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Cidade. Aquilo que um dia se chamava “classe média” ainda é maioria na boca do monte

Em Santa Maria, como no restante do Brasil, o problema é o empobrecimento gradativo – mas cada vez mais acelerado – da classe média. Ou pelo menos do que se considerava classe média, até não faz muito tempo. E se projeta, mesmo, um quadro ainda mais pessimista para o futuro.

 

A boca do monte deve manter, ainda, a maior poupança do Estado. Não há dados oficiais a respeito, mas empiricamente segue sendo possível fazer a afirmação, calcada no fato de a cidade concentrar, em termos relativos, a maior quantidade de funcionários públicos, nos três níveis, do Rio Grande do Sul. O que significa renda certa no final do mês.

 

O problema, cada vez mais grave, é que essa renda, proveniente de salários, se reduz de forma intensa. O achatamento da remuneração recebida pelos barnabés municipais, estaduais e federais reflete na imediata queda também da poupança, e das condições de investimento desse grupo que, em Santa Maria, é decisivo.

 

Diz-se, não sem razão, que é exatamente em função da penúria crescente enfrentada por servidores federais, que têm recebido reajustes pífios em seu salário, a causa principal da fragorosa derrota de Luiz Inácio Lula da Silva em território santa-mariense, em 2006. E, por tabela, de seu parceiro Olívio Dutra, no pleito para o governo estadual do mesmo ano.

 

A “sorte” de Valdeci Oliveira, que vitoriou-se pela segunda vez em 2004, é que, para prefeito, outros fatores contam – notadamente os locais. Ainda assim, não falta quem afirme (e eu próprio estou entre eles) que a vitória do petista teria sido bem mais facilitada se não respingasse nele a impopularidade de Lula junto aos servidores federais. Mas é tese, nada além disso.

 

O fato é que, como comprova levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (confira, no final do texto, a sugestão de leitura), a classe média, como um todo, teve uma redução quantitativa importante, nos últimos 20 anos, considerado o Brasil inteiro. E, em Santa Maria, pela peculiaridade local, certamente viu isso acontecer com muito maior preponderância.

 

E estaria aí, inclusive, a possível diminuição qualitativa das condições de vida média da população da boca do monte. Se bem que isso já é assunto para sociólogo ou cientista social em geral; não necessariamente para o jornalista. Ou não?

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira a reportagem “Estudo mostra encolhimento da classe média”, assinada por Tatiana Favaro e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.

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