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ARTIGO. Paulo Pimenta e o que realmente houve no último domingo e o que acontecerá no próximo dia 30

Dia 30 de maio, povo na rua em defesa da educação e contra retrocessos

Por PAULO PIMENTA (*)

As manifestações ocorridas no domingo (26) em apoio a Jair Bolsonaro, conduzidas pela extrema direita do País, têm que ser lidas pelo que representam – uma tentativa de intimidação ao Parlamento, ao Judiciário, a setores da imprensa brasileira e fundamentalmente aos setores democráticos que se opõem aos métodos e a agenda do atual governo. Estranhamente, os defensores do governo não foram para as ruas para reivindicar emprego, salário digno, educação, saúde, moradia, defesa do meio ambiente e da soberania nacional.

Trata-se de um clima de beligerância instituído pelo próprio presidente da República que não tem noção de limites, sem a postura necessária que o cargo exige, insufla verdadeiras hordas e milícias digitais para incendiar o Brasil. As manifestações revelaram um racha entre as diversas facções que compõem o bolsonarismo, responsáveis pela eleição de um governo que em quase cinco meses não conseguiu viabilizar a retomada do crescimento no curto prazo, agravando a crise econômica e social do País.

Os bolsonaristas que foram às ruas não perceberam que o modelo Bolsonaro/Paulo Guedes é inviável. Em vez de estimular investimentos públicos e privados com geração de emprego e renda, com o consequente fortalecimento do mercado interno, o governo atual prioriza um ajuste fiscal brutal em cima dos mais pobres, sinalizado principalmente pela desastrosa e pérfida proposta de Reforma da Previdência. Enquanto isso, são quase 14 milhões de desempregados.

Bolsonaro agora tenta inflar os números de manifestantes nas ruas para radicalizar o processo, confrontando o Legislativo e o Judiciário, alimentando um projeto autoritário, com desprezo às regras democráticas. Os seguidores estimulados por ele expressaram isso nas ruas mais uma vez.

Não se enganem, no dia 26, o que houve foram atos de extrema direita, embora setores da mídia ainda tenham tentado vendê-los como manifestações em favor da famigerada Reforma da Previdência e em apoio ao governo. Os atos reuniram uma pequena base social ideológica, incapaz de unificar os setores que apoiaram a eleição do presidente capitão, bem como de dialogar com a maioria da população brasileira e suas reais necessidades.  A única coisa que une estes manifestantes é a intolerância e a violência. Não há nenhuma narrativa nas manifestações voltada a um projeto de desenvolvimento inclusivo que possa promover justiça social.

O Brasil que quer empregos, verbas para a educação e investimentos sociais irá às ruas no próximo dia 30 de maio, pois não está disposto a alimentar a conduta irresponsável de Bolsonaro, sua família e seus aliados. Afinal, não permitiremos que silenciem sobre o Queiroz, Flávio Bolsonaro e os laranjas do PSL, muito menos sobre a agenda ultraliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes submissos aos interesses dos EUA.  Este é um governo com marcas de corrupção, incompetente, autoritário, envolvido com a milícia e o crime organizado.

Para tentar intimidar as próximas manifestações, o presidente capitão mais uma vez mostra sua face autoritária ao solicitar ao STF que libere ações policiais nas Universidades, quebrando a autonomia destas instituições e afrontando mais uma vez o Estado Democrático de Direito. Nem em 1964 ouve tanta ousadia!

Estudantes, professores e todos os que defendem a educação pública e gratuita voltam às ruas do país na próxima quinta, contra os cortes orçamentários, a Reforma da Previdência e os retrocessos patrocinados pelo atual governo. Vamos mostrar a força dos defensores da democracia que lutam por um país onde o ódio e a intolerância não prosperem.

Dia 30 vai ser maior!

(*) Paulo Pimenta é Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a foto das manifestações de rua em Santa Maria no último dia 15, em defesa da educação pública, é da página da Seção Sindical dos Docentes da UFSM no Facebook.

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Um Comentário

  1. Ao senhor Paulo Pimenta,pare de fazer comentários fora da realidade,pois o que você e seu partido e todos os de esquerda querem,não é os anseios do povo brasileiro. Parem de invocar a democracia pois a mesma não faz parte da filosofia comunista,mesmo tendo ela sofrido alterações em 1988. Nem mesmo essa faz parte de vocês. Aceitem que vocês perderam,os únicos que os seguem são os que não conseguiram se libertar dessas algemas ideoloca.

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