que o retorno das crianças e adolescentes atendimentos é positiva. “O nome do projeto quando iniciou era Escova-Ação e ao longo do tempo, fomos tendo diversas coordenadoras e notou-se a necessidade de colocar a saúde mental, emocional. E de uns três anos para cá que o pessoal vem trabalhando bastante com isso. Temos uma resposta bem positiva das crianças. Tudo gira em torno da saúde, seja ela física ou emocional”, conta a diretora.
Tainá evidencia que o impacto direto da Infância-Ação na vida das crianças e dos adolescentes está ligado à educação, pois os projetos são voltados a uma forma de ensino lúdica, que foge dos padrões de sala de aula. A vice-presidente afirma que as ações proporcionadas pela ONG seguem, principalmente, o objetivo número quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que defende uma educação inclusiva e equitativa, com promoção de aprendizagem a todos e todas.
“O impacto que a ONG traz para seus voluntários, crianças assistidas e também para a sociedade é um ponto que vem sendo muito discutido durante 2018 por estarmos passando por um processo de reestruturação. Acredito que todos os voluntários se disponibilizam a realizar o trabalho proposto por acreditar na mudança e depositarem esperança de um mundo melhor”, declara.
E o trabalho desenvolvido tem retorno imediato. Segundo Scharcz, algumas escolas e os professores relatam que enxergam a ONG como uma forma de educação complementar e as crianças criam laços com os voluntários. “Os feedbacks ocorrem de maneira espontânea por parte das crianças atendidas. Se tu conversar com voluntários que estão há tempos nos projetos, muitos relatam que as crianças agradecem, que elas sentem saudade e até cobram os voluntários pedindo alguma atividade específica. Eu tenho impressão que as crianças vêem a ONG como uma atividade de aprendizagem mais lúdica” conta.
Os próximos passos da Infância-Ação, conforme Tainá, serão dados após o processo de restruturação, que seguirá até 2019. “Nosso principal objetivo é nos consolidarmos como instituição na nossa cidade. Iremos montar um planejamento estratégico que terá como objetivos atender mais crianças, expandir mais projetos, fortalecer parcerias e consolidar patrocinadores, visibilidade institucional e sustentabilidade financeira. A ONG terá norteadores estratégicos de crescimento e expansão”, finaliza a vice-presidente.
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