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INFÂNCIA. Bem aos poucos, mas o próprio mercado desconstrói estereótipo de que azul é dele, rosa é dela

Vestuário infantil: ainda é bastante comum comum visualizar no comércio roupas infantis dividir os gêneros pelas cores rosa e azul

Por PAULA SALDANHA (texto e fotos), Especial para o Site

Bola. Boneca. Carrinho. Panelinhas. Azul. Rosa. Seja no vestuário ou em brinquedos, os produtos infantis se apresentam pautados em padrões. Roupas e passatempos definidos para meninos e meninas. Entretanto, atualmente, o mercado sente o reflexo de um processo de desconstrução na relação entre o uso de acessórios e indumentárias e a construção de identidade de gênero.

Fernanda Cafaro, gerente de uma loja voltada a vestuário infantil, relata que percebeu uma mudança de postura dos pais referente as cores de roupas, mais especificamente, ao azul e o rosa. “Não influencia tanto quanto antes. Mas ainda pesa na parte mais nova, de enxoval. Quando eles vão apresentar qual o sexo do bebê, buscam por usar o azul ou o rosa”. A gerente da empresa que já está há quase uma década fixada no calçadão Salvador Isaia, no centro da cidade, também frisa que a questão de cores nunca foi tão influente na escolha de roupas para meninas. “É mais forte com meninos. Roupas azuis sempre saíram bem para meninas. Mas roupas rosa para meninos é mais difícil”, relembra.

Marilene e Pandara Rodrigues desde 2010 vendem brinquedos infantis e também salientam que os pais são mais flexíveis na aquisição de produtos para meninas. “Quando chegam com meninas, compram carrinhos, dinossauros. Mas quando chegam com meninos, dificilmente, compram bonecas”, conta Marilene.  Pandara pondera que mesmo com essa rigidez maior com meninos, os pais  têm se mostrado mais abertos nos últimos anos. “Eles entendem que as crianças podem brincar com o que elas quiserem e que é a forma como gostam de se expressar”.

A doutora em Comunicação Midiática, Pauline Neutzling Fraga, ministra a disciplina de publicidade e gênero no curso de Publicidade e Propaganda na Universidade Franciscana (UFN) e aponta como a construção cultural de gênero influencia também na apresentação de produtos infantis. “A primeira questão que a gente sabe é que gênero não é biológico, ele é cultural. Se é cultural é porque foi inventado. Há uma associação das cores, pela psicodinâmica. Rosa a delicadeza, amor – equilíbrio entre a paixão (vermelho) e a paz, pureza (branco) – e o azul a agilidade, racionalidade. É uma associação muito simbólica”, explica.

Brinquedos: apesar da abertura dos pais em relação à aquisição dos produtos, meninos ainda sofrem mais com estereótipos consolidados

Em relação a brinquedos, a professora revela que percebe uma melhor recepção, pois a sociedade não cobra tanto da criança. “Roupa é mais pesado porque entra no critério estético, porque é como você se apresenta para o mundo. Brinquedo é mais fácil, porque até por uma questão de segurança o brincar não é mais na rua, ou tanto na rua. O brincar era mais no espaço público. Hoje em dia é mais associado a ambientes privados, então os pais deixam as crianças mais livres, no sentido da escolha desses brinquedos culturalmente tidos como de meninos e de meninas”. Pauline explica que ainda que os pais tenham o esclarecimento de que não é o que a criança veste e brinca que irá definir sua sexualidade, há a preocupação em relação aos outros grupos sociais, como escola, igreja, amigos.

E é este receio a que Pauline se refere que sente Mariana de Carvalho. Aos 29 anos, mãe de um menino de nove uma menina de sete, a mulher diz que sempre deixou os filhos brincarem com o que quisessem, mas tem medo que o filho possa sofrer bullyng dos colegas da escola.

“Sei que é importante ele brincar de boneca porque pode ser pai no futuro e isso ajudaria ele e que a maldade está no olhar do outro, mas sei que os coleguinhas podem ficar mexendo com ele”. Mariana destaca que busca educar os dois filhos sem determinar estereótipos, diferentemente do que ela ouvia do seu pai. “Meu pai era rígido. Só me deixava brincar com meninas. Eu só podia brincar com meus irmãos, mas não com os amiguinhos deles”.

Pauline frisa que os pais devem dialogar com as crianças para promover a conscientização e que a publicidade também pode desempenhar um importante papel neste processo. “Infelizmente, a publicidade, em grande parte das vezes, reproduz estereótipos para não perder consumidor. Embora a função da publicidade seja vender e não educar, ela não precisa ter o papel contrário, de deseducar, no sentido de sustentar esses estereótipos, muitas vezes, nocivos e que causam sofrimento. As marcas poderiam pensar em propor discussões, provocar a saída da zona de conforto e repensar”.  Conforme destaca a professora, a construção de identidade de gênero é cultural e sendo assim, os padrões estipulados podem ser repensados e desconstruídos ao longo do tempo.

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Um Comentário

  1. Propaganda ideológica. Novinlingua companheira.
    As pessoas nascem com características sexuais masculinas ou femininas. Fato.
    Afirmar que o gênero é cultural e não biológico é ideologia, portanto cultural, portanto inventado.
    Associação do rosa e do azul começou lá pela década de 40 do século passado. Brinquedos tem mais a ver com o papel futuro que se esperava que a criança fosse desempenhar na sociedade futuramente. O que nunca impediu ninguém de fazer outra coisa, os transgressores não podem ser acomodados.
    Entrevistas selecionadas, doutorado para reforçar autoridade, o gramscianismo na comunicação social, a generalização da situação da aldeia. Resta uma pergunta: sério?

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