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Neogovernista. Quem se aproximou antes, Lula de Delfim ou Delfim de Lula? E isso importa?

Importando ou não, o certo é que o ex-czar da economia (e de outras coisas também) do regime militar, Antonio Delfim Netto, e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estão muito próximos. Inimaginavelmente próximos, para quem ainda acredita em diferenças entre ambos.

Delfim e Lula estão tão chegados que há quem acredite, inclusive, que o ex-ministro possa estar até mesmo em função chave no segundo mandato do petista. Será? E, diante das propostas econômicas em curso, até que ponto a presença física seria relevante? É. Pois é.

Sobre esses e outros assuntos, especialmente em relação à conjuntura econômica e os passos a serem dados por Lula para garantir o desenvolvimento (como ele próprio prometeu), Delfim concedeu entrevista exclusiva em São Paulo, à repórter Camila Guimarães, do G1, o portal de notícias das Organizações Globo. Dê uma lida:

”’ÚNICA SAÍDA PARA O GOVERNO É CORTAR GASTOS’, DIZ DELFIM
Em entrevista ao G1, economista dá sua receita para o crescimento. E diz que pacote econômico está fora de moda.

Nas paredes de seu escritório, no bairro nobre do Pacaembu, em São Paulo, o economista Antônio Delfim Netto mantém uma coleção de charges publicadas pela imprensa brasileira. Todas sobre ele, que ainda se diverte ao apontar suas preferidas. Aos 78 anos e dono de um humor peculiar, o “superministro” do regime militar, responsável pelo milagre econômico dos anos 70, se tornou ainda mais polêmico ao se aproximar do PT e do presidente Lula. “Eles se aproximaram muito mais de mim do que eu deles”, afirmou. Delfim desconversa quando perguntado se irá assumir algum cargo público no segundo mandato, mas é bem direto na hora de defender Lula e criticar as fraquezas da política econômica. “Não existe nada mais fora de moda do que anunciar pacote econômico”, disse ele. “Acho que o presidente tem a clareza de que o país precisa mesmo é de um programa transparente”. Delfim recebeu o G1 para falar do baixo crescimento do país em 2006, de perspectivas para 2007 e do governo Lula. Acompanhe a entrevista:

G1 – Como o senhor avalia o desempenho da economia em 2006?
Delfim Netto – O ano terminou de forma um pouco triste. O Brasil podia crescer mais do que 3%. Há algum tempo previu-se que poderíamos, com uma taxa de inflação a 4,5%, crescer 4%. Era uma projeção razoável. Mas, enquanto tivemos um resultado brilhante na taxa de inflação, virar o ano com avanço do PIB a menos de 3% é um resultado terrível.

G1 – Se era razoável esperar um crescimento de 4%, por que não deu certo?
Delfim Netto – Há muitos fatores que explicam o baixo crescimento, mas certamente o país começou a ceder quando se deu início ao processo de aumento da taxa de juros no início do ano, que barrou os investimentos. Naquele momento, o país rodava a 5% (ao ano) e o BC acreditou que isso poderia ser um sinal de alta na inflação. Então, subiu os juros para contê-la. Ou seja, o BC acertou na mosca: errou na ida e na volta.

G1 – Mas teria sido melhor assumir o risco da volta da inflação alta?
Delfim Netto – Não dá para saber se de fato a inflação iria subir se os juros tivessem sido mantidos naquele patamar. Ninguém consegue medir exatamente em que momento a inflação vai começar a subir. A inflação é um processo aleatório. Basta olhar o que aconteceu antes e depois da eleição de Lula em 2002, quando tivemos picos de alta da taxa. Ninguém até hoje sabe explicar. Era por que o Lula estava assumindo o governo ou por que Fernando Henrique Cardoso estava de saída? O efeito das decisões do BC é muito mais poderoso sobre o crescimento do país e sobre a taxa de câmbio do que sobre a inflação. Quando há crescimento porque alguém está investindo e, de repente, os juros sobem, o que na verdade está se dizendo a este investidor? Que ele é um tolo. O Copom domina um mecanismo que tem implicações muito sérias…”


SE DESEJAR ler a íntegra da notícia, pode fazê-lo acessando a página do “G-l”, o portal de notícias das Organizações Globo, no endereço http://g1.globo.com/Noticias/Economia/0,,AA1398455-5599-731,00.html.

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