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A MENTE. Não é apenas uma fase: adolescentes e jovens sofrem com transtornos cada vez mais cedo

Conforme pesquisa da Andifes, a ansiedade atinge 58,36% dos graduandos, seguida de desânimo (44,72%), insônia ou alterações de sono (32,57%), sensação de desamparo (22,55%), sentimento de solidão (21,29%) e tristeza persistente/confusão mental (em torno de 20%)

Por PAOLA SALDANHA (texto e foto), Especial para o Site

Ansiedade. Insônia. Tristeza. Angústia. Cansaço. Cada vez mais cedo estas palavras fazem parte da rotina de adolescentes e jovens. Segundo dados da folha informativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) do mês de setembro, metade dos problemas relacionados à saúde inicia aos 14 anos de idade, entretanto, boa parte não é detectada ou tratada.

O mesmo documento ainda destaca que “as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos”.  As mudanças que marcam a fase adolescente e jovem podem ser consideradas como parte dos fatores que levam esta população a sofrer com transtornos mentais.  Entre as modificações está o ingresso no ensino superior.

Decidir o campo de atuação, responder as expectativas da família e professores, se adequar a uma rotina diferente, lidar com a pressão para entrega de trabalhos, conclusão da faculdade e entrada no mercado de trabalho.  Estas são algumas das questões enfrentadas no cenário de quem se encaminha para a vida adulta. Entre estes personagens, está uma acadêmica de ciências sociais, que preferiu não se identificar, ao ser ouvida nessa reportagem. Por isso, a universitária ganhará o nome fictício de Juliana.

Manter hábitos sociais e emocionais, como exercícios regulares e padrão de horas de sono, contribuem para uma melhor qualidade da saúde mental de adolescentes e jovens (imagem de Reprodução)

A jovem de 22 anos cursa o último semestre e afirma que o excesso de tarefas diárias a pressiona, embora tente se organizar. “A minha rotina é bem agitada, devido às atividades da faculdade, mais meus interesses pessoais, trabalho, tempo para família, amigos e necessidades básicas. Sobre administrar as atividades, confesso que às vezes não me sinto bem, porque tenho a impressão que quero abraçar o mundo. Então, nessa reta final de faculdade optei por abrir mão de algumas atividades, para priorizar outras. Sei que a gente faz isso o tempo todo e que a vida é baseada em escolhas, mas com o ritmo de estágio, trabalho, faculdade e várias obrigações, às vezes nos sentimos cansados, e isso acaba refletindo nos trabalhos acadêmicos e no rendimento profissional. O que me incomoda bastante”, relata Juliana.

Um LEVANTAMENTO  divulgado no final de 2017 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) mostrou que sensações como as relatadas pela universitária atingem 80% dos estudantes de graduação. Conforme a pesquisa IV Pesquisa do perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das instituições federais de nível superior, ansiedade, desânimo, insônia, desespero e solidão estão entre os principais problemas enfrentados pelos estudantes.

Ainda que não se considere ansiosa, Juliana ressalta que a partir do que ouve de seus colegas, compreende que gerenciar todas as atividades demandadas pela faculdade geram complicações. “Nunca fui uma pessoa ansiosa. Não acho que a faculdade tenha me deixado também. Mas me sinto mal por não render tanto quanto gostaria, porque sei que é uma questão de organização. Só que nem todo mundo “funciona” da mesma forma. Por exemplo, tenho colegas que não dormem para acabar as atividades, mas se eu não dormir eu não consigo render. Por mais que os alunos tenham uma faixa etária “nova” e se preocupem com outras coisas e tenham vida social, a faculdade sempre é um peso, isso é algo que percebo  e que me afeta também”, reflete a jovem.

No dia 10 de outubro, OMS divulgou um texto em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental em que ressalta a importância no cuidado com a saúde da população adolescente e jovem. A organização defendeu que o cuidado deve ser feito em conjunto, entre pais, instituições de ensino e governo – em setores ligados a saúde, educação e programas baseados nas experiências desta população. Pais, amigos, colegas e comunidade em geral devem ficar atentos aos comportamentos de adolescentes e jovens. Transtornos mentais também são problemas de saúde e devem receber o mesmo tipo atenção.

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