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SEGURANÇA. Periferia deve ter presença do Estado, diz ao jornal Sul21 a nova Chefe da Polícia Civil do RS

Delegada Nadine Anflor, na entrevista, falou sobre violência doméstica, falta de vagas no sistema prisional e valorização dos servidores

Originalmente no jornal eletrônico SUL21, com texto de Débora Foggiatto e foto de Joana Berwanger

Desde que foi nomeada a primeira mulher chefe da Polícia Civil no Rio Grande do Sul, a delegada Nadine Anflor tem estado com a agenda cheia. Além dos compromissos oficiais do novo cargo, teve que lidar com a grande repercussão, especialmente na mídia, da sua chegada ao cargo – na própria corporação, ela afirma que não houve estranhamento. Mesmo assim, aparenta tranquilidade e se demonstra segura diante dos desafios que irá enfrentar à frente da instituição, que sabe que serão muitos.

Experiente na área do combate à violência contra a mulher, na qual atuou sete anos, ela considera essa uma das prioridades de sua gestão. Mas, para além disso, reconhece a importância de se devolver para a população a sensação de segurança. Nesse sentido, ela menciona a necessidade de se valorizar a categoria policial, dando condições para que os trabalhadores atendam a população da melhor forma possível.

“Hoje um dos nossos maiores problemas é a questão da falta de vagas no sistema prisional. Isso tem que ser dito, nós estamos administrando diariamente na região metropolitana e em algumas cidades do interior do Estado a existência de presos em delegacias. Não era para ter, não somos nem preparados para isso”, relata ela, que explica que os presos vivem sem condições de higiene e os policiais não são treinados para lidar com a situação.

Ao mesmo tempo, Porto Alegre vive um momento de altos índices de violência devido à atuação de facções ligadas ao tráfico de drogas, o que também preocupa a chefe de polícia. Ela defende que o Estado se faça presente nas periferias, não apenas com as forças de segurança, mas de diversas formas. “É preciso integrar mais os órgãos de segurança pública, fazer operações em conjunto, não deixar esquecida a periferia. Estamos vendo que principais crimes de homicídio estão acontecendo lá. E é claro que a periferia tem muito mais gente de bem do que facções criminosas, então o Estado não pode deixar de se fazer presente”, aponta.

Confira a entrevista completa:

Sul21 – Como está sendo a recepção em geral por tu seres a primeira mulher na chefia da Polícia? Quais os primeiros desafios enfrentados?

Delegada Nadine – Claro que é uma quebra de paradigmas por ser a primeira mulher, isso teve uma repercussão bem grande principalmente fora da instituição. Dentro da instituição, como já temos 37% de mulheres policiais civis, parece que não foi tanta repercussão. Claro que as mulheres se reconheceram, é uma estrada que foi trilhada por todas que entraram desde a década de 1970 e hoje eu me sinto representando todas elas. O primeiro desafio então foi esse, essa repercussão externa. E no momento em que eu aceitei o desafio, eu aceitei como uma missão. A gente fala muito na Polícia Civil que missão dada é missão cumprida. Então no momento em que eu recebi o desafio eu disse sim, eu vou, mas eu vou fazer do meu jeito. Eu queria ter essa liberdade também para fazer algumas coisas de forma diferente.

Sul21 – Quais foram as primeiras medidas a serem tomadas?

Delegada Nadine – Teve o primeiro momento de montagem da equipe, conseguimos montar os 12 diretores de departamento, que acabou sendo meio a meio de homens e mulheres. Não foi algo programado, foi realmente pela competência e pela capacidade de interação. A gente queria uma integração maior entre os departamentos, por isso foram feitas algumas mudanças. E aí vêm os desafios, a gente quer uma segurança maior e mais efetiva. A Polícia Civil é um dos elos desse sistema de segurança e tem que continuar fazendo o trabalho de excelência que já vem sendo feita pela polícia judiciária, que já é reconhecida como uma das principais do país, mas a gente tem que fazer mais, tem que olhar um pouco mais para o cidadão, o que o cidadão quer, acabar com aquele sentimento de injustiça.

Evidentemente que a polícia atua depois que o crime acontece, então [precisamos] buscar uma elucidação maior dos delitos, uma qualidade maior no atendimento ao cidadão. Acho que temos que nos voltar um pouco para a vítima, não se esquecendo dos direitos humanos e todas essas questões, que sempre foi um marco da instituição ter esse cuidado. A gente tem que avançar, mas uma das principais missões é a…”

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