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JOVENS. Intercâmbio social alia viagem e o trabalho voluntário. Saiba como fazer e conheça dois exemplos

Por VICTÓRYA AZAMBUJA (com fotos de Arquivo Pessoal), Especial para o Site

Quando se pensa em intercâmbio, logo se cogita uma viagem para estudar uma nova língua em países de primeiro mundo. Aqui, porém, o tema são os intercâmbios sociais realizados em países que sofrem com a desigualdade e vulnerabilidade social, como o Peru, Chile, Colômbia, Egito, Argentina, Uruguai e Índia.

Estes intercâmbios sociais são promovidos pela AIESEC, uma organização mundial de estudantes de diversas partes do mundo, reconhecida pela ONU, sem fins lucrativos e criada por jovens de 7 países após a Segunda Guerra Mundial. O propósito desenvolvido pela organização é que o intercambista atue em ONGS instaladas nestes países como “Voluntário Global” visando à paz, a liderança e as potencialidades humanas. E tem como atividades ensinar inglês ou português para as pessoas.

Vitor Habby, líder gestor de vendas da AIESEC, conta que a organização busca desenvolver cada intercambista e que ao realizar o projeto, no mínimo 15 pessoas que estão instaladas nestas ONGS serão impactadas. – E para isso a AIESEC possui três tipos de intercâmbio: o voluntário, o empreendedor e o talentos globais.

O voluntário é o projeto realizado em seis semanas, onde tu escolhe uma das metas da ONU e realiza o projeto social na ONG, voltado para o desenvolvimento pessoal.

O empreendedor é para trabalhar em uma empresa que está buscando crescer no mercado de trabalho com duração de até 3 meses, onde tu precisa ter inglês intermediário e um currículo da área que tu estuda.

E por ultimo tem o talentos globais, que é o intercâmbio remunerado para trabalhar em uma multinacional com duração de 1 ano -, explica Habby.

O líder gestor de vendas ainda fala que os intercâmbios seguem o objetivo da AISEC que é desenvolver a paz e a liderança e que os custos são divididos em uma taxa, a passagem aérea e o seguro saúde. – No intercâmbio empreendedor a taxa é R$ 2.790, mais a passagem por sua conta e o seguro saúde que varia em torno de R$ 400. No voluntário global a taxa custa R$ 1565 reais e em ambos a acomodação é por conta da Aiesec. A exceção é o talentos globais, em que tu recebe salário por trabalhar. Tem mais o custo de vida que varia de acordo com o país escolhido, – conta Habby.

DOIS EXEMPLOS

Tales Lago, 21 anos, na escola Modern School for Kids, onde realiza seu projeto voluntário, com as crianças refugiadas da Guerra da Síria

Tales Lago, 21 anos, estudante de Relações Internacionais está na cidade de Damietta, no Egito, realizando o intercâmbio voluntário. Ele trabalha dando aula de inglês em uma escola chamada Modern School for Kids, para crianças de 6 a 10 anos, onde todas as crianças e equipe da escola são refugiados da guerra da Síria.

–  Eu vim pela AISEC, porque eu já trabalhava na organização e sabia como funcionava o sistema. Eu quis vir para o Egito porque é um país em que a cultura é bem distinta da brasileira e latino-americana. Queria uma experiência que me fizesse refletir sobre valores e que impactasse minha visão de mundo, então vir para um país do mundo árabe parecia a melhor opção, relata Lago.

Lago conta que está gostando muito da experiência no Egito, e que o país é incrível, mas para poucos, pois não é qualquer pessoa que se adapta às diferenças e ao conservadorismo do local. – Exige muita maturidade e compreensão sobre divergência cultural. Eu tenho aprendido tanta coisa, a respeitar quem pensa diferente de mim, a esperar, a me comunicar mesmo quando falamos idiomas 100% diferentes. Eu queria um impacto, um choque para dessa forma amadurecer. E é exatamente o que atingi com essa experiência – afirma o estudante.

Carina Rosa, 30 anos, com seu colega de Hostel no famoso Bairro de La Boca em Buenos Aires, onde fez seu voluntariado em 2011

Carina Rosa, 30 anos, jornalista e empresária, também realizou intercâmbio voluntário em Buenos Aires, na Argentina em 2011. Ela trabalhava na ONG Família Sur, que atendia crianças e jovens que viviam em situação de vulnerabilidade social, com foco nas famílias que possuíam problemas relacionados com as drogas, mas o trabalho de Carina consistia em produzir e traduzir conteúdo para o site da ONG.

– O meu trabalho não era para trabalhar diretamente na causa, mas sim no escritório. Eu preferi que fosse algo relacionado ao curso, na época eu estudava Jornalismo, e eu queria algo que fosse somar no meu currículo, então eu fui trabalhar na parte de assessoria de imprensa – conta a jornalista.

Carina relata que o intercâmbio foi um trabalho enriquecedor na sua vida, e que ao longo dos dias vivendo no país e através do contato com a organização, a sua preocupação com os problemas sociais aumentaram,

– Acho que somou muito pra mim como ser humano, aprendi outra língua, fiz amigos, tive que lidar com algumas adversidade que eu não tinha no meu dia a dia, e quando eu comecei a ter conhecimento ao longo dos dias, comecei a me preocupar muito mais com os problemas que são os mesmos que a gente tem no nosso país e aquilo começou a mexer muito comigo. Comecei a questionar uma série de problemas em relação às drogas -, retrata Carina.

Para saber mais sobre os intercâmbios promovidos pela Aiesec só acessar o site aiesec.org.br.

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