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POLÍTICA No Senado, novo mapa do poder garante lugar para Flávio Bolsonaro e escanteia o MDB e o PT

O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do PP, vetou cinco dos 13 nomes do MDB para a mesa. Todos eles renanzistas convictos

Da versão brasileira online do jornal espanhol EL PAÍS, com reportagem de AFONSO BENITES e foto de MARCOS OLIVEIRA, da Agência Senado

A derrota de Renan Calheiros na eleição para a presidência do Senado resultou não só na perda do último naco de poder do MDB na esfera federal, mas também relegou o partido a cargo secundário na composição da Mesa Diretora da Casa, ainda que seja maior bancada interna, com 13 dos 81 senadores. Os emedebistas ficaram com a segunda secretaria, indicando o recém-filiado Eduardo Gomes, do Tocantins. O MDB ainda levou na mesma esteira o PT, que costumava ocupar funções de destaque, e agora terá a terceira suplência, com Jaques Wagner, da Bahia.

A importância das funções na cúpula do Senado implica diretamente na distribuição de cargos, acomodação de aliados e demonstra a influência que as legendas terão na definição da pauta de votações no parlamento ao longo de 2019 e 2020. A votação desta quarta-feira teve chapa única e acabou com 72 votos a favor, dois contra e três abstenções.

No plenário, o líder do PT na Casa, Humberto Costa, reclamou da composição, apesar de a ter aceitado. “Muita gente fala em respeito ao voto e à opinião das pessoas, mas é a proporcionalidade que representa a opinião das pessoas com relação ao Senado”, afirmou. Geralmente, no Senado, as maiores bancadas ocupam os principais postos. Essa lógica foi quebrada neste ano, pela primeira vez desde a redemocratização no país (1985), com a eleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência, no último sábado, depois de dois dias de intensos debates, roubos de documentos, fraude em urna e renúncias de candidaturas.

Um exemplo dessa afronta à proporcionalidade ficou patente na inclusão de Flávio Bolsonaro como ocupante da terceira secretaria, indicado pelo PSL. Com apenas quatro senadores, o posto ocupado pelo primogênito do presidente da República, em outros tempos estaria com uma bancada maior. Na casa, outros dois partidos têm mais senadores que o PSL, mas ficaram com cargos inferiores na composição. São eles: o PT (7) e o PP (6).

O novo presidente, Davi Alcolumbre, vetou cinco dos 13 nomes do MDB para a mesa. Todos de renanzistas convictos como Jader Barbalho, Fernando Bezerra Coelho, Eduardo Braga, José Maranhão e do próprio Renan. O MDB só não terminou completamente isolado porque Alcolumbre se aproximou de Simone Tebet (MDB-MS), que lançou candidatura avulsa e depois desistiu em apoio a ele. Tebet será a indicada para presidir a principal comissão da Casa, a de Constituição e Justiça. Mas esse não é considerado um aceno aos emedebistas, mas sim à própria senadora.

A composição da Mesa também acabou demonstrando que o Governo Jair Bolsonaro já tem maioria simples na casa, 41 ou mais votos. A dúvida que persiste, contudo, é como ficarão Renan Calheiros e seus aliados? Farão oposição? Nesta quarta-feira, depois de ser o antagonista de Alcolumbre na semana passada, o cacique do MDB se ausentou do plenário. Enquanto seus colegas discutiam quem estaria nas novas funções, Renan estava em Maceió (AL), sua base eleitoral. Ele só deve retornar a Brasília na próxima semana. Só não sabe, ainda, se será o “velho” ou o “novo” Renan, dentro da lógica que ele mesmo tentou lançar quando ainda era candidato à presidência da Casa.

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