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EDUCAÇÃO. Lançado programa “Future-se”, para as universidades federais. Veja a posição inicial da UFSM

Posição inicial da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior foi exposta agora à tarde, em Brasília

Por ALINE DALMOLIN (com foto Andifes), da Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor da UFSM

O reitor daUFSM Paulo Burmann participou ontem (16) e hoje (17) de uma série de reuniões em Brasília, que tiveram como pauta o novo programa do Governo Federal para as universidades, denominado “Future-se”. O programa pretende estimular a captação de recursos privados pelas universidades federais do país e abre espaço para a participação de organizações sociais na gestão das instituições, que poderão atuar na administração e captação de recursos.

Burmann enfatizou que as universidades não participaram da elaboração da proposta, sendo totalmente desconhecida dos reitores até ontem. Na tarde de hoje, a  Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) realizou uma entrevista coletiva para esclarecer a imprensa sobre a posição dos reitores.

Os dirigentes das universidades, na avaliação de Burmann, estão dispostos a debater o projeto. “Tivemos uma reunião ontem e hoje após a apresentação oficial do MEC à imprensa, e o tom não é de rejeição, mas de análise criteriosa e cuidadosa. Não se trata de negar o projeto, mas de discutir e apresentar soluções que venham ao encontro das necessidades atuais de financiamento das universidades públicas do país”. Ele destaca que será necessário um grande engajamento da comunidade universitária neste debate, em função do curto período disponibilizado pelo MEC para a consulta pública sobre o projeto.

Por outro lado, Burmann enfatiza que boa parte das ações que foram apresentadas no Future-se como inovação já vem sendo desenvolvidas pelas universidades, como a captação de recursos privados. “O que precisamos fazer é desburocratizar essa captação e permitir às universidades a possibilidade de acessar recursos próprios que hoje vão para o caixa único da União”, destaca.

O reitor lembrou da necessidade de manutenção do modelo de financiamento público e da recomposição dos níveis orçamentários das instituições de ensino federais. “Precisamos acreditar naquilo que o secretário falou ontem, de que o Future-se não exime a União de seu compromisso para com o orçamento das universidades”, ressalta Burmann.

Um dos aspectos importantes levantados pelo reitor da UFSM é que o ministro foi categórico de que não haverá cobrança de mensalidades, a não ser aquela prevista para os cursos de pós-graduação lato sensu (especializações), que dependem de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

Burmann enfatizou que a captação de recursos privados parece ser uma proposta um tanto distante e de difícil execução para uma realidade como a brasileira, no que se refere ao ensino, pesquisa e extensão. “A captação de recursos, em um cenário como o nosso, é completamente diferente de países desenvolvidos, como Europa, Estados Unidos e China. São países que possuem indústrias que investem na pesquisa e desenvolvimento junto às universidades”, sustenta Burmann.

LEIA TAMBÉM:

MEC lança “future-se”, com perspectiva de aporte de R$ 102,6 bilhões em universidades”, no site do Correio do Povo, com informações d’O Estado de São Paulo(AQUI)

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3 Comentários

  1. Nos EUA financiamento de empresas é comum. Um sujeito era veterano do MIT na área de ciência da computação. Mudou de área, foi para biologia sintética. Montou uma empresa junto com outras pessoas (Gingko Bioworks, organismos projetados por encomenda) e recebeu grana do governo para começar. Logo em seguida recebeu capital privado e já arrumou serviço com a Cargill (fermentação industrial), com a Bayer (fixação de nitrogênio), etc. Alás, existe uma revolução na utilização técnica da biologia que passa longe do noticiário em terra brasilis.

  2. Na Alemanha (pelo menos até um tempo atrás) lecionar significava ter experiência fora do mundo acadêmico também. Criaturas terminavam o doutorado e saiam para trabalhar na indústria. Depois de um tempo voltavam para a universidade novamente e terminavam a carreira ou retornavam para a indústria. Ou seja, o recrutamento do corpo docente é bem diferente.

  3. Já existe captação de recursos privados pelas universidades via fundações. Não é de hoje e não fere a legislação no que se refere a dedicação exclusiva mantidas certas limitações (parte dos proventos vai para o bolso do pessoal que acaba trabalhando mais). Problemas existem, nem todos os docentes tem capacidade para atuar junto a empresas privadas (engraçado é que existem alguns que se dizem ‘consultores’ e nunca foram contratados para nada). Na iniciativa privada há quem torça o nariz, acham que já pagam impostos e que deveria ser gratuito. Na UFSM existe (ou existia) um laboratório que fazia ensaios em concreto e ferragem para a construção civil, cobram taxa e algumas construtoras da cidade não gostam/gostavam.
    Outro aspecto é o dogma da liberdade acadêmica, com a indústria envolvida os objetivos das pesquisas terão que ser mais concretos e os resultados também. Docentes deixarão de ter a desculpa de estarem contribuindo para o ‘esforço cientifico mundial’, ficarem pesquisando a morte da bezerra.

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